O governador, reconhecido por frei Vicente de Salvador como homem prófilipino, parece ter causado outra impressão em alguns castelhanos seus contemporâneos. O Conde de Lançarote, governador do presídio espanhol instalado na
Ilha da Madeira, relatou ao rei em 14 de março de 1583, dentre outras coisas, que desembarcara na ilha Manuel Telles Barreto, governador do Brasil, e, por conversações e práticas que tivera com ele, dizia não ter ficado muito satisfeito. O governador castelhano recomendava ao rei ter cuidado, pois Barreto bem poderia ter articulado alguma coisa com antonistas na Madeira. Além disso, levantou dúvidas sobre o ouvidor-geral que acompanhava o governador-geral e de quem parecia muito próximo. Nos relatos do
Conde, a Madeira parecia ser um antro de pró-antoninos e os portugueses, gente para se
desconfiar. Em outra carta, ele narrou uma briga entre um marinheiro português, da
armada do governador Barreto, e um soldado castelhano do forte, que resultou na morte
do marinheiro e num levante anticastelhano liderado por um certo Juan de Bettencourt.
O Conde lamentava a quantidade de “pesadumbres y quien vivere entre portugueses
bien se las a de pasar siempre porque aun que sea um sancto caído del cielo entiendo
que entre ellos no sea de poder conservar...” Por fim, conta que foi obrigado a enforcar
o soldado para acalmar os ânimos, mas este morrera como mártir, ressalvava o conde. [1]
As desconfianças em relação à Barreto também foram partilhadas por Valdés.
Em carta ao rei, comentou como:
en lo que toca a Manuel Tellez Barreto que VM alli imbio por governador combiene como tengo dada relacion a VM le embie a llamar porque si alla no estubiese algunos dias la tierra acabaria de perder-se porque de mas de no tener las partes que se requerem para aquel cargo es demasiada la aficion que tiene a las cosas de Don Antonio y como tal tiene sus criados en su servicio y algunos deudos de Don Antonio