'“A dúvida dos pelourinhos Pródromos da Fundação e os Beneditinos”. Otto Wey Netto é professor, advogado e ex-redator deste jornal. Membro da Academia Sorocabana de Letras e Instituto Histórico Sorocabano (Jornal Cruzeiro do Sul) 0 20/02/2014 Wildcard SSL Certificates
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   20 de fevereiro de 2014, quinta-feira
“A dúvida dos pelourinhos Pródromos da Fundação e os Beneditinos”. Otto Wey Netto é professor, advogado e ex-redator deste jornal. Membro da Academia Sorocabana de Letras e Instituto Histórico Sorocabano (Jornal Cruzeiro do Sul)
      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

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Por alguns anos, a partir de 1575, o português Afonso Sardinha e seu filho, com mais alguns índios, saindo das margens do Rio Pinheiros (Butantã), "atravessando campos sem estradas em mata fechada", foram se assentar nos sopés do morro Araçoiaba, num local conhecido por Furnas. Tinham notícia que a região era rica em ouro e prata. Sobretudo, encontraram um solo onde o minério de ferro aparecia à flor da terra. Outros colonizadores foram chegando atraídos pelo mesmo motivo.


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Apesar do arraial se desenvolver e ser reconhecido como Vila, em 1599, pelo General Francisco Luiz Carneiro de Souza, Conde da Ilha do Príncipe, que determinou a colocação do pelourinho, sob a invocação de N. S. do Monteserrate, o povoado não prosperou. A explicação é óbvia, o donatário fixou o pelourinho naquele local, pois ficaria com a metade do ouro a ser extraído. Como não havia ouro e prata, com a quantidade esperada, os mineradores pediram a transferência do pelourinho para o campo do Itavuvu.

Essa mudança foi aprovada em 1611 pelo mesmo General, que agora já havia recebido o titulo de "governador das capitanias e das minas do sul". Segundo o historiador Aluisio de Almeida, essa transferência do Araçoiaba para Itavuvu, não teria ocorrido, pois no Itavuvu, já estaria colocado o pelourinho, denominado oficialmente como São Felipe, em honra ao Rei da Espanha e Portugal, com o nome de N. S. da Ponte de Sorocaba.

Todavia, essa discrepância não vingou, pois as terras dos dois povoados já haviam sido redistribuídas, juntamente com as vilas de Sarapui, Iperó, Piragibu, Pirapitingui e Itu. Tal ocupação de terras ocorreu, principalmente de 1601 a 1646. Entre os beneficiados estavam Domingos Fernandes Mourão e seus irmãos André e Balthazar, que já trabalhavam com currais de gados, em campos de Sorocaba (hoje bairros de Santa Rosália e Vila Barão), bem como, Diogo do Rego Mendonça, Braz Teves e seu genro Paschoal Moreira Cabral, além de Jacinto Moreira Cabral.

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Os irmãos Fernandes Mourão tinham uma autêntica vocação bandeirante : Domingos foi um dos fundadores de Itu (1610). André fundou Parnaíba, que já era Vila (1625). Balthazar que havia se fixado no Itavuvu, na margem do Rio Sorocaba (mais caudaloso, pois não existiam represas), além de terra com barro próprio para as casas de taipa, resolvera mudarse mais ao centro de Sorocaba.

A Vila dispunha de todos os recursos para progredir. Com auxílio de mais de 400 índios, construiu a primeira grande ponte da Província, sobre o Rio Sorocaba. Em 1654, Balthazar Fernandes Mourão, com auxilio de dois genros, castelhanos do Paraguai, André e Bartholomeu de Zunega, e Gabriel Ponce de Leon, marcaram seus nomes como fundadores de Sorocaba.

Apoio dos beneditinos

Balthazar estava terminando a construção de sua casa grande às margens do Lageado (hoje Av. Pereira Ignácio, em direção a Votorantim). Com auxilio de dois monges beneditinos: Freis Anselmo da Anunciação e Mauro da Trindade Vieira, conseguiu terminar em 1667 a construção da Capela de Sant"Ana e do Convento dos Beneditinos, iniciando uma total transformação urbana. Balthazar cedeu à Ordem de São Bento, uma considerável porção de terras.

A atual praça Carlos de Campos foi incorporada como Largo Santa Cruz de São Bento. A história destaca ainda o trabalho do monge beneditino Pedro de Souza, especialista em minereologia, que em 1680, depois de muito trabalho, conseguiu extrair e fundir nas minas do Araçoiaba, uma insignificante porção de minério de prata.

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Durante toda sua existência o Mosteiro de São Bento passou por algumas dificuldades, principalmente entre 1893 a 1905, quando não pode contar com novos monges. Desocupadas suas instalações, foram cedidas às freiras beneditinas do Santa Escolástica, até o término da Capela e das dependências da Irmandade na rua do Rosário (hoje Souza Pereira).

