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Sermão do padre Antonio Vieira (1608-1697) associa, pela primeira vez, a Nossa Senhora do Rosário aos africanos escravizados
    1639
    Atualizado em 16/08/2025 06:52:47

  
  


No sermão XII, um dos poucos datados, prega do em 1639, na Sé da Bahia, Vieira dizia que, em 1475, estando a cidade de Colônia bloqueada por todas as partes, devastada eocupada pelo exército de hereges, apareceu a Virgem Maria a Jacob Sprenger e mandou que ele pregasse e exortasse a devoção ao Rosário e que prometesse, em seu nome, que, por meio dela, toda a província ficaria livre das armas inimigas.

E assim a Virgem teria cumprido a promessa, pois a vitória foi obti da com a expulsão dos hereges. Ora, assim como a Virgem ordenara que Sprenger pregasse o rosário em Colônia, da mesma forma mandava que Vieira o pregasse na Bahia.

Do mesmo modo, ainda, como em vários episódios de batalhas anteriores, em outros lugares da Europa, diante da ameaça herege em Pernambuco, cabia aos nossos soldados colocar a figura da Senhora nas bandeiras e usar o rosário a tira colo, pois, assim, mesmo em desvantagem numérica, poderiam alcançar a vitória.

Mas, nos sermões XVI, XX e XXVII, Vieira parece ter preocupações para além das exegéticas. Neles, Vieira relacionou a devoção ao rosário ao cativeiro dos negros pela escravidão.

No ser mão XVIII, dirigido aos negros escravos, Vieira elegeu como assunto a carta de alforria oferecida a eles pela Senhora do Rosário. O jesuíta dizia que, ao ver os negros tão de votos à Senhora, como filhos dela, concluiu ser “o cativeiro da primeira transmigração [...] ordenado por sua misericórdia para a libertação da segunda”. Mais do que isso: sua car ta de alforria não só era promessa de liberdade eterna na outra vida, mas de os escravos se livrarem do maior cativeiro desta vida.

Vieira, então, cita Homero e Sêneca para dizer que os escravos não eram escravos em tudo: a melhor parte do homem, que é a alma, é isenta de todo domínio alheio e não pode ser ca ti va. Des se modo, os ne gros, por mais que padeces sem no cativeiro, deviam se lembrar que aquele não era um cativeiro total, se não que meio cativeiro.

Ora, Vieira defendia a idéia de que havia dois tipos de cativeiros: o do corpo, no qual os corpos eram cativos involuntariamente e escravos dos homens, e o da alma, em que as almas, por vontade própria, se faziam cativas e escravas do demônio. Se a alma era melhor do que o corpo, e o demônio pior senhor que o homem, se o cativeiro dos ho mens era temporal e o do demônio, eterno, o maior e o pior cativeiro só podia ser o da alma.

A Senhora do Rosário, então, segundo Vieira, haveria de libertar, tornar forros os negros do maior cativeiro. Os negros deviam, assim, cativarem-se para se libertarem e se fazerem escravos da Virgem do Rosário para não o serem do demô nio; apagarem a marca do demônio, que era a marca dos cativos, e colocarem em seu lugar a marca do rosário, essa, sim, a marca dos libertos.

Gomes Eanes de Zurara foi um dos grandes defensores da idéia de que os africanos eram escravos por causa do pecado.






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