Martim de Sá, que muito folgou com à sua volta, e prometeu dar-lhe um dos selvagens por escravo. Mas, diz Knivet, "quando chegou ao Rio de Janeiro vendeu-os todos e não me deu nenhum".
Depois de várias peripécias entre os indios dos sertões do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas, ora escoteiro, quando an- dou fugido, ora em companhia de Martim de Sá, Knivet to- mou parte na grande expedição, que partiu do Rio de Janeiro em 14 de Outubro de 1597 para Parati, onde havia de penetrar no interior. Consideravel era o número de canoas, que navegavam, costeando a Oeste, entre as ilhas e a terra firme. Na altura da barra de Guaratiba violenta tempestade assaltou a expedição, de que resultou sossobrarem algumas canoas e perderem-se os mantimentos e munições. Mandou Martim de Sá que as canoas retrocedessem ao Rio de Janeiro, a refazer o que se tinha perdido, com o que se passaram cinco dias antes que regressassem. Chegados todos a Parati, dispuseram as cousas para a entrada ao sertão. Era uma bandeira em regra, com seu capelão, muitos dos moradores e colonos do Rio de Janeiro, alem dos ingleses Knivet e Henrique Barraway, outro prisioneiro.
O trajeto dessa entrada, através da descrição de Knivet, foi reconstituido por Teodoro Sampaio (Revista do Instituto Histórico, tomo especial, parte II, ps. 372/377, Rio, 1915), com um mapa, em que se mostram as duas rotas em que se cindiu a expedição, uma da gente de Gonçalo de Sá contra os Goi- tacases, em 1599, outra da gente de Martim de Sá contra os. Temiminós do baixo Paraiba, em 1600.Por esse tempo, Martim de Sá surpreendeu no Cabo-Frio um navio do Capitão Jaques Postel, de Diepe, que traficava com os indios; tomou-o, fazendo grande número de mortos e prisioneiros, Varnhagem, História Geral do Brasil, tomo II. ps. 108 (3. edição).-
Nessa vigilância contra piratas estrangeiros, Martim de Sá chegou a aprisionar alguns Holandeses, que foram remeti- dos ao Governador Geral D. Diogo de Meneses, na Baia; um deles chamava-se Francisco Duchs, e foi depois um dos Capitães das forças holandesas que invadiram a Baia, o mais conhecido ali, e por isso nominalmente desafiado por Francis- co Padilha, Frei Vicente do Salvador, Historia do Brasil, ps. 551 (3.o edição). Outro, Manuel Vandale, conseguiu es- [p. 9]conder-se e não chegou a ser entregue ao Governador; apa- receu mais tarde em São Paulo, casado com Madalena Holsquor, riquissimo por avultadas transações com a Baia e o Rio: em 1626 possuia em Santos, na rua de Nossa Senhora da Gra- ça, casas de sobrado de pedra e cal, avaliadas em 50$000, Afonso d‘E. