“que todos os moradores da banda de Ibirapuera façam o caminho, a saber, da casa de Jorge Moreira pelos matos e capoeiras até chegar ao caminho do conselho desta vila, o qual se fará dentro de doze dias, a partir de hoje” 0 03/07/1581
“que todos os moradores da banda de Ibirapuera façam o caminho, a saber, da casa de Jorge Moreira pelos matos e capoeiras até chegar ao caminho do conselho desta vila, o qual se fará dentro de doze dias, a partir de hoje”
Atualizado em 25/02/2025 04:39:51
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Quase cinco anos depois, na ata da sessão de 03 de julho de 1581, deixou escrito o escrivão Lourenço Vaz:
[...] que todos os moradores da banda de Ibirapuera façam o caminho, a saber, da casa de Jorge Moreira pelos matos e capoeiras até chegar ao caminho do conselho desta vila, o qual se fará dentro de doze dias, a partir de hoje. Os moradores que enviarão suas peças serão:
Manoel Ribeiro, três escravos; Manoel Fernandez, vereador, outros três escravos; Jorge Moreira, três escravos; Saavedra, um escravo; Pedro Alves, outro escravo; Jerônimo Ruiz, outro escravo; Bráz Gonçalves, uma peça; Marcos Fernandes, uma peça; João do Canho, um escravo; Baltazar Gonçalves, duas peças, sendo um macho e uma fêmea; Diogo Teixeira, um escravo Gonçalo Fernandes, uma peça; Baltazar Ruiz, uma peça.
Todos os moradores aqui nomeados que não enviarem suas peças, pagarão cem réis para o Conselho desta vila [...].
Essa ata, bastante detalhada, nomeia as pessoas que cederiam escravos para a feitura do caminho de Ibirapuera. Aos escravos índios são empregados os vocábulos peças, e a Baltazar Gonçalves especifica-se que mande duas peças, um macho e uma fêmea.
Contando-se o cedimento de mão de obra imposto a cada um dos nomeados moradores do trajeto, somam-se exatamente duas dezenas de peças, ou seja, quase o dobro do número mobilizado para tornar o prédio da Câmara mais confortável, quando da absolvição dos moradores relapsos, meia década antes. Cumpre ainda rememorar que, naquela oportunidade, a soma de onze cativos correspondia apenas ao que foi exigido dos homens passíveis de pagar a multa previamente afixada.
Cremos ser importante relembrar que na documentação por nós percorrida, os negros da terra sempre aparecem envolvidos em trabalhos de interesse público. É curioso observar que essa faceta nada periférica da São Paulo primeva, via de regra não aparece na historiografia do bandeirismo, que comumente oferta a versão do índio escravizado a serviço exclusivo de seu senhor, nas lavouras e em vários outros trabalhos de cunho privado, cumprindo frisar que tal enfoque é apanágio dos autores críticos, uma vez que os historiadores ou cronistas apologetas dos bandeirantes optam por minorar a questão da escravidão indígena ou, até mesmo, passar ao largo de tal temática. O índio servidor e escravo de seu próprio amo ou senhor é, mesmo assim, relativamente conhecido pelosenso comum, devido principalmente às postulações das produções críticas, que,há pouco mais de duas décadas, tomaram um impulso importante, postando-se,naturalmente, como antagonistas teóricas das diretrizes gerais ou das principaisargumentações ou asserções dos trabalhos convencionais — trabalhos esses hámuito disseminados largamente em todo o Brasil, tendo na instituição escolarum importante núcleo de irradiação.
