Carta de Balthazar Fernandes do Brasil, da Capitania de São Vicente de Piratininga
5 de dezembro de 1567, terça-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Querem que lhes façamos todos os filhos e filhas christãos, e elles mesmos tambem; mas largarem as mancebas e largarem seus costumes gentilicos e aprenderem as cousas necessarias como são grandes, difficultosamente querem.
Os ritos que ha entre elles são: terem mancebas, crerem muito seus feiticeiros, de tal maneira que ainda lhes preguemos contra as mentiras dosseus pagezes quanto se póde dizer, si um pagez lhe diz uma só palavra em contrario, aquella crêm mais e seguem que quanto nós dizemos, e si vão a alguma guerra com grandíssimos trabalhos, si lhe diz um pagez que se tornem ou hão de morrer, ou que dêm guerra ainda que todos morram nella hão de crêl-o.
Mas depois da travessia da escabrosa serra, pelo menos naquelas partes, as coisas pareciam melhorar. Segundo o também padre jesuíta Baltazar Fernandes, em carta de 1567, depois de passar por serra tão alta, “por mui áspero e trabalhoso caminho”, parecia que se estava em “outra região e campo diferente de São Vicente”.
No livro publicado por João de Laet, em 1633, se fala das montanhas “chamadas pelos selvagens de Paranaepiacaba”, cuja “ascensão é difícil, tomando cerca de duas ou três horas, aberto o caminho entre árvores e sob a forma de degraus largos de cem ou cento e cinquenta passos”, mas depois se atingia “campos sem bosques de espécie alguma até a cidade de São Paulo”. No lugar onde se instalara a vila de São Paulo, já que ela só se tornaria cidade no século XVIII, tinha-se, conforme Laet, um “lindo panorama para o Sul, o Oriente e o Norte sobre belas campinas livres e do lado do Oeste sobre florestas”. Uma “agradável variedade em campos, bosques, encostas e morros”.
OII!
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