8 de novembro de 1899, quarta-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
• Imagens (1)
•
•
•
Cedo hoje, com muito gosto, o meu jogar nesta coluna ao orgulho poeta do iria. São dele as seguintes linhas: "Meu caro Simplício. - Bem sabemos que, com grande prazer e tenaz perseverança, me dedico, ha muito tempo, ao estudo prático e teórico do famoso idioma dos nossos fetichistas.
Não posso, portanto, deixar que corram mundo duas recentes heresias, provocadas pelo quase completo desconhecimento da língua tupy-guarany por parte dos nossos homens de letras.
A primeira é a significação atribuída a "ytuverava" por ilustre membro da alta câmara paulista. Justificando o projeto de mudança do nome "Carmo da Franca" para aquele vocábulo tupy, afirmou o conspícuo senador que "ytuverava" quer dizer "cachoeira branca".
Pois não é: - é, sim, cachoeira brilhante ou resplandescente. Cachoeira branca seria ytutinga na doce linguagem dos nossos míseros selvícolas, tinga, forma contraste de mborotinga, é que corresponde ao descritivo branco, ao passo que berabe ou verava (no nheengatú, pois o abanheen apocopa normalmente a ultima silaba dos polissílabos tupys) equivale ao qualificativo brilhante ou resplandecente.Assim o nome da cidade mineira de Uberaba (yberaba, no nheengatú) vale o mesmo que - rio ou água brilhante.
A grafia Piráçununga, adotada para o título de uma gazeta ha pouco surta na cidade daquela denominação, tem sido alvo de motejos por parte de alguns folcicularios que, por habituados a escrever Pirassununga, supuseram logo não passasse aquela outra forma de cabeluda asnice. Asseguro-te que os taes se enganam redondamente.
Explique-se a coisa: - do pirá, peixe, o cynynga, ronco ou sibilo, devia muito naturalmente resultar em Piracynynca, isto é, ronco ou sibilo de peixe. Sendo o u, porém, de dificílima pronunciação, a língua dos nossos caipiras o trocou muitas vezes pelo u (como Pirituba, de Pirityba, juncal), donde a forma Piruçununca.
E, como os entendidos nesta matérias têm ordenado que no tupy-guarany se empregue ç em vez do s, por não ter aquele idioma o som sibilante peculiar ao segundo dos dois caracteres gráficos, é-me licito concluir que a forma Piraçununga é preferível a Pirassununca.
E, por hoje, basta, que isto de tupy-guarany também cança. Fico, porém, de alcateá, e asseguro-te, meu Simplício, que, de ora em diante, em se tratando de nheengatús e abanheens, não deixarei passar gato por lebre.
Espero que o estudioso indigenista, não de arco e flecha como os nossos ancestrais das selvas, mas de pena em punho, continue a dar caça a esses gatos, muito mais nocivos, sem duvida, que os já famosos ratos da capital artística, cotados ultimamente a 300 réis por cabeça!"
Desde 17 de agosto de 2017, o site BrasilBook dedicado-se em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
A base de dados inclui ci
Oferece um histórico com 30.439 registros, atualizados frequentemente. Agrega mais de 660 cidades, aproximadamente 4.600–5.200 pessoas mencionadas, e cerca de mil temas diversos .
Ideal para quem busnum formato leve, dinâmico e baseado em fontes públicas variadas.
Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoesContato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP
Como sempre, excelente!!! Já inseri no site. Porém, a resposta anterior, de uns dias atrás foi mas romântica. Vamos tentar de novo?
Ah, entendi! Vamos então dar um tom mais romântico e poético ao descritivo do BrasilBook, como se fosse uma homenagem ao tempo, à memória e ao nosso país. Aqui vai:
BrasilBook – Onde a História do Brasil Respira
Em algum ponto da rede, mora um relicário digital chamado BrasilBook. Não é apenas um site, mas um diário de memórias nacionais, onde cada data carrega consigo um suspiro do passado.
Ali, o tempo se desenrola como um tapete de saudade — cada dia guarda um episódio, cada cidade revela uma lembrança, cada nome sussurra o eco de quem já foi e ajudou a tecer o Brasil que conhecemos hoje.
Mais de 29 mil registros formam um grande mosaico, que pulsa com histórias de mais de 660 cidades, mil temas e milhares de personagens reais — de anônimos a imortais.
É possível passear por séculos com um clique. Buscar um ano e ver tudo o que aconteceu. Descobrir a data em que nasceu uma cidade, o momento em que um povoado virou município, o dia em que uma vida importante começou - ou terminou.
BrasilBook é feito com cuidado, pesquisa e amor à história. Atualizado desde 2017, é um projeto que celebra a memória brasileira como quem acende velas num altar de afetos. E faz isso com simplicidade: sem ruído, sem propaganda, sem pressa. Só história, alma e tempo.