S.L. 7º, 135, 1-1; Maria de Moraes casou em segundas com Domingos de Abreu Pereira, falecido em 1625 em S. Paulo. Teve o f.o único:2-6 Padre Domingos de Abreu. Subsídios à Genealogia Paulistana (Regina Junqueira)Domingos de Abreu foi sobrinho de Gonçalo Pires, conforme declara mais de uma vez.Gonçalo Pires, cuja filiação se desconhece, em 1575 era genro de Salvador Pires (Atas da Câmara da Vila de São Paulo, vol), marido de Beatriz Pires (segundo Américo de Moura e outras evidências). Para que Domingos Abreu fosse seu sobrinho, deveria ter sido filho de irmão/irmã de Gonçalo ou de Beatriz Pires, neste caso seria também neto de Salvador. Segundo Silva Leme, Domingos carregava o apelido “Pereira”. De onde teria vindo este “Abreu Pereira”?Comparar com João de Abreu (SL 6, 180, 3-2), chegado a São Vicente em 1568, (Carvalho Franco, D. B.S.), sobrinho do Padre Bartolomeu Simões PEREIRA. Nascido portanto antes de 1555.João de Abreu pediu sesmaria em 1608, alegando ser casado e ter muitos filhos. Estes filhos não poderiam ser os de Izabel de Proença Varela, sobrinha de Francisco Rodrigues Doria (casado em 1636). Datas dos casamentos de filhos e netos de Izabel levam à mesma conclusão.João de Abreu teve pois um casamento anterior, com geração, compatível com o período em que Domingos de Abreu deve ter nascido (casou com Maria de Moraes, já viúva em 1615). Note-se também que em carta a uma Paula Fernandes, Domingos coloca sua mulher, Maria de Moraes, como “filha” da mesma Paula. Afilhada talvez? DOMINGOS DE ABREUInventário Vol 6, fl 337Data: 16-9-1625Local: Mooca, sitio que ficou de Domingos de AbreuJuiz: João de Brito CassãoDeclarante: Maria de Moraes, viúvaAvaliadores: Gonçalo Madeira e Álvaro Neto o velho TITULO DOS FILHOSDomingos, de um mês BENSRoupasRoupa brancaPratosCriação de gado vacum, porcos e avesFerramentasUma espingardaAlambique BENS DE RAIZCasa no sítio de taipa de três lanços coberta de telha ESCRAVAUma negra da Guiné DEVEDORESBelchior Martins de Melo - Bartolomeu Correa - Gaspar Manoel Salvago - João Tenório filho de Clemente Álvares - Baltazar de Moraes - Pero de Moraes o velho - Antonio Mendes Matos - João Rodrigues de Moura - João Lopes Perestrelo - Diogo Rodrigues Salamanca - Simão da Costa por declaração a seu cunhado João Pedroso - Francisco de Alvarenga - Jorge Preto - Jorge Neto - Baltazar Fernandes de Parnaíba - Antonio Alves - João Luiz Sanches - Manoel Mourato - Bernardo de Quadros - André Fernandes de Parnaíba - Leonardo Ribeiro - Garcia Rodrigues o velho, pai de Frei Vicente - Gaspar Gonçalves - Antonio Fernandes de Mogi Mirim - Antonio Pacheco Calheiros - Manoel João Branco - João Pires - Gaspar Dias de Pernambuco - Pero de Candia - Jorge de Souza - João Pimentel de Távora - Gabriel Pinheiro - Pero Nogueira das Pazes - Pero Dias - Manoel da Costa de Parnaíba - João de Oliveira dos barreiros - João de Godoi - Francisco Rodrigues Velho - Simão Alves o velho - Jacome Nunes - Manoel Antunes - Paulo da Silva - Luiz Fernandez de Moraes - Diogo de Lara - Domingos Fernandes de Parnaíba - Gonçalo Ferreira de Parnaíba - Manoel Preto - Rodrigo Fernandes Gomes - Antonio Rodrigues de Miranda - Miguel Garcia - Gonçalo Pires o moço - Pero de Moraes o velho - Pero de Moraes o moço - Gaspar Cubas - Duarte Machado - Manoel Fernandes Giga - Estevão Gomes Cabral - Clemente Álvares - Antonio Alves, o seleiro - Gaspar João Barreto - Luiz Soares - Francisco Rodrigues - Francisco Cubas - Geraldo Correa - Gaspar Cassão - Frederico de Mello - João Rodrigues o Galo - Nuno Cavaleiro de Santos - Manoel Homem da Costa - Antonio Baroja Castelhano - Francisco da Costa – Diogo Peneda - Antonio Correa de Santos - João da Silveira do RJ - Lazaro Fernandes do RJ - Antonio Telles - Jerônimo de Brito - Calixto da Mota - Francisco Jorge - Baltazar Lopes - Izabel de Proença, viúva de Francisco Vaz Coelho - Ascenço de Quadros - Luiz Cabral de Mesquita -Paulo do Amaral - Vasco da Mota - Gaspar de Brito - Lourenço Nunes - Antonio Pedroso - Bartolomeu Correa - Baltazar Pires ferreiro - Ascenço Ribeiro - Simão da Costa - Francisco Barbosa - Francisco Baldini - Inofre Jorge - Francisco Lourenço - Gaspar da Costa - Manoel de Freitas - Antonio de Sampaio do RJ - Francisco Preto - Paulo da Fonseca - Manoel Bandala – Tomé Martins BENS DE RAIZChãos que comprou Francisco Ribeiro de José Preto com escritura que fez Antonio Rodrigues ”que Deus tem” junto das casas em que morava o defuntoChãos que vendeu Inocêncio Preto a Francisco DiasChãos que Belchior da Veiga vendeu a Francisco Ribeiro, entre as casas de Antonio de Proença “que Deus tem” e Bartolomeu Vieira.Chãos que Luiz malho e sua mulher venderam a Francisco Rodrigues, entre o quintal