Publicado a obra "Diário da Navegação da armada que foi à Terra do Brasil em 1530 sob a capitania-mor de Martim Affonso de Souza"
1839 Atualizado em 23/10/2025 15:51:06
•
A obra foi publicada sob o título de Diário da Navegação da armada que foià Terra do Brasil em 1530 sob a capitania-mor de Martim Affonso de Souza, escritopor seu irmão Pero Lopes de Souza. Publicado por Francisco Adolfo de Varnhagen.Lisboa, Tip. da Sociedade Propagadora de Conhecimentos úteis, 1839.Do ponto de vista puramente histórico, como acentuou Varnhagen,quando o reimprimiu em 1861, o seu simples aparecimento rasgou, de umjato, páginas e páginas de intermináveis conjecturas de Frei Gaspar da Madre de Deus e de Frei Antônio de Santa Maria Jaboatão e aboliu dúvidasacerca da existência de Caramuru. Nenhum outro documento lançou maisluz sobre várias questões intrincadas da primeira época da nossa história,porque serviu para esclarecer um período de vinte anos, quando a Cartade Pero Vaz de Caminha era apenas a revelação do que se passara durantedias.Do ponto de vista etnográfico, o Diário revela uma vez ou outracontribuições interessantes sobre o aborígene brasileiro, tanto da Costa doPau-brasil como da costa do Prata. [1]Com a indiscutível autoridade que lhe resulta dos seus profundos conhecimentos paleográficos, diz-me o Snr. Pedro de Azevedo — muito douto e erudito 1.° bi- bliothecario da Bibliotheca Nacional de Lisboa, antigo 1.° conservador do Arquivo Nacional da Torre do Tom- bo e eminente professor da cadeira de paleografia da Faculdade de Letras de Lisboa — que a letra do texto (não exclusivamente, aliás, de um único punho, como se nóta na //. 5) é realmente romano-restaurada (bas- tarda ou italiana), mas, do 3.° ou 4.° quartél do século XVI, ao passo que a que usava Pero de Gois éra gótica cursiva, conforme se verifica em duas de suas cartas au- tografas arquivadas na Torre do Tombo (ambas dirigidas a D. João III) e em uma outra também autografa exis- tente na Biblioteca de Évora, a ultima das quais foi conhecida de Varnhagem, pois a cita na sua "HISTO- RIA GERAL". Das 41 folhas que o compõem, 11 estão completa- mente em branco, uma tem no centro da primeira lau- da um grande espaço também em branco, e uma outra (fl. 37) só está escrita na terça superior da sua primeira lauda. . .A leitura attenta e refletida do Códice patenteia- nos ainda nas paginas que antecédem a partida de Pero Lopes de Sousa do Porto de São Vicente para Portugal, em 22 de Maio de 1532 — cértas anomalias cronológicas que não ^podemos nem devemos deixar de pôr em es- pecial e merecido destaque. Referimo-nos á anómala falta de correspondência ou exacta correlação entre os dias da semana e os do mês, que se nóta — a) desde o dia 1° de Março até 31 de Abril de 1531, e — b) desde 21 de Outubro deste anno a igual data de Janeiro do anno seguinte . . . Com toda a razão e mais do que justificado reparo notára já o Dr. João Mendes de Almeida, que "o Diário da navegação salta de domingo, 19 de Feve- reiro, para sexta-feira, 1.° de Março! E, depois, de se- gunda-feira ,11 de Março, para sabbado, 12!!" Na edição de 1861, também Varnhagem havia nota- do, em referencia ao 1.° de Março: "Se a 18 de Fevereiro foi sábado, o ultimo deste mez (28) foi terça-feira. Por- tanto o 1.° de Março cahiu em quarta-feira, como aliás sabemos que cahiu, fazendo o computo ordinário. A conta dos dias seguiu errada, e nem se emendou no dia 12, passando de terça-feira (aliás segunda-feira) ONZE a Sabbado DOZE; e assim andou errada, até que entra- ram em S. Vicente". O dia 19 de Fevereiro de 1531 caiu, efectivamente, num domingo. Como este ano não foi bissexto, e Fe- vereiro terminou numa terça-feira, o primeiro dia de Março caiu numa quarta-feira, e não na sexta-conforme de facto se lê no Códice (fl. 7). Por tal motivo, erra- dos estão também os dias da semana correspondentes aos dias 3 a 6, 8, 10 e 11 deste mês mencionados no Có- dice. Em todos estes oito dias, as anomalias implicam uma diferença ou avanço de dois dias semanais; isto é, estaria cérta a cronologia se se tratasse do mês de Março — do anno de 1532, que foi bissexto, ou do anno de 1538. Nos restantes dias de Março — em que á segunda- feira 11 se segue o sabbado 12 — e em todo o mês de Abril, as anomalias já não implicam um avanço de dois dias semanais, mas sim um recúo de um dia de semana, como se se tratasse dos meses de Março e Abril do anno de 1530, no qual o dia 12 de Março coincidiu realmente com um sábado, acabando o mês de Abril, portanto, também num sábado." . . . Sobre o caso observava Varnhagem em 1839 : "DIZ O TEXTO QUE SEGUNDA FEIRA FOI 11 DE MARCO E SEGUE LOGO QUE SÁBADO FOI 12, DO- MINGO 13 E ASSIM SUCESSIVAMENTE (Fl. 8) TO- DOS