Carijós - Nação nativa assás numerosa que dominava nas costas da província de São Paulo, ao sul da bahia de Cananéa, até as vizinhanças da lagoa dos Patos. Eram estes nativos afáveis, porém suspeitosos e pusilânimes. Em 1585, os naturais de São Vicente penetraram neste país em procura de minas, e porque quisessem obrigar os nativos a ajudarem-nos em suas explorações, ou por outro qualquer motivo, foram quase todos mortos.
Os habitantes da capitania de São Vicente, indignados com este acontecimento, pediram licença á câmara da vila de São Paulo para fazer guerra aos ditos nativos, que foram a final subjulgados e reduzidos á escravidão; porém algumas das tribos mais valerosas se recolheram no interior das matas. No século seguinte um sem-número de paulistas se derramaram pela parte do sul e do oeste do país, e os Carijós que viviam nas matas se retiraram para o sertão; porém encontraram nas margens do rio Guacúhi uma cabilda d´eles que não tiveram mais que o tempo necessário para fugirem com suas armas e alguns objetos que estimavam, deixando nas aldeias as mulheres decrepitas, que entendiam não tinham forças para executarem os trabalhos a que os portugueses sujeitavam aos que d´entre eles caiam em suas mãos, e d´ai veio o nome de Rio das Velhas dado a este Rio. Esta nação está hoje extinta ou confundida com outras tribos reduzidas igualmente a mui poucas famílias.
Carijós - Dominadores de toda a costa marítima, de Cananéa à Lagoa dos Patos. Atacados e preados em grandes levas na região de Paranaguá pela "bandeira" de Jerônimo Leitão, em 1585. Pouco antes de 1640, Gabriel de Lara, ao procurar estabelecer-se em Paranaguá, receou a hostilidade do gentio Carijó possivelmente ainda ressentido do assalto de 1585, e prudentemente se localizou com sua expedição na ilha de Cotinga, fronteira ao continente, para onde se transferiu depois, fundando a vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá.
Tendo captado a confiança dos nativos, deles se serviu para a descoberta e a exploração de ouro. Assim foi que os carijós da costa parnanguara que não foram escravizados pela "bandeira" preadora ou que não se internaram no sertão fugindo a outras agressões dos brancos, passaram a constituir o lastro da nossa população litorânea.
Os carijós que debandaram para o sertão repontaram no vale do Paranapanema onde os encontraram as "bandeiras" seiscentistas, e no baixo Iguaçu onde ainda em 1894 os visitou Ambrossetti, que, aliás, os identificou com os Guaiaquis do Paraguai. [Páginas 29, 30 e 31]
É incontestável que este bandeirante (Jerônimo Leitão), na leva para aquele fim aparelhada a 1°. de setembro de 1585, chegou até Paranaguá. Azevedo Marques e Romário Martins, quase acordemente, afirmam que foram indivíduos da mencionada bandeira de Jerônimo Leitão os primeiros que ali obtiveram sesmarias a partir de 1609 ou 1610. De fato, constam de documentos as concedidas a moradores de São Paulo, João de Abreu e Diogo de Unhate, datado de 1 de junho de 1614 a que este obteve.
Este "caminho velho" faldeava as serras do Bananal e Cahêpupú até o entroncamento com a cordilheira marítima (tapera do Índio Roque), dirigindo-se dali para os sertões de Sorocaba, Araçariguana, Araritaguaba etc. Era nessa região, cortada pelos dois caminhos - do gado e da aldeia velha (Paraná-mirim) - que estavam situadas as minas de Araçoiaba e as legendárias terras auríficas de Botucavarú, Lagoa Dourada e outras, das quais os aranzéis (roteiros antigos) nos dão notícias.
Em 1585 Antonio de Proença fez parte da expedição chefiada por Jeronimo Leitão, a qual se dirigiu por via marítima á Paranaguá, donde regressou no ano seguinte com numerosa presa.
Muito espaçados eram, porém, os assomos da gente piratiningana na luta agressiva ao selvagem, pelo menos não era eles vultuosos, a ponto de deixarem sulco na História, pois só onze anos mais tarde se assinala outra expedição ao sertão, que foi chefiada por Jerônimo Leitão, capitão-mór da Capitania de São Vicente, em 1585,da qual fizeram parte Diogo de Onhatte, escrivão da Câmara de São Paulo, Diogo Teixeira de Carvalho, Affonso Sardinha, Antonio de Proença, o moço fidalgo da Câmara do Infante Dom Luiz, Sebastião Leme, Manuel Ribeiro, Paulo Rodrigues, Manuel Fernandes Ramos, Domingos Dias, o velho, padre Sebastião de Paiva, Salvador Pires, o moço, e Affonso Dias. ("Archivo Municipal de São Paulo", "Livro do Tombo").