Atas da Câmara da cidade de São Paulo Data: 30/03/1575 página 71 e 72
Aos 3 de julho de 1581 nesta vila de São Paulo do campo nas pousadas do vereador Manoel Fernandes estando juntos o vereador do ano passado Go. Fernandes por não estar nesta vila Antonio Bequdo e o juiz Manoel Ribeiro e o procurador do conselho Salvador de Paiva para quem porem em prática para bem e por do povo, digo por desta vila não façam dúvida na entrelinha por que se fez por verdade logo na dita câmara o procurador do conselho Salvador de Paiva deu em rol os que não mandaram a fonte que os senhores vereadores os ouvesse por condenados as pessoas seguintes e sobre o procurador do conselho digo seguintes e mandaram a mim também que carregasse sobre o procurador do conselho e lhe passasse mandado para serem penhorados com a pena que eles puseram a Antônio de Proença, Bertolameu Fernandes Ferreiro, João Masiel, João Soares, Po. de Leão, Amador Gonçalves, Francisco Pereira, os quais pessoas acima declaradas ouveram por condenados a cada um por sim em meio tostão conforme a postura e pregão que nos mandamos ditar no adro desta vila e o assinaram aqui eu Lourenço Vaz que isto escrevi - Manoel Fernandes, Go. † Fernandes - Manoel Ribeiro - Salvador de Paiva.
e logo na mesma câmara os senhores vereadores condenaram os que não vieram a procissão de Santa Isabel conforme a ordenação del rei em duzentos réis cada uma das pessoas seguintes, Gil Fernandes, seu genro Manoel Correa, moradores no Pequeri, Miguel Alvez moço, Antônio de Proença, João de Quadros, Baltezar Gonçalvez, Marcos Fernandes o moço, Miguel Fernandes, Jerônimo Roiz, Paulo Roiz, Francisco Pereira, todos moradores nesta dita vila os quais os oficiais mandaram que se carregassem sobre o procurador do conselho Salvador de Paiva e como assim houveram por condenados e assinaram aqui eu Lourenço Vaz que isto escrevi - Manoel Fernandes - Go. † Fernandes - Manoel Ribeiro - Salvador de Paiva.
e logo acordaram em câmara que todos os moradores que vier da banda de virapoeira farão o caminho convém a saber de casa de Jorge Moreira pelo matos e capoeiras até chegar o caminho do conselho desta vila o qual se fara doze a oito dias e São doze dias este presente mês convém a saber Manoel Ribeiro três machos e Manoel Fernandes vereador outros três machos, Jorge Moreira três machos, Saiavedra um escravo e pedraves outro escravo, Jerônimo Roiz outro macho, Braz Gonçalvez uma peça, Marcos Fernandes uma peça, João do Canho um escravo, Baltezar Gonçalvez duas peças, um macho e uma fêmea, Diogo Teixeira um macho, Go. Fernandes uma peça, Baltezar Roiz uma peça, as pessoas acima nomeadas todo o que não mandar ao caminho pagara cem réis para o conselho desta vila em quje os hão por condenados e isto por seres ereos e andarem por o dito caminho e assim acordaram os ditos oficiais que toda a pessoa que deribar rosa ou pão no dito caminho o ... e mandara consertar a sua custa afim de que possam andar nele para esta vila e isto com pena de 500 réis para o conselho em que o hão por condenado e de como assim o mandaram todos o assinaram aqui eu Lourenço Vaz que isto escrevi - Manoel Fernandes - Go. † Fernandes - Manoel Ribeiro - Salvador de Paiva. [p. 179, 180, 181]
[27490] Atas da Câmara da cidade de São Paulo: 1562-1596, volume I, 1967. Prefeitura do município de São Paulo 01/01/1967 [20137] A escravização indígena e o bandeirante no Brasil colonial: conflitos, apresamentos e mitos, 2015. Manuel Pacheco Neto 01/01/2015
Duas vezes a morte hei sofrido. Pois morre o pai com o filho morto. Para tamanha dor, não há conforto. Diliu-se em prantos o coração partido. Para que ninguém ouça o meu gemido, encerro-me na sombra do meu horto. Entregue ao pranto ao sofrer absurdo. Querendo ver se vejo o bem perdido! Brota a saudade onde a esperança finda. Sinto na alma ecoar dores de sinos! Só a resignação me resta ainda.
Morte segundo filho Data: Fonte: “Adeus meu menino”, a "Tears In Heaven" imperial