Geógrafo anarquista visitou Sorocaba e documentou o declínio da feira de muares
1893 Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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GERALDO BONADIO – Durante a segunda metade do século XIX, na Europa e, posteriormente, na América, duas correntes de pensamento disputaram os corações e mentes dos partidários da revolução social: o anarquismo, cujo principal formulador foi o russo Mikhail Bakunin (1814-1876), e o socialismo que, após o Manifesto Comunista dos alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels, publicado em 1848, transitou do terreno das utopias para uma visão fundada no materialismo dialético.
Partidário e amigo de Bakunin, o francês Elisée Reclus (1830-1905) somou à sua visão doutrinária a condição de autor de importantes estudos e pesquisas geográficas, notadamente na área da Geografia Humana.
Autor de uma Nova Geografia Universal, que o credencia, inclusive, como pioneiro da ecologia, em 1893, para escrevê-la, visitou o Brasil, Uruguai, Argentina e Chile. O volume dedicado ao Brasil, publicado na França em 1897 e traduzido para o português em 1899, relata, inclusive, sua visita à região de Sorocaba, onde observou o comércio de muares e documentou o declínio da feira de muares, por ele atribuída, principalmente, aos caminhos alternativos criados pelos trilhos da Sorocabana, os quais permitiam fazer com que as mulas chegassem aos seus adquirentes finais, sem passar por este município.
Sem prejuízo de tais mudanças, as tropas cargueiras continuavam sendo essenciais ao transporte terrestre no interior do país, inclusive em Minas Gerais, onde um desenhista de sua equipe registrou o transporte de minério em lombo de mula.
Participante ativo da Comuna de Paris, em 1871, Reclus, após o término da insurreição, fora preso e condenado ao degredo para alguma remota colônia francesa. Um movimento de intelectuais de diferentes países obteve a mudança da pena em expulsão para a Suíça. Um objetivo secundário de seu périplo de pesquisas destinada à NGU foi o de contatar os núcleos anarquistas dos países visitados, mas, que se saiba, não existem registros de que tenha mantido encontros desse tipo em sua passagem por Sorocaba, onde somente em 1910 se constitui uma Liga Anarquista.
Suas constatações relativas a Sorocaba e à fábrica de ferro de Ipanema são as seguintes:
“Sorocaba, situada a 111 quilômetros a Oeste de São Paulo, sobre um afluente meridional do Tietê oferece – caso virgem no Estado de São Paulo – a imagem da decadência. As estradas de ferro, que levaram a prosperidade a tantas outras cidades, arruinaram esta.
Foi outrora o mercado central de gado, e especialmente de mulas mandadas pelos criadores do Rio Grande do Sul, que os fazendeiros de Minas e das outras províncias vinham comprar. Muitas vezes se reuniam naquela feira perto de 200.000 animais; pode-se dizer que Sorocaba, graças à sua importância pelo lado da união econômica e comercial do Brasil, exerceu papel de primeira ordem para a unidade nacional.
As mulas do Rio Grande atravessam hoje, como dantes, os Estados de Santa Catarina e do Paraná e entram por Faxina no Estado de São Paulo. Mas chegando às diversas estações, são remetidas em grandes lotes pelas estradas de ferro para o interior e para o litoral [e assim] cada dia decresce o valor da feira de Sorocaba.
Perto dali também tem estado em risco de morrer outra indústria, a do ferro. A povoação de Ipanema, ou do “rio Inútil”, que tirou o nome do rio que coleia no vale e vai lançar-se no rio Sorocaba, é famosa em mineralogia pelas suas colinas de minério ferruginoso que fornece 70 a 80 por cento de metal puro e de excelente qualidade. Sem ser preciso desbastar a rocha, bastaria juntar os fragmentos desagregados, esparsos pelo solo, para alimentar por anos as maiores metalúrgicas.
Não obstante isto, o estabelecimento ali fundado em 1811 e que depois se transformou muitas vezes sob a tutela direta do governo, não prosperou; exemplo notável da incapacidade do Estado quando entra em concorrência com a indústria particular. Todos os trabalhos custam mais do que rendem, e o morro de ferro de Araçoiaba (970 metros) está quase desaproveitado.”
Historia geral das bandeiras paulistas: escripta á vista de avultada documentação inédita dos archivos brasileiros, hespanhoes e portuguezes Data: 01/01/1927 Créditos/Fonte: Afonso de E. Taunay (1876-1958) Página 258
ID: 11089
“Memória Histórica de Sorocaba I” Data: 01/12/1964 Créditos/Fonte: Aluísio de Almeida Página 337
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Casarão de Afonso Sardinha* Data: 01/01/1580 Créditos/Fonte: bastidoresdainformacao.com.br 01/01/1580
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História Geral Da Civilização Brasileira Data: 01/01/1997 V. 11 Economia E Cultura: 1930-1964. Página 318
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.