“Para historiadores, textos que definem heranças ou inventários podem ser uma fonte preciosa para a reconstituição da memória de uma cidade” - 10/01/2011
“Para historiadores, textos que definem heranças ou inventários podem ser uma fonte preciosa para a reconstituição da memória de uma cidade”
10 de janeiro de 2011, segunda-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Testamentos que mudam a históriaPara historiadores, textos que definem heranças ou inventários podem ser uma fonte preciosa para a reconstituição da memória de uma cidadeFernanda IkedoAgência BOM DIAAlém da importância para os herdeiros, os testamentos têm um papel social importante para a história do próprio país.O testamento do aviador Alberto Santos Dumont foi feito em Sorocaba em 7 de setembro de 1931, no 2º Tabelião de Notas. Segundo o tabelião Paulo Roberto Ramos, o aviador era amigo da família Trujillo, e, como provavelmente já estava pensando em se matar, resolveu aproveitar uma visita a Sorocaba para resolver a questão. Como era feriado, o cartório teve de ser aberto especialmente para ele.
Conforme os historiadores, o documento oficial mais antigo de Sorocaba é o testamento de Isabel de Proença, segunda esposa do fundador de Sorocaba, Baltasar Fernandes. “A data de fundação da cidade é de 1654 justamente pela data de registro desse testamento”, explica a diretora dos museus históricos municipais, Sonia Nanci Paes. Se o testamento do próprio Baltasar Fernandes fosse encontrado talvez mudasse a história da cidade De acordo com Sônia e com o diretor da Biblioteca Infantil, José Rubens Incao, a análise desses documentos podem identificar o poder aquisitivo das famílias, a história dos prédios que hoje são patrimônios históricos, os costumes de uma época e acompanhar as mudanças de valores.
Em testamentos da época da fundação de Sorocaba, reunidos e publicados em livros pelo Arquivo do Estado de São Paulo, nota-se que as pessoas deixavam bens como colheres, roupas, porcos e plantações. “Pois naquela época até as colheres eram importadas, de prata, por exemplo”, observa Sonia.
No século XVI até por volta do ano de 1900, havia toda uma preparação para a morte e era comum constar nos testamentos, algumas ordens de como gostaria que ocorresse o sepultamento, conforme conta o diretor da Biblioteca Infantil Municipal, José Rubens Incao. “Os bandeirantes que passaram por Sorocaba, por exemplo, deixavam confissões, missas encomendadas, inclusive com detalhes, se queria música no sepultamento e deixava também réis para a Igreja”, destaca.
Fora as questões sociais e econômicas, os testamentos e inventários revelam mudanças fundamentais para a geografia, como a identificação de espaços e divisas antigas.Propriedades
O testamento/inventário de Isabel de Proença está no livro “História de Sorocaba”, de Aluisio de Almeida. Já o inventário dos bens de Rafael Tobias de Aguiar, foi feita pela Marquesa de Santos, em 1857, um trecho está contido no livro “Rafael Tobias de Aguiar: o Homem, o Político”, de José Aleixo Irmão.
O testamento e o inventário do próprio Brigadeiro Tobias estão sendo transcritos por Sõnia Nani Paes, que recebeu o manuscrito digitalizado, enviado por uma pesquisadora do Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). “Ele fez dois testamentos um em 1842, na época da Revolução Liberal, deixando os bens para a Marquesa de Santos e outro em 1857”, afirma Sônia.
Pertencia ao Brigadeiro Tobias, o prédio atual da Fundec, o bairro que leva o nome do Brigadeiro, o largo do Canhão e parte da atual Vila Hortência. “O Largo do Canhão era chamado de Largo Santa Gertrudes, nome da mãe de Brigadeiro Tobias. A família doou ao município com a condição de que ali nada fosse construído”, destaca.
O documento que funda Sorocaba
Os testamentos antigos não são fáceis de serem encontrados o de Baltasar Fernandes, por exemplo, até hoje, ninguém o localizou. “Já procuramos em São Paulo, em Santana de Paraíba (origem da família do bandeirante), mas não foi encontrado”, avisa a diretora dos museus públicos de Sorocaba, Sonia Nanci Paes.
Ela ressalta que se esse documento fosse encontrado poderia mudar a história da cidade. Já que Sorocaba surgiu de uma forma diferente, com um fundador e não como as cidades criadas a partir de uma fazenda de café com a imigração de um povo, ou ainda, a partir de uma ferrovia, por exemplo.
Não se sabe o ano da chegada de Baltasar Fernandes por aqui. Historiadores trabalham com a hipótese de que ele passava por Sorocaba muito antes de 1654, “mas como a história trabalha com documentos o ano da fundação é esse, por causa do testamento de Isabel de Proença”, explica Sônia.
Costume é mais popular na Europa que no BrasilO tabelião Paulo Roberto Ramos, do 2º Tabelião de Notas Cartório Renato, afirma que o brasileiro é um povo que não tem o costume de fazer testamento. “Na Europa, não há a lei que obrigue a divisão de bens para os herdeiros, como no Brasil. Lá, fazer testamento é comum. Permite-se deixar os bens a quem quiser” diz.Diante disso, no Brasil, o testamento só é feito só por quem quer alterar essa ordem, caso contrário, não há necessidade.“Aqui fazemos cerca de 40 testamentos por ano”, afirma Paulo.Ele explica que há três formas de fazer esse documento: a) Público, feito no cartório, diante de duas testemunhas e permanecendo disponível para consulta; b) Particular, que deve ser feito de próprio punho pelo testador e levado ao tabelião no cartório. Esse tipo de documento não fica acessível ao público; e o terceiro que é chamado de Cerrado, quando é feito pelo testador e é lacrado pelo tabelião, sem que esse leia o conteúdo. Esse testamento é somenteaberto diante do juiz.Fonte: Bom dia SorocabaPor: Assessoria de Imprensa .
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.