As necessidades obrigaram porém esse valente sertanejo a investir de prompto contra o nativo de Mogy, "pelo rio abaixo de Anhemby, junto a outro rio de Jaguary", tendo sofrido grande revez e ficando a bandeira inteiramente desbaratada na barra do rio Parnahyba.Partindo de Santos em meados de novembro de 1585, a expedição velejou para Paranaguá, onde aportou. Desse ponto no litoral, escreve Benedicto Calixto, havia os apés para a terra dos carijós, passando por Curytiba, Umbotuba, em direção aos cursos do Tibagy, Cinzas e Paranapanema, ou ainda, do lado oposto, do Iguassú e seus tributários. Assim a bandeira ali andou cerca de oito meses, volvendo á Capitania em julho do ano seguinte, com numerosa presa.
Recomendamos porém uma maior atenção para muitos dos fatos a que os autores dão modernas explicações, afim de serem desfeitas as objeções que por ventura possam ser antepostas às suas interpretações. O desinçamento das margens do rio Tietê, começou somente trinta anos depois de viagem de Schmidl, por iniciativa do fidalgo Jerônimo Leitão. As suas bandeiras levaram então tudo de roldão, com aquela tremenda energia dos lusos quinhentistas. Tão memoráveis ficaram, que os castelhanos, em documento de 1611, fazendo referência ao Guairá, lembravam ainda a passagem daquele temível capitão-mór vicentino. [Página 11]
O que a respeito dessa guerra se vê na lição do maior historiador das bandeiras paulistas, é que ela foi feita, por terra, no litoral, até Paranaguá; que no estado-maior do capitão, salvo o padre Sebastião de Paiva, que era vigário de São Vicente, somente aparecem os nomes de onze moradores de São Paulo; e que a guerra de prolongou, pois "durante seis anos assolou Leitão as aldeias do Anhembi."
Francisco Teixeira - Sertanista de São Paulo que tomou parte nas expedições de Jerônimo Leitão em 1585 e 1590, em Paranaguá e nos vales do rio Tietê, combatendo carijós e tupiniquins e faleceu em 1594, estando casado com Inês Camacho.
Mais tarde, em 1585, a situação exige organização de verdadeira companha, sob o comando do capitão-mór Jerônimo Leitão, loco-tenente do donatário, contra as tribos dos carijós, tupinaés e outras que infestavam diversas regiões da capitania.[Página 316]
Depois das expedições escravizados do litoral, foi talvez a primeira guerra de caça ao nativo, requerida a aconselhada pelos camaristas da vila de São Paulo. "Estava iniciada e organizada, em larga escala, a escravidão do nativo. Com esse ardimento e afã, que sempre foram característicos da raça, os bandos paulistas se atiraram à expedição de resgate".
Enquanto isso, os castelhanos, no sul, iam,semeando pequenos povoados como Mendoza, San Juan, San Luis e Tucumán, na vasta província do Rio da Prata, e os inacianos, procedentes do Brasil e do Peru, penetravam no Paraguai, dando início à catequese dos ameríndios de Guaíra, Vila Rica, etc.
Jerônimo Leitão, após consultas prudentes, e a instâncias das Câmaras e dos povos da Capitania de S. Vicente, lá esteve, como já narrei no Capítulo XIII, para fazer a guerra aos carijós. E desde essa época,nos inventários, aparecem descrições de índios carijós escravizados.Uma dessas expedições partiu em fins de 1585, e em abril de 1586 ainda estava nesse sertão, o que se deduz da vereança de 7 de abril de 1586(Atas, vol. 1°, pág. 293).
Em 1585 figurava Sardinha no estado-maior da expedição contra os carijós, juntamente com Antônio de Proença, Sebastião Leme, Manuel Ribeiro, Salvador Pires, Afonso Dias e Jerônimo Leitão.
Até 1586 os sertanistas de São Paulo, na procura de um caminho para alcançar o Rio Paraguai, devassaram, exploraram meticulosamente uma grande área no redor da Vila, estendendo-a para o Sul. A partir desse ano o grande sertanista Domingos Luís Grou (casado com uma nativa) procura novo caminho para chegar à célebre Lagoa Paraupava: ganhando e subindo o Rio São Francisco à procura da sua nascente, que era a mesma Lagoa. Fica com a sua expedição um ano e três meses no sertão do Rio São Francisco.