Sorocaba foi crescendo e a Ordem Beneditina foi permitindo a abertura de novas ruas. Uma doação marcante ocorreu por volta de 1810, de uma área localizada na rua do Mosteiro (hoje São Bento) esquina com a rua Municipal (hoje Padre Luiz), onde Manoela de Santa Clara e Rita de Santa Ignez, fundaram o "Recolhimento de Santa Clara" (já demolido). Mas a principal doação foi a área localizada atrás do Mosteiro, no final do governo imperial, para a localização do chamado "JARDIM PÚBLICO", depois "JARDIM DOS BICHOS" e hoje PRAÇA FREI BARAÚNA.

O final do governo imperial e início da primeira república, assinalaram um forte desenvolvimento em nossa cidade, graças ao decidido apoio dos beneditinos. Em abril de 1878, o Capítulo Beneditino da Bahia, elegeu para dirigir o Mosteiro de Sorocaba, Frei Joviniano de Santa Delfina Barauna, baiano de nascimento, com 68 anos (03/04/1825 _ 09/12/1893).

A eleição do novo Prior foi noticiada na edição de 15/05/1878 da "Gazeta de Sorocaba", jornal que na época era dirigido por Gaspar da Silva, depois Visconde de São Boaventura. A sua chegada em Sorocaba, também noticiada pelo mesmo jornal, deuse em 11 de agosto daquele ano, sendo recepcionado na estação da Companhia Sorocabana pelo chamado "trem da tarde", com a presença das principais autoridades, muitos populares e "banda de música". Ainda pelo mesmo jornal, Frei Baraúna agradeceu a recepção das autoridades, do povo e da "Philarmônica Sorocabana".

Frei Baraúna foi o último monge a viver no Mosteiro no fim do Império. Foi ele quem assinou a cessão de direitos para que o governo municipal construísse o Jardim Público, inaugurado em 05 de maio de 1889 por Antonio José Ferreira Braga, o último intendente imperial de nossa Sorocaba (1885/1889). Amante da flora e da fauna brasileiras, Frei Baraúna acompanhou a instalação do Jardim, transformandoo no maior e mais completo ambiente recreativo do Município.

A importância do "Jardim dos Bichos" era tão grande que o CRUZEIRO DO SUL em sua edição de 09 de abril de 1916, publicou com destaque a seguinte matéria: NO JARDIM DOS BICHOS O Jardim Público da Praça Frei Baraúna, procedeu a inauguração de sua nova coleção zoológica: 1 casal de pavões 1 casal de cisnes 2 araras 2 perdizes 14 urús 1 gralha pintada 1 anta 1 onça pintada 2 bugios 2 coatis 1 jacaré 1 sucuri 1 jobóia 1 bicho preguiça 1 casala de veado pardo 1 casal de veado galheiro 3 veados catingueiros 1 paca 2 cotias 4 catetos 3 micos 1 serelepe 1 gato preto do mato" ¿ Segundo se sabe, o "Jardim dos Bichos" tinha um espaço maior do que apresenta hoje, abrangendo algumas ruas (Arthur Martins, Sarutaiá, Voluntários de Sorocaba e outras). Havia inclusive, um pequeno lago numa de suas laterais. O intendente (agora republicano) Dr. Braguinha (1892/1895) voltou a dar nova força ao "Jardim dos Bichos". A homenagem ao Frei Baraúna é mais do que merecida, tal a importância que ele e seus companheiros da Ordem de São Bento desenvolveram pelo progresso de nossa Sorocaba.

Observação O Araçoiaba é rico em APATITA, um mineral de forma hexagonal composto de fósforo de cálcio com flúor, são chamadas "rochas fosfóricas" e semelhantes ao minério de prata. É matéria prima de muitos fertilizantes e do ácido fosfórico. É também vulgarmente conhecida como "rocha enganosa", capaz de enganar muitos mineradores. (Não seria o "caso" de Afonso Sardinha?).



Revista genealógica brasiliera, Volumes 3-4
Data: 01/01/1942
Página 72


ID: 5964


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Afonso Sardinha aparece em Livros de Atas e de Registro da Câmara d...
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Nascimento de Balthazar Fernandes
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Balthazar funda uma capela sob a invocação de “Nossa Senhora da Pon...
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16 de fevereiro de 2023, quinta-feiraID: 28322
Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente?
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A não ser que eu esteja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pela razão clara pois não confio nem no papa ou em concílios por si sós, pois é bem sabido que eles frequentemente erraram e se contradisseram) sou obrigado pelas Escrituras que citei e minha consciência é prisioneira da palavra de Deus. Não posso e não irei renegar nada, pois não é nem seguro e nem correto agir contra a consciência. Que Deus me ajude. Amém.



Data: 18/04/1521
Fonte: Lutero



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