Antonio Rodrigues de Almeida,    casado    com D.   Maria    Castanho,   ambos  portuguezes António  Rodrigues  de  Almeida,  natural  de  Monte-mór o  Novo  em  Portugal,  veio  para  a  capitania  de  S.  Vicente em  1547,  pouco  mais  ou  menos  (*),  e  tinha  o  foro  de cavalleiro  fidalgo  da  casa  do El-Rei  D.  João  III.     (**) (*)  A  seguinte  carta  de  sesmaria  pode  esclarecer  esse  ponto, que  as  chronicas  não  determinam ;  chegando  alguns  chronistas  a  dizer  que António  Rodrigues  de  Almeida  viera  com  Martim  Aífonso  de  Souza  em 1531  !    Eis  a  carta  de  sesmaria: €  Pedro  Ferraz  Barreto,  capitão  e  ouvidor  com  alçada  na  capitania de  S.  Vicente,  por  Martim  Aífonso  de  Souza,  senhor  da  dita  capitania,  do conselho  d^El-Rei  nosso  senhor,  e  senhor  das  villas  de  Alcoentre,  Tagarro e  Rio  Maior,  etc.  Faço  saber  que  por  António  Rodrigues  de  Almeida, cavalleiro  fidalgo  da  casa  do l-Rei  nosso  senhor,  almoxarife,  chanceller, escrivão  da  ouvidoria  e  das  datas  pelo  sr.  Martim  Affonso,  capitão  e governador  delia,  me  foi  feita  petição  em  que  diz:  Que  elle  ha  dezeseis annos  que  em  ella  vive,  e  tem  sua  mulher  e  filhas,  e  uma  casada,  e  me pedia  terras  no  Rio  de  Janeiro  a  entestar  com  uma  aldêa,  que  por  nome dos  Índios  se  chama  Ita-óca^  meia  légua  de  terra,  etc.  E  se  lhe  concedeu a  6  de  Janeiro  de  1565.» Parece  que  o  requerimento  foi  feito  em  1562  ou  1563.  Assim, pois,  sua  vinda  foi  em  1546  ou  1547. (**)  A  lei  de  25  de  Maio  de  1776,  embora  promulgada  para diminuir  os  privilégios  dos  nobres,  conforme  os  intuitos  de  £1-Rei  D.  José  1, —  386   — Tendo  deixado  a  mulher  e  duas  filhas  em  Portugal, permaneceu  em  S.  Vicente  até  1556.  Durante  esse  tempo, tomou  parte  em  todas  as  guerras  contra  os  tamvya,  que, ligados  aos  selvagens  de  Ubatyla  e  mais  aldêas  da  costa, atacavam  incessantemente  as  povoações  dos  portuguezes,  e até  penetraram  a  ilha  de  Guaibe^  ondç  apossaram-se  do  forte construido  por  ordem  do  donatário  Martim  AflEbnso  de  Souza- Voltando  a  Portugal  em  1556,  dalli  regressou  em 1557,  constituido  em  capitã o-mór  governador  e  ouvidor  da capitania  de  Santo  Amaro  de   Guaibe. Além  da  sesmaria  de  meia  légua  de  terra,  próxima á    aldêa    de    Ita-óca^    no    Rio    de    Janeiro    (*),  cujo  titulo  já incluio  não  obstante  na  primeira  nobreza  do  Reino  nos  tempos  antigos «  os  escudeiros,  os  cavalleiros  armados  pelos  Reis,  ou  pelos  capitáes-móres nas  guerras  da  Africa  e  da  Ásia,  os  que  conseguiam  o  honrado  titnio  de Vaaaalloa^  e  outros  da  mesma  gerarchia  » . El-Rei  D.  Manoel  havia  feito  definir  em  suas  Ordenações  quaes os  fidalgos;  e  era  essa  a  legislação  no  tempo  de  El-Rei  D.  João  III; €  em  cujo  reinado  ( segundo  escreveu  Pedro  Taques,  Nobiliarchia  
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 |  |  | |  | 6 de janeiro de  de 1565, quarta-feira (Há 460 anos) | 
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- tana )  foi  O  fôro  de  cavalleiro  fidalgo  o  mais  superior  que  constituia  gráo de  fidalguia,  até  que  alterou  a  ordem  dos  filhamentos  o  sr.  Rei  D.  Sebastião, de  cujo  tempo  até  o  presente  ficou  este  fôro  de  cavalleiro  fidalgo  sendo Ínfimo  » .  E  accrescentou  o  mesmo  Pedro  Tai^ues  :  «  Esta  matéria  tratou Moraes,  de  execvtionibus ;  e  muito  melhor  o  revm.  padre-mestre  D.  Aktosio Caetano  de  Souza,  no  seu  livro  Grandes  de  Portugal^  impresso  em  
1755.» O  citado  Moraes,  IV,  8,  70,  explicando  os  gráos  de  nobreza, com  o  apoio  de  BrakdAo  e  outros,  relata: <  Cavalleiro  da  casa  do El-Rei,  nos  tempos  antigos  em  que  não havia  distincçâo,  que  hoje  ha,  de  fidalgos  cavalleiros,  e  de  cavalleiros fidalgos,  se  acha  tomado  em  um  e  outro  sentido,  de  miineira  que  muitas vezes  se  entendia  por  aquelles  que  hoje  chamamos  fidalqos-cavallkiros, ut  notat     Cabedo,  II,  dec.   106,  n.  1.  »