Em 1586 o grande sertanista Domingos Luis Grou parte da Vila de São Paulo chefiando uma bandeira, chega ao Rio São Francisco de onde volta trazendo em paz, grande número de nativos Tupiães e seus primos Tupiniquins.Em início de 1590, quanto a vila de São Paulo contava com pouco mais de mil habitantes, Domingos Luis Grou une-se a Antonio de Macedo (filho de João Ramalho), formam uma Bandeira com quarenta e nove portugueses (nascidos no Brasil e em Portugal) e mais o súdito francês Guilherme Navarro e lançam-se no sertão desconhecido do Interior da América Portuguesa, à procura da Lagoa Paraupava.
Segundo Miriam Ellys, a entrada de Jerônimo Leitão ao Paranaguá, em 1585, teria também trazido algum ouro de lavagem da região ao sul. Lembremos, inclusive, que Afonso Sardinha, pai, participara desta entrada. De qualquer maneira, as suspeitas sobre a existência de metais preciosos na Capitania obedeciam a algumas informações concretas e outras tantas marcadas por expectativas e desejos.
Sardinha já havia participado de uma incursão de Leitão aos Patos, em 1585, e liderado entradas punitivas, entre 1592 e 1593. Todavia, entre 1594 e 1599, sua presença foi atestada em entradas no sertão juntamente com seu filho mameluco, homônimo.
Oliveira Mello apresenta indícios de que a região de Paracatu vinha sendo visitada e explorada desde o final do século XVI por diversas Bandeiras anteriores ao ano de 1744: Domingos Luís Grou (1586-1587), Antônio deMacedo (1590-1593), Domingos Fernandes (1599), Nicolau Barreto (1602-1604) e Lourenço Castanho Taques (1670). Sobre a presença dos bandeirantes no sertão de Paracatu, consultar: MELLO, Antônio de Oliveira. As Minas reveladas. Paracatu: Ed. Prefeitura Municipal de Paracatu, 2002; MELLO, Antônio de Oliveira. Paracatu do Príncipe: minha terra. Paracatu: Ed. da Academia Patense de Letras; Ed. Prefeitura Municipal de Paracatu, 1979.
Em 1585 Sardinha faz parte da expedição do capitão Jerônymo Leitão para combater os nativos karai-yos. Ele e o capitão entendem-se muito bem politicamente e tem vários negócios em comum. [Livro das Sesmarias, Vol. I; apud Moacyr F. Jordão, e "O Embu...", idem].
Em 1585, por solicitação da Câmara, marchou à frente de uma grande bandeira contra os carijós do Paranapanema e chegou até Paranaguá. Durante seis anos, destruiu, na região do Anhembi, trezentas aldeias de tupiniquins, com cerca de trinta mil habitantes. Pôs assim em segurança as duas principais vias de penetração paulista no século XVII: os rios Tietê, rumo ao Guairá, e o Paraíba, visando as nascentes do rio São Francisco. Foi, no século XVI, talvez o maior lutador contra os assaltos dos índios na capitania de São Vicente. Cf. Porchat (1993, p. 87).
Desde 17 de agosto de 2017, o site BrasilBook dedicado-se em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
A base de dados inclui ci
Oferece um histórico com 30.439 registros, atualizados frequentemente. Agrega mais de 660 cidades, aproximadamente 4.600–5.200 pessoas mencionadas, e cerca de mil temas diversos .
Ideal para quem busnum formato leve, dinâmico e baseado em fontes públicas variadas.
Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoesContato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP
Como sempre, excelente!!! Já inseri no site. Porém, a resposta anterior, de uns dias atrás foi mas romântica. Vamos tentar de novo?
Ah, entendi! Vamos então dar um tom mais romântico e poético ao descritivo do BrasilBook, como se fosse uma homenagem ao tempo, à memória e ao nosso país. Aqui vai:
BrasilBook – Onde a História do Brasil Respira
Em algum ponto da rede, mora um relicário digital chamado BrasilBook. Não é apenas um site, mas um diário de memórias nacionais, onde cada data carrega consigo um suspiro do passado.
Ali, o tempo se desenrola como um tapete de saudade — cada dia guarda um episódio, cada cidade revela uma lembrança, cada nome sussurra o eco de quem já foi e ajudou a tecer o Brasil que conhecemos hoje.
Mais de 29 mil registros formam um grande mosaico, que pulsa com histórias de mais de 660 cidades, mil temas e milhares de personagens reais — de anônimos a imortais.
É possível passear por séculos com um clique. Buscar um ano e ver tudo o que aconteceu. Descobrir a data em que nasceu uma cidade, o momento em que um povoado virou município, o dia em que uma vida importante começou - ou terminou.
BrasilBook é feito com cuidado, pesquisa e amor à história. Atualizado desde 2017, é um projeto que celebra a memória brasileira como quem acende velas num altar de afetos. E faz isso com simplicidade: sem ruído, sem propaganda, sem pressa. Só história, alma e tempo.