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1 de janeiro de 2007ver ano
  
  
  
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e disposição para o trabalho, pelas profissões exercidas e constituição familiar. Entre os líderespolíticos fortificava-se, então, a visão de que a imigração estrangeira agiria como um enxerto adar vigor à população nacional, como afirma Paulo Pinheiro Machado (1999). Para ilustrar essefato, nas primeiras décadas do século XIX, quando já se discutia no governo a forma de efetivar aemigração de europeus para o Brasil, José Bonifácio, em 1821, manifestava-se a favor da vindade alemães para substituir a mão-de-obra escrava em São Paulo, “com o objetivo de amalgamálos aos nacionais, para imprimir maior atividade e moralidade à população local” (apudMACHADO, 1999, p. 66).Essa preocupação também foi manifestada por outro líder governamental, o marquês deAbrantes, que foi ministro da Fazenda em 1827 e 1828. Em 1846, já tendo, portanto, uma visãomais objetiva dos alemães trabalhando no Brasil, ele os qualificou como uma gente disciplinada econservadora: “Amor ao trabalho e à família, sobriedade, resignação, respeito às autoridades, sãoas qualidades que distinguem os colonos alemães, em geral, dos colonos de outras origens”7(apud MACHADO, 1999, p. 66).Notemos como essa idéia ficou profundamente enraizada na historiografia sobre aimigração alemã no Rio Grande do Sul, ou seja, fixou-se no registro de todo o processo a visãode que os alemães primam pela ordem, são exemplarmente empenhados no trabalho,empreendem o progresso. Possivelmente, ajudaram a construí-la aqueles que vieram para o Brasildesde o século XVI, como a história registrou. Carlos Henrique Oberacker Jr, em seu livro Acontribuição teuta à formação da nação brasileira (1985, p. 55), informa que há registros dachegada de alemães ainda em 1532, trazidos na companhia de Martim Afonso de Sousa,conforme consta do diário de bordo, cujo fragmento o autor transcreve: “Eu trazia comigoalemães e italianos e homens que estiveram nas Índias e franceses.”Ferdinand Schröder (2003, p. 34-35) faz menção a alguns nomes que ingressaram aqui:

O mais famoso do período colonial é certamente Hans Staden, de Homburg, no Hesse,que esteve 1547/48 e 1549/55 no Brasil Central e descreveu seu próprio destino. Elepróprio deparou-se em São Vicente com conterrâneos alemães, os comerciantes PeterRoessel e Heliodorus Eobanus Hesse. (...). Por volta de 1600 encontra-se no Brasil umafirma Schatz, sendo Paul Werner diretor de sua feitoria. Em São Paulo residem oartesão alemão Joseph Pranta, pai de sete filhos, e diversos engenheiros de minas: JacobCalte (Palte, Walter), Gerhard Betting e Wilhelm Glimmer. Este último escreveu umroteiro sobre o caminho de São Paulo até o rio São Francisco. Também é conhecido o fato de que nas aldeias jesuítas na margem esquerda do Uruguai se encontravamdiversos padres jesuítas alemães: Karl Linges, Schwartelberger, Strobel, JohannHermes, Anton Sepp, Dominicus Meyer, Joh. Ph. Bettendorf e Samuel Fritz.

