CAPITULO XIIICo.MO SOUBEMOS EM QUE PAIZ DE SELVAGENS TÍNHAMOS NAUFRAGADO. CAPUT XIII.Chegando á terra agradecemos a Deus que nos deixou alcançar vivos á costa, ainda que estivéssemos tristes por não saber onde tínhamos chegado, porque o Romão não conhecia o paiz, nem sabia si estávamos longe ou perto de S. Vincente, ou si havia selvagens que nos podessem fazer mal. Um dos companheiros, de nome Cláudio, que era francez, começou a correr pela praia para se aquecer, quando de repente reparou numas casas por detrás dos arbustos e que se pareciam com casas de christãos.
Dirigiu-se então para lá e encontrou um logar onde moravam portuguezes e se chamava Itenge-Ehm (Itanhaen), cerca de duas milhas distante de S. Vincente. Contou então a elles o nosso naufrágio e que estavamos com muito frio, não sabendo para onde devíamos ir. Ouando ouviram isso, vieram correndo e levaram-nos para suas casas, dando-nos roupas. Ahi ficámos alguns dias, até que voltámos a nós. Deste logar, fomos por terra até S. Vincente, onde os portuguezes nos receberam bem e nos deram comida por algum tempo.
Hans Staden e seus companheiros viveram naquela ilha por espaço de dois anos. Em 1551, ele partiu em uma pequena embarcação, que naufragou na costa de Itanhaém. Foi bem acolhido em São Vicente, e Brás Cubas confiou-lhe a defesa de um fortim levantado então na barra de Bertioga, sobre a ilha de Santo Amaro, em frente ao forte de Santiago, que ficava na terra firme. O governador-geral Tomé de Sousa, visitando a capitania (1553), fez construir nesse mesmo lugar(ponta da Armação) o forte de São Filipe, do qual Staden ficou sendo comandante. Em dezembro, tendo-se este aventurado a sair só em busca de caça foi assaltado pelos Tamoio e levado prisioneiro. Em muitos capítulos do seu livro, refere ele os transes por que passou durante..
[28106] Efemérides Brasileiras, José Maria da Silva Paranhos Jr. (1845-1912) 01/01/1938 [29632] Hans Staden: o alemão que o Brasil quase comeu, por Eduardo Vessoni, em viagemempauta.com.br 01/07/2023
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Essa parte inferior que era "coisa", porque escrava, ou que era tratada como bicho, como nós tratamos gente camponesa, a gente que está por baixo, a gente miserável, essa gente que estava por baixo, foi despossuída da capacidade de ver, de entender o mundo. Porque se criou uma cultura erudita dos sábios, e se passou a chamar cultura vulgar a cultura que há nessa massa de gente.
Data: 01/11/1977 Fonte: José Viana de Oliveira Paula entrevista Darcy Ribeiro (1922-1997)*