OS OUTROS DIAS ERRADOS. é A ANOMALIA TÃO CLARA QUE NOS DISPENSA MUITOS COMMEN- TARIOS, COM OS QUAES NADA ADIANTÁRAMOS POREM DE QUEM SERIA O ENGANO — DO COPISTA 82 FRANCISCO MARTINS DOS SANTOS OU DO AUTOR? NÓS DUVIDAMOS QUE FOSSE DO PRIMEIRO..." Em verdade, o manuscrito de que se trata não é, no seu conjunto, um verdadeiro Diário náutico; nem o é, quanto a mim, o minucioso Roteiro da Viagem de D. João de Castro, de Lisboa a Gôa em 1538. O manuscrito dado á publicidade por Varnhagem é antes uma trun- cada relação do itinerário e viagem de Pero Lopes de Sousa, capitão de um dos navios de Martim Afonso de Sousa — relação, narrativa ou crónica baseada muito embora num Diário de bordo, que não chegou até nós" "TERÇAFEIRA PELA MENHÃA FUI NenHUM BA- TEL DA BANDA D´ALOESTE DA BAHIA. E ACHEI HUM RIO ESTREITO, EM QUE AS NAOS SE PODIAM CORREGER, POR SER MUITO ABRIGADO DE T0- DOLOS VENTOS: E Á TARDE METEMOS AS NAOS DENTRO COM O VENTO SUL. COMO FOMOS DEN- TRO MANDOU O CAPITAM J. FAZER HUA CASA EM TERRA PARA METER AS VELAS E ENXÁRCIA. AQUI NESTE PORTO DE SAM VICENTE VARÁMOS HUA NAO EM TERRA. A TODOS NOS PARECEU TAM BEM ESTA TERRA, QUE O CAPITAM J. DETERMINOU DE A POVOAR, E DEU A TODOLOS HOMES TERRAS PARA FAZEBEM FAZENDAS; E FEZ HUA VILLA NA ILHA DE SAM VICENTE; E OUTRA NÓVE LÉGUAS DENTRO PELO SARTAM, Á BOBDA DHUM BIO, QUE SE CHAMA PIBATININGA " Neste trecho o erro coméça pela primeira palavra: TER- ÇAFEIRA, que não foi terça-feira como diz o Códice (á fl. 26) e sim segunda-feira, 22 de Janeiro. Nesta palavra, aliás, o próprio Códice está rectificado, visto que primitivamente escreveram nelle — SABBADO PELA MENHÃA — para ris- carem depois, substituindo essas palavras por: TERÇAFEI- RA PELA MENHÃ. Ésta é uma das provas irrefutáveis da indecisão do copista, mostrando que o "Diário" foi recom- posto de cabeça, annos depois da viagem, por algum piloto em cuja posse estivessem os fragmentos do original, — de- teriorados ou prejudicados, de tal forma, que lhe fosse im- possível uma perfeita reproducção. Em seguida, encontramos a phrase : FUI NebHUM BATEL DA BANDA D´ALOESTE DA BAHIA E ACHEI HUM RIO ESTREITO, apparentemente regular, mas, em verdade, tão errada quanto os dias e datas apontados. Observados os erros e falhas de todo o Códice e feito um pequeno exame dessa expressão, vemos que um erro ahi, teria sido muito fácil de praticar. Nótem-se as palavras usadas a cada passo no referido Códice: TODOLOS HOMES — TODOLOS VENTOS — TODOLOS SANTOS — TODOLOS DIAS — franca influencia castelhana exercida sobre o por- tuguês do autor, cousa aliás commum na época em que os portuguezes faziam uso indifferentemente dos dois idiomas em suas cartas e noticias, e em que o convívio entre os dois póvos era grande, e seremos obrigados a admittir que, ori- gináriamente a expressão em fóco teria sido assim: FUI N^HUM BATEL DA BANDA DE LO ÉSTE DA BAHIA ou FUI NenHUM BATEL DA BANDA DELO ÉSTE DA BAHIA ou ainda FUI NenHUM BATEL DA BANDA DALO ÉSTE DA BAHIA de onde se originou a alteração apontada, effectuada pelo pouco escrúpulo dos indigitados copistas, pela fusão ou junc- ção feita por elles das palavras que encerravam exacta- mente a determinação do ponto onde fundeou a Armada de Martim Affonso, fazendo assim, com que, um facto que se verificára NO ÉSTE, passasse a se ter verificado NO OÊSTE. Esse engano do copista ou dos copistas, torna-se tanto mais possível, quanto mais certeza se tem agóra pelo exame scientifico da calligraphia usada no documento seiscentista, de que o Códice ou "Diário" foi escripto ou copiado no ter- ceiro ou no ultimo quartél do século dezeseis, como bem de- terminou o paleógrapho português Snr. Pedro de Azevedo, occasião em que, o indigitado copista influenciado pela exis- tência da villa de São Vicente junto á terceira barra e não podendo reproduzir o texto original, compromettido pelo tempo ou pela traça, resolveu completar a phrase tal como lhe parecia que devia ser. Eis o ponto confuso que tanta tréva gerou sobre a nossa história inicial, tréva alimentada e diffundida por Calixto em télas memoráveis, que tivéram o condão de perpetual-a em detrimento da verdade dos nossos primeiros dias. Não dizemos isto, simplesmente porquê pensemos que assim seja ou porquê pretendamos que também aqui, uns erros justifiquem os outros, e sim, porquê, como já tivémos occasião de citár, temos provas incontestáveis de que o Porto de São Vicente, declarado no "Diário*, ficava a LÉSTE do ponto onde então se achava fundeada a Armada affonsina (junto á actual Praia do Góes) ou seja, no actual estuário de Santos, lógo apóz a Ponta da Praia, que éra o "rio estreito" citado na descripção e não a OÉSTE. [2]
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.