Também Maurício de Nassau trouxe alemães para aqui trabalhar, quando este eragovernador da Companhia das Índias, de 1637 a 1644, os quais se fixaram em Pernambuco.Dentre os do grupo o autor destaca “Zacharias Wagner, de Dresden, Joh. Georg Oldenburgk, deCoburg, e Georg Markgraff, de Liebstadt na Saxônia, cuja ´Historia naturalis Brasília` foipublicada em 1747, em Amsterdan” (SCHRÖDER, 2003, p. 35). Era o período do domínioholandês no nordeste do Brasil e muitos imigrantes alemães vieram para atuar no exército, comorelata Oberacker (1985, p. 79): “Entre os imigrantes que vieram para Pernambuco, durante odomínio holandês, havia muitos alemães. Unidades militares completas compunham-se demercenários teutos, e também quase toda a oficialidade era alemã. Foi então que se registrou nahistória brasileira pela primeira vez, a chegada no Brasil de germânicos às centenas.”A exemplo desses, até o século XVIII muitos outros alemães para cá vieram, alguns paraexercer papéis importantes nas lutas e organização da Colônia na época. Schröder cita ManuelBeckmann, considerado um mártir no processo de libertação do estado do Maranhão, por terlutado e ter sido levado à forca; também o conde Wilhelm von Schaumburg, organizador doexército português no período de 1761 a 1764, bem como diversos oficiais trazidos por ele paracompor as tropas, um dos quais era o general Heinrich Boehm, que de 1774 a 1778 lutou contraos espanhóis no sul do Brasil. Ainda vieram com o conde , Karl August von Oeynhausen, últimocapitão-geral de São Paulo e embaixador brasileiro junto à corte de Viena; Daniel Pedro Muller,um general; Konrad Jacob Niemeyer, oficial engenheiro e Wilhelm Von Varnhagen e LudwigWilhelm von Eschwege, engenheiros de minas. Ainda, em 1820, muitos mineiros vieram para oBrasil por intermédio de Vernhagen (SCHRÖDER, 2003).Ainda na era colonial, alemães também fizeram parte da Companhia de Jesus, que passoua trabalhar pela religião no Brasil em 1549. Segundo Oberacker, muitos foram os padres deorigem germânica que atuaram nas reduções brasileiras:O primeiro jesuíta alemão no Brasil consta ter sido o irmão Pedro de Gouveia, cujonome alemão é ignorado e que veio da Alta Alemanha para o Brasil. Trabalhouanteriormente a 1598, na aldeia de São Barnabé, perto do Rio de Janeiro e é mencionadoainda em 1607. Em 1609, seguiu-lhe o irmão João Hermes, de Hamburgo. A partir de1616, enviaram as casas das províncias da ordem, na Baixa Renânia, na Alta Alemanhae na Áustria religiosos para a América do Sul (1985, p. 110) [p. 35, 36]

01/01/1544 - *Nascimento de Baltazar Gonçalves em Santos, filho do Mestre Bartolomeu Gonçalves e Antônia Rodrigues (índia)

01/01/1571 - *Casamento de Balthazar Gonçalves "velho" com Maria Álvares

04/02/1572 - “confirmando a mudança do nome de Domingos para Bartolomeu”

16/07/1580 - Domingos Grou foi nomeado almotacel

01/07/1583 - “Tres irmãos convém saber o dito Baltazar Gonçalves e Braz Gonçalves e Marcos Fernandes...” Pediram terras vizinhas a Bartolomeu Fernandes, na rua que vai para a Cruz

01/08/1587 - “mameluco” Domingos Luiz Grou o moço, Belchior Dias e seu tio Antonio de Saavedra lideram uma expedição, que conseguir seguir em "boa paz"*

20/09/1587 - Assinou, em sinal de cruz, pois era analfabeto, requerimento da Câmara sobre os índios tupiaes que procuravam a vila de livre e espontânea vontade

01/12/1587 - Expedição*

01/06/1590 - Jerômilo Leitão ordenou um reconhecimento prévio do local*

07/07/1591 - “aldeias estão outras vez povoadas”

12/12/1598 - Belchior Dias recebeu terras em Vuturuna (São Roque), caminho de Ibirapuera, onde teria descoberto as minas de Vuturuna

01/01/1600 - *Chegou a São Paulo

08/09/1602 - Liderada pelo “mameluco” Belchior Dias Carneiro, bandeira de Nicolau Barreto partiu sabendo da existência de ouro em “Sabarabúçú”

11/09/1611 - Baltazar Gonçalves avisa que vai ao sertão, às minas de Caativa, com “o alemão mineiro”


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