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24 de março de 1582ver ano
  
  
  
  4 fontes


A viagem prosseguiu naturalmente até o Rio de Janeiro, onde chegaram com 16naus no dia 24 de março Do Rio de Janeiro o almirante enviou Diego de la Rivera àSão Vicente com algum dinheiro, ferro e tecidos para negociar com vistas aoreabastecimento da armada [1]

Tanto que chegou a esta Bahia, que foi no anno de mil quinhentos oitentaé dous, escreveo a todas as Capitanias que conhecessem a sua Magestade porseu Rey, e foi de importância este aviso, porque Jahi a poucos dias chegarãotres naus Francezas ao Rio de Janeiro, e surgirão junto ao baluarte, que estáno porto da Cidade, dizendo que ião com huma carta de Dom Antonio perao Capitão Salvador Corrêa de Sá, o qual nesta occasião era ido ao sertão fazerguerra ao Gentio ; mas o administrador Bartholomeu Simões Pereira, que haviaficado governando em seu logar, e estava informado da verdade pela carta doGovernador Geral, lhes respondeo que se fossem embora, porque já sabia quemera seu Rey; e porque a Cidade estava sem gente, e não havia mais nella queos moços estudantes, e alguns velhos, que não puderão ir á guerra do sertão,destes fez huma companhia, e Donna Ignez de Souza, molher de SalvadorCorrêa de Sá, fez outra de molheres com seus chapéus nas cabeças, arcos efrechas nas mãos, com o que, e com o mandarem tocar muitas caixas, e fazermuitos fogos de noite pela praia, ^zerão imaginar aos Francezes que era gentepera defender a Cidade, e assim a cabo de dez ou doze dias levantarão asâncoras, e se foráo. [2] Sabemos que, entre as mercadorias compradas, estevegado solicitado junto à vila de São Paulo [3]]As Atas deixam claro que, no ano anterior, o gado havia sido, de fato, fornecidosob a condição de que os fornecedores recebessem preço justo em moeda, o que não foicumprido. Assim, a rejeição do pedido ganhava legitimidade, mediante quebra deacordo de uma das partes. Neste sentido, não representava um ato de rebeldiasimplesmente. Conforme versão apresentada nas narrativas de Pedro Sarmiento deGamboa, Valdés e seu tesoureiro, Diego de la Ribera, estavam mancomunados para seapropriarem do dinheiro da armada. Segundo ele, o tesoureiro trocava os panos, vinhose ferramentas, que abasteciam os navios, por carne e farinhas em São Vicente, nãoutilizando, assim, o dinheiro destinado para tal [4] • 1° fonte: 01/01/1969
“Visão do Paraíso - Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil”. Sérgio Buarque de Holanda

Sabe-se, com efeito, que um dos informantes de Hakluyt sobre as vantagens que podia oferecer a Ilha de São Vicente é o mesmo Thomas Griggs, que, tendo viajado anteriormente no Minion, aludira, segundo aqui mesmo já foi notado, à pouca distância, “doze dias apenas”, por terra ou água, entre a vila de Santos e certas partes do Peru. Que não deveria parecer muito extraordinária essa idéia indicam-no os receios surgidos na mesma época, isto é, em 1582, no Rio de Janeiro, de que se desgarrassem e fugissem para o Peru os oitenta soldados deixados em São Vicente parada defesa do porto pelo contador Andrés de Equino, da armada de Diego Florez Valdez.

Mesmo a quem não partilhasse de ilusões semelhantes sobre a pretensa facilidade de acesso ao Peru entrando pelo caminho de São Vicente, pareceria claro, ainda nos primeiros anos do século seguinte, e mais tarde, que, de todas as do Brasil, era aquela a capitania de melhor passagem para as míticas serras, de onde, segundo numerosos testemunhos, continuamente se despejavam riquezas fabulosas no lago que ia alimentar o São Francisco e outros rios. E se o mau sucesso de tantas buscas sucessivas parecia sugerir que, ao menos na América Portuguesa, se não verificava a antiga crença de que os tesouros naturais sempre se avolumam à medida que se vai de oeste para leste, impunha-se a suspeita de que essas minas estariam, ao contrário, nas vizinhanças dos lugares onde fora largamente comprovada sua existência: em outras palavras, para as bandas do poente e junto às raias do Peru.

Idéia simplista, sem dúvida; por isso mais apta a logo fazer prosélitos. A prova de que não se apartaria muito da realidade está em que, passado mais de um século, se descobrirão, justamente naquele rumo, as grandes aluviões auríferas de Cuiabá e Mato Grosso, das mais avultadas que registra a história das minas do Brasil. [p. 118]



• 2° fonte: 01/01/2005
INVENTÁRIO DEDOCUMENTOS HISTÓRICOS BRASILEIROS





• 3° fonte: 01/01/2012
\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\26886titulo.txt





• 4° fonte: 01/01/2019
\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\3644titulo.txt






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