É um feito de engenharia comparável, dizem os especialistas, ao sistema romano de estradas, mas mais notável devido ao terreno adverso que ela percorre há mais de 3000 anos. A Qhapaq Ñan, ou "grande estrada", há muito tempo conecta os povos do Peru, da Colômbia, do Equador, da Argentina, da Bolívia e do Chile, ziguezagueando por milhares de quilômetros ao longo da costa pacífica da América do Sul e entre os picos nevados dos Andes, da floresta tropical ao deserto.
Ligando Cuzco, a capital inca no território do atual Peru, aos mais distantes extremos do império inca, ela conduzia viajantes, soldados, mensageiros e, mais tarde, também os cavalos dos conquistadores.
Agora, depois de um esforço colaborativo de 12 anos de duração, os seis países que abrigam a estrada inca conseguiram que a Unesco a classificasse como parte do patrimônio histórico e cultural da humanidade. A candidatura da estrada foi de longe a mais completa na lista de 12 atrações culturais e naturais que concorriam, contando com o trabalho de centenas de especialistas.
"A mais dispendiosa obra de infraestrutura de transportes do Novo Mundo", disse Gary Urton, professor e diretor do departamento de antropologia da Universidade Harvard, sobre a estrada.
A classificação como patrimônio da humanidade faz com que um local adquira importância especial, tornando-o digno de medidas especiais de proteção. Os países que apresentam candidatos se comprometem a respeitar protocolos rigorosos de conservação, na expectativa de adquirir prestígio, atrair turistas e ocasionalmente obter apoio financeiro.
As maiores ameaças à rede de estradas inca, hoje, são o desenvolvimento urbano, a mineração e a intrusão da agricultura e de torres de comunicação e linhas de energia, segundo o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios Históricos, organização profissional que avalia os locais submetidos como candidatos ao comitê de patrimônio histórico.
"Partes da trilha foram adaptadas aos meios modernos de transporte, sendo asfaltadas ou transformadas em rodovias", afirma a avaliação. "Seções maiores continuam a existir com seus materiais originais da era inca e são usadas por pedestres e animais de carga, como cavalos, mulas e jumentos."
O comitê de patrimônio histórico recentemente retirou da lista uma indicação de emergência feita pelas autoridades palestinas: a paisagem cultural de Battir, no sul de Jerusalém. O comitê anunciou que, depois de reavaliar o caso, não considerava que o sítio tivesse "valor inquestionável, notável e universal" e não concordou que enfrentasse uma emergência que tornasse necessárias medidas imediatas de proteção.
O Peru moderno, onde o império inca, de curta duração, atingiu seu máximo poderio nos cem anos precedentes à conquista espanhola em 1532, tem cerca de 100 mil sítios arqueológicos notáveis, de acordo com Luis Jaime Castillo Butters, ministro assistente da Cultura peruano.
A estrada não é tão famosa quanto Machu Picchu, mas é notável tanto pela extensão quanto por demonstrar a competência técnica dos construtores do passado. Especialmente notável é a última ponte inca de cordas de grama trançada, a ponte Qeswachaka, que transpõe o cânion do rio Apurímac.
O sistema rodoviário começou a se formar como uma série de trilhas, talvez já por volta do ano 1000 a.C., disse Urton, e foi desenvolvido em forma de uma complexa rede viária pelos incas no século 15, que a utlilizavam para o comércio e para transmitir mensagens. Depois da chegada dos conquistadores, vindos do norte em 1526, a estrada foi usada para subjugar os incas, o que os forçou a buscar refúgios em territórios remotos e montanhosos.
Castillo Butter diz que seu país, nos últimos anos, vem ganhando renome internacional pela culinária e que o reconhecimento da estrada como patrimônio histórico poderia começar a mudar as percepções sobre seu passado.
"Nossas crianças estão começando a pensar nos peruanos do passado como ótimos cozinheiros", diz, "mas deveriam pensar neles como grandes engenheiros".
Um dos episódios mais dramáticos e decisivos para o sucesso da conquista espanhola da América do Sul ocorreu a 16 de novembro de 1532, na cidade de Cajamarca, no Peru, onde Francisco Pizarro capturou Atahualpa, Imperador dos Incas.
Francisco Pizarro tinha desembarcado na região à frente de um pequeno exército de centena e meia de soldados espanhóis e estabeleceu-se na cidade, com permissão do imperador inca Atahualpa. Decidiu então enviar-lhe uma delegação com um convite para que viesse ao seu encontro. Confiante na esmagadora superioridade numérica do seu exército e na reduzida dimensão do contingente espanhol, Atahualpa aceitou.
Na tarde do dia 16 de novembro, o imperador entrou na praça principal de Cajamarca com um enorme cortejo cerimonial composto por milhares de soldados e acompanhado pelas principais figuras da nobreza. Ignorava que os espanhóis tinham preparado uma emboscada e que aguardavam a ordem de ataque, que foi dada após um breve contacto.
Apanhados completamente desprevenidos e aterrorizados pelo efeito das armas de fogo e dos cavalos, os incas foram massacrados e Atahualpa foi feito prisioneiro.
