Por vários pesquisadores consideram os atuais Kaingangs como grupo remanescente dos Guaiatacás. Na língua daqueles, o rio é chamado: goio, palavra que em bastante assonância (semelhança ou igualdade de sons em palavras próximas) com a segunda parte de: Urquaie. [“Ulrico Schmidl no Brasil quinhentista”, 1942. Sociedade Hans Staden. Página 40] • 1° fonte: 01/03/1587 Gabriel está em Madrid. Notícia do Brasil, também conhecido como Tratado Descritivo do Brasil
Do rio de São Francisco ao dos Dragos são cinco léguas, pelo qual entram caravelões, e tem na boca três ilhéus. Do rio dos Dragos à baía das Seis Ilhas são cinco léguas; e dessa baía ao rio Itapucuru são quatro léguas, o qual está em vinte e oito graus escassos; e corre-se a costa do Itapucuru até o rio de São Francisco norte-sul. Este rio acima dito, a que outros chamam Jumirim, tem a boca grande e ao mar dele três ilhetas, pela qual entram caravelões; e corre-se por êle acima leste-oeste, pelo qual entra a maré muito, onde há boas pescarias e muito marisco. A terra deste rio é alta e fragosa, e tem mais arvoredos que a terra atrás, especialmente águas vertentes ao mar. A terra do sertão é de campinas, como a da Espanha, e uma e outra é muito fértil e abastada de caça e muito acomodada para se poder povoar, porque se navega muito espaço por ela acima. [p. 117]
Itapucú - Composto de itá-pucú, pedra comprida, rocha extensa, penha longa; barra de ferro (Dr. Theodoro Sampaio). O Dr. J. M. de Almeida, que escreve que também Itapucú, diz, em relação a cachoeira do rio Paranapanema: "Ytá-pucú, pedra larga. De ytá, pedra; pucú, larga".
Itapuvú. Lugar á margem direita do rio Sorocaba, ao Norte do município. É o mesmo Itapebussú. "Itapuví, diz o Dr. J. M. de Almeida, corruptela de Ytá-pé-ibiy, morro plano, baixo. De ytá, pedra, penha; "pé", plano, chato, "ibiy", baixo. Alusivo a ser esse lugar um planalto pouco elevado, vide "Itavuvú". [“Supplemento aos apontamentos para o diccionario geographico do Brazil”, 1935. Alfredo Moreira Pinto. Página 173]
Pai Sumé é o enviado de Deus que prepara seu caminho, que prega a Boa-Nova, que anuncia o estabelecimento definitivo do Cristianismo. Neste sentido, Lebrón e Armenta, andarilhos por Mbiaça, Itapocu, Campo, Ubay e Pequiri, formam um mito metade realidade, metade idealidade. Efetivamente os nativos identificaram Armenta com Pai Sumé. [p. 64 e 65, 6 e 7 do pdf]
"A primeira bandeira no papel" traz logo em título a sugestão disso mesmo, sendo o mapa do Brasil inserto no designado Atlas Miller de Lopo Homem-Reinéis (1519) o principal objecto de análise:
""Lá está a grande protuberância oriental da América do Sul, firmemente traçada desde as duas largas aberturas do Amazonas (com o contorno da ilha de Marajó, quase inteiramente delineado) até ao vastíssimo rasgão do estuário do Prata, e parte da costa que se lhe segue ao sul. Ao alto da carta, numa larga cartela, uma legenda em latim ensina que “Esta é a carta da região do Grande Brasil”, situado ao ocidente das Antilhas de Castela, referindo-se a seguir aos habitantes, à fauna e à floresta da nova terra".
É o mapa que Cortesão identifica como aquele que representa "apenas uma primeira fase do mito da Ilha-Brasil", ainda que bastando a legenda que identifica o magni brasilis para termos já demarcada "a entidade geográfica natural e humana" que pretende inconfundível com o resto.
No artigo “A Ilha-Brasil dos vicentistas” – alusão ao momento, no século XVI, em que São Vicente polarizava a instalação da colónia portuguesa nas áreas meridionais do Brasil –, o leitor passará directamente das referências colhidas nos escritos de João Afonso “a uma Ilha Brasil” circum-navegável entre a foz do Amazonas e a boca do Prata para uma seleção de mapas que reproduzem a mesma ideia da ligação entre estes dois grandes rios sul-americanos articulada por um grande lago interior, cuja designação se modifica de mapa para mapa.
Seria uma alusão à desembocadura do Rio Itapocu com a Lagoa de Barra Velha e o mar, onde se estende uma longa faixa de areia. Esta barreira natural de areia é a atual praia da península. Esta tradução também poderia ser uma alusão ao salto do Guamiranga em Guaramirim que faz uma barreira natural de pedra no curso do rio;(tape-puco) - "tape = caminho" e "puco = comprido". Para o português a tradução ficaria assim: "rio por onde se percorre o caminho comprido" (uma alusão ao caminho ou itinerário que os índios guaranis se utilizavam a partir da costa brasileira para entrar pelo interior do continente até ao atual território paraguaio tendo o rio como ponto de referência e conhecido nos tempos antigos como “Peabiru”);
(tape-kue) - "tape = caminho", "kue = antigo, velho". Para o português a tradução ficaria assim: "rio que é parte do caminho velho ou antigo" ou "rio onde se percorre o caminho velho ou antigo" (uma alusão também ao caminho indígena conhecido como “Peabiru”). Esta última tradução foi baseada no livro da década de 50 do século XX do padre espanhol Antonio Guasch chamado: "El idioma Guaraní";
O pesquisador da cidade de Barra Velha (falecido) José Acácio Borba, colhendo relatos e depoimentos de populares daquela cidade, faz o seguinte comentário sobre a lagoa de Barra Velha e que está relacionado indiretamente com o rio Itapocu.