Mateus Luís Grou (ouvido a 11 de outubro de 1627), natural de São Paulo, com cerca de 50 anos de idade, filho de Domingos Luís Grou e de Maria da Peña. Sendo rapaz, foi seu discípulo na escola e o acompanhou muitas vezes. Vindo Anchieta por visitador, fora visitar no Ibirapuera a casa de Clemente Álvares, que recebeu em sua casa e sítio o dito padre. Com sua chegada as flores de hortelã floresceram, não tendo flor nenhuma. Eletestemunha, junto com os mais moços da escola, foram ver. Outro caso narrado foi o de seu pai e demais companheiros que estavam no sertão em uma jornada, sendo tidos e havidos por mortos e se lhes fazia inventário de suas fazendas, por haver 7 anos que lá andavam, apartados desta vila. Do púlpito da igreja, Anchieta disse para não fazerem os inventários de Domingos Luís Grou e de seus companheiros, porquanto todos estavam vivos e somente lhes faltava uma passagem para passarem, a qual passagem suposto que o dito padre a não declarou, entenderam ser um encontro que tiveram no caminho com o gentio. Ouviu dizer a Estevão Ribeiro, o velho, o caso do breviário que lhe faltou na vila de Nossa Senhora da Conceição. 1627). Processos Anchietanos. Qualificação e Depoimento das Testemunhas dos Processos Anchietanos mais Antigos. Página 29]
Segundo uma informação que encontramos no “Povoadores do Campo de Piratininga” Bartolomeu Gonçalves faleceu antes de 1572 porque neste ano, diz Américo de Moura (1881-1953), Baltazar Gonçalves e Maria Alvares passaram uma escritura ao cunhado Rodrigo Alvares de terras pertencentes ao espólio de Bartolomeu. (Verbete transcrito abaixo). Rodrigo Alvares é identificado pelo mesmo autor como marido de Catarina Ramalho, filha de Bartolomeu. Isso parece indicar também que Baltazar foi herdeiro de Bartolomeu Gonçalves, confirmando a mudança do nome de Domingos para Bartolomeu. [Povoadores do Campo de Piratininga, Américo de Moura (1881-1953)] • 1° fonte: 13/02/1590 Escritura segunda que fez Braz Cubas ao Convento do Carmo, 13.03.1590, Porto de Santos
Clemente Álvares (ouvido a 5 de abril de 1622), natural de São Paulo, com cerca de 53 anos de idade, filho de Álvaro Rodrigues e de Catarina Gonçalves. Relatou que o Padre Anchieta profetizou que sua casa se queimaria em seis meses. Possuiu de relíquia um retalho de pano, que foi consumido pelos doentes a quem emprestou e que recuperaram a saúde. Eram seus sogros Baltazar Gonçalves e Maria Álvares.
Mateus Luís Grou (ouvido a 11 de outubro de 1627), natural de São Paulo, com cerca de 50 anos de idade, filho de Domingos Luís Grou e de Maria da Peña. Sendo rapaz, foi seu discípulo na escola e o acompanhou muitas vezes. Vindo Anchieta por visitador, fora visitar no Ibirapuera a casa de Clemente Álvares, que recebeu em sua casa e sítio o dito padre. Com sua chegada as flores de hortelã floresceram, não tendo flor nenhuma.
Sabe-se que, natural de São Paulo, Clemente Alvares era homem empenhado e dedicado aos metais. Parceiro de Afonso Sardinha, o moço, durante suas empreitadas de pesquisa de minas, casou-se com a filha do castelhano Martim Rodrigues Tenório, um dos envolvidos no erguimento do engenho de ferro em Santo Amaro.
Pelos anos de 1569 ou 1570, em conseqüência de certas dissensões, fatos mal esclarecidos em S. Vicente e S. Paulo, retirou-se dessa vila com seus administrados e acompanhantes e se estabeleceu numa região do rio Anhembi dominada por índios contrários. Como hábil
capitão do gentio, devia ter um relacionamento pacífico com esses índios,
os quais já manifestavam amizade pelo Padre José de Anchieta (Processo
Remissorial de 1627-1628, depoimento de Ascenso Ribeiro e outras pessoas).
Muito se empenhou o Cap. Mor Jorge Ferreira em traze-lo de volta para S. Paulo, sem obter êxito. Foi bem sucedido nessa diligência o Beato Padre José de Anchieta que, no ano seguinte, conseguiu sua reconciliação. Não obstante a maledicência de algumas pessoas (com omissão da defesa do acusado) nada se provou de matéria grave que resultasse em processo contra o sertanista, em sua prisão ou degredo.
Clemente Alves ou Alvares, nasceu em São Paulo pelos idos de 1569 numa 5ª Feira Santa. Foi batizado pelo Padre José de Anchieta que escolheu o nome por ter ele nascido no dia em que a Igreja celebrava a Última Ceia, dia do perdão e da clemencia. Era filho de Alvaro Rodrigues e Catarina Gonçalves, conforme declarou no processo informativo sobre o Padre Anchieta em 1622 e em 1627, quando também declarou sua naturalidade e deu informações sobre seu batismo. Moradores em São Paulo desde a primeira hora, talvez vindos de Santo André.
Se Clemente era filho de Álvaro Rodrigues e de Catarina Gonçalves, por que seu sobrenome é Alvares? É curioso, pois nesse período os sobrenomes Fernandes, Gonçalves, Rodrigues e Dias era dado a qualquer pessoa sem precisar de parentesco. Nativos batizados, caboclos, escravos por serem sobrenomes de certa nobreza e importância. Durante o apadrinhamento era comum também o padrinho dar seu sobrenome ao afilhado. Isso pode ser percebido com clareza na Família de Braz Gonçalves. Esses nomes “Braz Gonçalves”, “Balthasar Gonçalves”, repetem-se com frequência na família e as designações “o Velho” e “o Moço” mudam conforme o tempo passa e “o Velho” já tinha morrido e “o Moço” já se tornara “o Velho”.
Esse ano o Padre José de Anchieta foi nomeado reitor do Colégio de Jesus em Reritiba (atual Anchieta, Espírito Santo) e percorreu as terras do Espírito Santo como visitador dos jesuítas, encarregado de estabelecer novas aldeias para a catequese dos índios. Tendo Anchieta voltado para São Paulo em 1569, os seus biógrafos nos dão notícia de alguns acontecimentos, que foram bem apurados por Antonio de Alcantara Machado na "Vida" que escreveu como posfacio das "Cartas".