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Sardinha, o moço, ainda teria construído dois engenhos para fundição de ferro em Araçoiaba, sendo um deles doado ao próprio governador
1600ver ano
  
  
  
  6 fontes


Segundo Joan Faus (1976, p. 121) Dom Francisco de Souza costumava passar pela região em viagem rumo a Araçoiaba “para inspecionar as minas de ferro, dois fornos catalães de sua propriedade e a vila de Nossa Senhora de Monserrate, que ele fundara.” [Imaginária Retabular Colonial em São Paulo. Estudos Iconográficos (2015) Maria José Spiteri Tavolaro Passos. Página 271] • 1° fonte: 01/01/1876
Apontamentos Históricos, Geográficos, Biográficos, Estatísticos e Noticiosos da Província de São Paulo seguidos da Cronologia dos acontecimentos mais notáveis desde a fundação da Capitania de São Vicente até o ano de 1876. Manuel Eufrásio de Azevedo Marques





• 2° fonte: 01/01/1886
Chronica geral do Brazil

Malogrado a descoberta das minas de prata da Bahia, noticiada a Felippe II de Castella por Diogo Dias, e para cuja execução foi encarregado D. Francisco de Souza, governador geral do Brasil, persistindo El-rei na ideia da descoberta de minas determinou ao governador, que insistisse nela, e sabendo D. Francisco de Souza, que na serra de Araçoiaba ou Araaçoiava (cobertura do sol), montanha de três léguas de comprimento, no distrito de Sorocaba, existiam jazidas de minerais, além de puro ferro, dirigiu-se para ali, e chegando em São Paulo em fins de do ano 1598, partiu para a serra de Araçoiaba, e reconheceu a riqueza do mineral pela presença de dois fornos que ali estavam, levados por um tal Sardinha, que os trouxera da Espanha, e em sua presença procedendo-se os ensaios, retirou-se D. Francisco de Souza, satisfeito do que vira, aceitando um dos fornos que Sardinha lhe ofertara.

Para não deixa o lugar sem uma lembrança da sua excursão, tendo antes passado pelo vale das Furnas, próximo a serra do Araçoiaba, escolhendo um sítio, fez levantar pelourinho, como símbolo de vila, o qual, foi depois transferido para o lugar onde posteriormente edificou a cidade de Sorocaba. (Vid. o governo de D. Francisco de Souza no meu Brazil Hist.)



• 3° fonte: 24/08/1913
Jornal O Paiz

Essas minas foram descobertas em 1589, por Afonso Sardinha e se acham situadas á margem do riacho que lhe dá o nome (Ipanema). Não desconhecendo o seu descobridor a importância do mineral encontrado, vencendo grandes dificuldades, conseguiu construir ai um forno de sistema usado na Catalunha, para o preparo do ferro; chamando-se então engenho de ferro.

Em 1600, foi cedido o engenho ao governador geral das capitanias do sul, D. Francisco de Souza, que não obstante as tentativas feitas, não conseguiu desenvolve-lo. Passando, por sua morte, a propriedade do engenho, a seu filho D. Antonio, que, em 1619, associou-se a Francisco Lopes Pinto e a Diogo de Quadros, não puderam desenvolver a fábrica, abandonando a ideia.



• 4° fonte: 01/01/1972
Processo de Tombamento das Forjas de Santo Amaro (1972)





• 5° fonte: 01/01/2010
“São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga

O filho Afonso Sardinha, o moço, era nascido em São Paulo, residia em Emboaçava, junto do rio Pinheiros, e minerava em Jaraguá. Descobriu minas de ferro em Araçoiaba em 1589, segundo Azevedo Marques, e com seu parceiro, Clemente Alvares, minas de ouro no Jaraguá, Vuturuna (Parnaíba) e Jaguamimbaba (nas proximidades da Serra da Mantiqueira). Sardinha, o moço, ainda teria construído dois engenhos para fundição de ferro em Araçoiaba, sendo um deles doado ao próprio governador em 1600. O moço faleceu em 1604, em pleno sertão, e fez correr fama de que deixara em testamento “oitenta mil cruzados de ouro em pó enterrado num botelho de barro...” Afirmação que foi ironizada por Afonso Taunay, pois segundo ele, depois da conversão aproximada desta quantidade em quilos, Sardinha o moço poderia ser considerado um “Fugger brasileiro”. [ Páginas 116 e 117]



• 6° fonte: 01/01/2012
Entre a memória coletiva e a história “cola e tesoura”: as intrigas e os malogros nos relatos sobre a fábrica de ferro de São João de Ipanema. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Social, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em História. Área de Concentração: História Social Orientadora: Profa. Dra. Nanci Leonzo

Segundo Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855): Em 1602, voltando o governador para Portugal deixou a fundição a seu filho D. Antonio de Sousa a quem propriamente Sardinha fizera o presente. Deste recebeu-a Francisco Lopes Pinto, fidalgo e cavaleiro, da Ordem de Cristo. [Página 203]

A documentação da Câmara de São Paulo registra que um engenho de ferro foi construído em 1660 na região do Ibirapuera, que teve como sócios D. Francisco de Sousa e Afonso Sardinha, cuja escritura de sociedade foi lavrada pelo tabelião Simão Borges de Cerqueiro. Um segundo engenho estaria supostamente instalado às margens do Rio Jerubatuba (atual Pinheiros), nas proximidades do baixo de Santo Amaro. Não restam dúvidas que os únicos engenhos de ferro conhecidos nesse período se localizavam em Araçoiaba.

Esses fornos tornaram-se famosos, porque são considerados como os verdadeiros precursores da siderurgia brasileira, ou ainda, a primeira fábrica de ferro do Brasil, por terem sido construídos em 1599 e a documentação da Câmara de São Paulo registrar a escritura de compra e venda dos fornos do Ibirapuera como ocorrida em 1600, isto é, após os fornos de Biraçoiaba. [Entre a memória coletiva e a história “cola e tesoura”: as intrigas e os malogros nos relatos sobre a fábrica de ferro de São João de Ipanema, 2012. Eduardo Tomasevicius Filho]




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