Como se explica este desfecho?
A descoberta do Oceano Pacífico por Balboa, em 1513, tinha lançado os conquistadores espanhóis no rasto da civilização inca, acerca da qual tinham obtido informações difusas. Após vários contactos, os espanhóis prepararam uma expedição de conquista, cujo comando foi entregue a Francisco Pizarro, em 1532.
O sucesso fulminante dos conquistadores ficou a dever-se, para além de uma incrível sorte e do efeito surpresa, à conjugação de vários fatores: por um lado, os espanhóis estavam animados por uma enorme determinação, confiança, ousadia e cobiça, estimuladas pela miragem do saque e pelo contacto com as fabulosas riquezas da civilização inca. Por outro lado, o império inca estava enfraquecido por uma guerra civil, entre Atahualpa e o seu irmão Huascar, e desconhecia totalmente as intenções e o poder dos conquistadores.
Além disso, os espanhóis incutiam um temor supersticioso, devido ao efeito causado pelas armaduras, pelas armas de fogo e, sobretudo, pelos cavalos, que eram desconhecidos naquela região.
O que aconteceu depois da captura do imperador?A prisão de Atahualpa assinalou o colapso do império inca e o início da conquista do Peru pelos conquistadores espanhóis. O imperador foi utilizado como refém pelos espanhóis, permitindo a Pizarro apoderar-se gradualmente do poder. A certa altura, e apercebendo-se da enorme atração dos espanhóis pelo ouro, Atahualpa propôs pagar um enorme resgate: encher completamente a sala onde se encontrava prisioneiro de ouro e prata.
Os espanhóis, contudo, e apesar do fabuloso e inesperado enriquecimento, não o libertaram. Pelo contrário, o imperador foi executado alguns meses mais tarde, condenado por idolatria, heresia e traição, entre outras acusações. Os espanhóis avançaram então sobre a capital do império, Cuzco, que foi tomada e onde Pizarro colocou no trono um rei fantoche.
Com a chegada de reforços e aproveitando as divisões no interior do reino, os espanhóis apoderaram-se de todo o império e prosseguiram a conquista imparável de outras regiões da América do Sul.
Em 1530, levando consigo três de seus meios-irmãos, Pizarro se reuniu com Almagro e Luque no Panamá e rumou para o sul fundando, em setembro de 1532 o primeiro estabelecimento hispânico na costa do Peru denominado San Miguel de Piura, lá formando uma força de conquista com sessenta e dois cavaleiros e cento e seis infantes com a qual ingressou continente adentro na "Conquista do Império Inca".No dia 16 de novembro de 1532, Pizarro, com sua pequena força expedicionária, chegou a Cajamarca onde, deixando seu exército fora da cidade, aceitou o convite do imperador Atahualpa para um jantar no qual assassinou sua pequena guarda de honra e fez o próprio imperador seu prisioneiro. No ano seguinte Pizarro invadiu Cuzco com tropas indígenas e derrubou o Tahuantinsuyu (império inca).Julgando que a capital Cuzco estava muito distante e muito acima no altiplano, Pizarro fundou a cidade de Lima no dia 18 de janeiro de 1535, prosseguindo em árdua campanha pois as forças Incas tentaram retomar Cuzco, sendo derrotadas por Almagro que, por isto, julgou-se em condições de tomá-la para si, gerando uma disputa com Pizarro que o derrotou e o executou em 1538 em Cuzco.Entretanto, partidários de Almagro assassinaram Pizarro em 26 de junho de 1541. Encontra-se sepultado na Cathedral de la Plaza Mayor, Lima no Peru.
Quando esse grupo de pessoas que tentavam conquistar o Peru pela vertente do Atlântico descobrem que o Peru já tinha sido conquistado pelo Pizarro, todo esse sul do Brasil, todo esse cone sul é abandonado. Por quase 100 anos, cara. A retomada dessa região só vai se dar em 1600 e tanto, 1650, sabe? Ou seja quase 150 anos de abandono porque o Peru tinha sido conquistado pela outra via.
Tão rápido quanto surgiram e conquistaram seus vizinhos, os incas terminaram eles próprios vítimas de uma rápida expansão. Mas não foi uma outra civilização que surgira nos Andes que os sucedeu. Os espanhóis, poucos anos após destruírem o Império Asteca, desembarcaram na costa do Peru em 1532. Os invasores, liderados por Francisco Pizarro, primo de Hernán Cortés, responsável pela derrota dos astecas, não tardaram a perceber como o Império Inca se encontrava enfraquecido por uma guerra civil, por doenças e o descontentamento dos povos sob seu domínio. Assim como haviam feito na região da Meso-América, atual México, os espanhóis souberam dividir os nativos e, assim como os astecas, os incas não demoraram a ser subjugados, com a captura e a execução do imperador inca Atahualpa sendo o grande marco da conquista.Após concluir a conquista, os espanhóis trataram de consolidar o domínio sobre as novas terras. A nova colônia, inicialmente batizada de Nova Castilha em 1532. [História do Peru: da colonização à independência (1532-1824), 23.07.2020. Arthur Penna, marxismo.org.br]
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