Historia geral das bandeiras paulistas : escripta a´ vista de avultada documentac¸a~o inedita dos archivos brasileiros, hespanhoes e portuguezes Afonso de E. Taunay (1876-1958)Publication date 1927
54 HISTORIA GERAL DAS BANDEIRAS PAULISTAScompanhia da villa de S. Paulo, com sua igreja, moveis .e mais bens ecclesiasticos, de que vivem, se restituamlogo ao estado antigo, e exercitem os ministerios espi-rituaes, como faziam; pelo que mando ao governadorgeral do Estado do Brasil, e ao Rio de Janeiro e maisjustiças officiaes e pessoas, a quem o conhecimento distopertencer, que cumpram e façam cumprir este alvará,como se nelle contém, o qual valerá, posto que seu ef-feito haja de durar mais de um anno, sem embargoda ordenação do livro 2.º, titulo 40, em
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.Nesta mesma data, 3 de outubro de
1643, mandouD. João IV que o governador do Rio de Janeiro, entãoLuiz Barbalho Bezerra, o heroe da retirada do Cabode S. Roque, informasse sobre as petições dos cama-ristas e moradores das villas de S. Paulo, S. VicenteSantos e Rio de Janeiro contra os padres jesuitas, etambem sobre as petições que estes fizeram de queixacontra os paulistas.Recommendava-lhe o monarcha informasse com amaior brevidade, mas não conhecemos o teor do re-lato desse illustre cabo de guerra, muito mais capaznas lides da espada do que nas da penna e sequer daintelligencia, pois, envolvido nas intrigas de que resul-tara a deposição do Marquez de Montalvão, engendradapelo jesuita Francisco de Vilhena, escapara ao castigoque sobre os seus companheiros de pronunciamento seabatera por lhe imputar o Rei os erros «á falta deJuizo.»Algum tempo antes da expedição deste alvará, re-cebera o Rei os deputados paulistas Luiz da CostaCabral e Balthazar de Borba Gato, «que ambos tinhampassado ao reino depois da gloriosa e feliz acclama-ção do senhor rei D. João IV, a dar obediencia porparte dos moradores de S.
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; e a este reverentee humilde rendimento agradeceu a paterna bondadedo mesmo senhor por carta firmada do seu real punhodirigida aos officiaes da camara de S. Paulo, com datade 22 de setembro de
1648.Diz Azevedo Marques que a carta tem a data de
[p. 54]A coincidência dos três nomes não vem a ser de tal ordem que se mostre inaceitável mas num núcleo tão pequeno, como o de São Paulo seiscentista, torna-se realmente extraordinário que se possa admitir a coexistência dos dois Antonio Pereira de Azevedo. Na toponímia de São Paulo diversos Pirapitinguy ha. Assim se chama um pequeno afluente do Parahyba, cuja foz se acha no município de Pindamonhangaba, um outro ribeirão, afluente do ainda pequeno Jaguary, no vale do Tietê, e um terceiro, afluente insignificante do próprio Tietê junto a Ytú. O único que apresenta afinidades com a geografia do bandeirismo é este. Em todo caso a sua barra é a montante do Salto, naquele trecho de corredeiras, tão lindo e abaixo da Cabreuva.
Não viriam os bandeirantes escolher porto logo acima do grande obstáculo do Salto, quando se sabe que a sua navegação começava abaixo do Salto algumas léguas, a jusante e mais tarde muito além em Porto Feliz, na antiga Araraytaguaba.
E depois se Antonio Pereira de Azevedo estava em Pirapitinguy devia seguir rumo do oeste e não do Norte. Só se Pirapitinguy era em outro ponto ou ainda que Azevedo haja voltado da Bahia pouco depois sua partida. E com efeito para ali partira em junho de
1647 e estava em Pirapitinguy, a 15 de maio de
1648, prestes a tomar a estrada geral dos preadores de nativos.
Fixa Calógeras a partida da expedição de Antonio Pereira de Azevedo em
1648, mas ha provavelmente ai erro de impressão. Basílio de Magalhães o retifica.
Não sabemos porém em que se estriba o autor das "Minas do Brasil" para afirmar que se fez a expedição do São Francisco.
[p. 314 e 315]Jerônimo da Veiga
[p. 321]