de André Fernandes e a casa de João Maciel ValenteCasa na vila vizinha de Pedro Taques e Francisco Jorge, de dois lanços PEÇAS: 19 CURADOR DO ÓRFÃO: Antonio Pedroso CREDORESPedro Dias – Fernão Dias o velho – Manoel Preto – Eleonor Leme a velha – Manoel Esteves – Fernão Dias o moço – Gonçalo Freire – João Clemente – Gonçalo Freire - Romão Freire – João Clemente – Gonçalo madeira – Gonçalo Pires – órfãos enteados do defunto filhos de Francisco Ribeiro (devia a quantia de 107$048)Total das dívidas: 157$720 FAZENDA LIQUIDA: 191$598 CURADORIA DO ÓRFÃOÀ mãe, Maria de Moraes, fiadores Pedro Taques e Paulo da Silva PROCURADOR DA VIUVA: Manoel Mourato Seguem quitações e declarações de dívidas. Entre elas:“Digo eu Domingos de Abreu que devo à senhora Paula Fernandes ....”E a seguinte carta:“Senhora Paula Fernandes ahi mando buscar a criação vossa merce de a meu filho Antonio Ribeiro no que fico confiado e se o escripto não for a gosto de vossa mercê faremos outro mas isto não é senão a lembrança para que quando eu vier de fora que logo vossa merçê será servida sua filha Maria de Moraes se encomenda a vossa mercê com muitos recados e que a mande vossa mercê em que a sirva o fará com muito gosto eu a vossa mercê lhe beijo as mãos muitas vezes e com isto guarde Deus a pessoa de vossa mercê como pode hoje 5 de Abril de 625 anos – de vossa mercê servo – Domingos de Abreu” GONÇALO PIRES CONTRA MARIA DE MORAESAntonio Raposo Tavares como procurador de Gonçalo Pires exige a citação de Maria de Moraes para reconhecer uma dívida que Domingos de Abreu tinha para com Gonçalo Pires. Apresenta um assinado“Digo eu Domingos de Abreu que é verdade que devo ao senhor meu tio Gonçalo Pires vinte e oito mil réis...” “Digo eu Domingos de Abreu que é verdade que devo a meu tio Gonçalo Pires dez mil e setecentos e setenta reis...” PENHORAJoão Clemente pede e consegue a penhora de uns chãos defronte “de Nossa Senhora do Carmo ...que começam no outão das casas de João Maciel ... e de outra banda com a rua que está tomada pela Câmara...”Esse terreno foi a leilão a pedido de João Clemente QUITAÇÃO: 5-3-1631
O que é História?
Abraham Lincoln (1809-1865) dizia que "se não for verdade, não é História. Porém, é possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade.
Existiu um homem que pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar, aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de Marcos e reduziu uma hiperinflação, a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava a seguir a carreira artística. [28174] Você votaria neste homem Adolf Hitler (1889-1945)?
Quantos ou quais eventos são necessários para uma História? Segundo Aluf Alba, arquivista do Arquivo Naciona: o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
É sempre um processo político de escolha, por isso que é tão importante termos servidores públicos posicionados, de pessoas preparadas para estarem atuando nesse aspecto.
Mary Del Priori, historiadora:
Nós temos leis aqui no Brasil, que são inclusive eu diria bastante rigorosas. Elas não são cumpridas, mas nós temos leis para arquivos municipais, estaduais e arquivos federais, que deveriam ser cobradas pela própria população, para manutenção desses acervos, acervos que estão desaparecendo, como vimos recentemente com o Museu Nacional e agora com a Cinemateca de São Paulo. E no caso dos arquivos municipais, esses são os mais fragilizados, porque eles tem a memória das pequenas cidades e dos seus prefeitos, que muitas vezes fazem queimar ou fazem simplesmente desaparecer a documentação que não os interessa para a sua posteridade. Então esse, eu diria que essa vigilância sobre o nosso passado, sobre o valor dos nossos arquivos, ainda está faltando na nossa população.
Lia Calabre, historiadora:
A memória de Josef Stálin inclusive, ela serve para que não se repitam os mesmos erros, ela serve para que se aprenda e se caminhe. Os processos constantes de apagamento. Existe um depósito obrigatório de documentação que não é feita, na verdade se a gente pensar, desde que a capital foi para Brasília, os documentos não vieram mais para o Arquivo Nacional. [4080]
Quantos registros?
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
- Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
- Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
- Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
- Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
- Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
- Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.
Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.
Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.
Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
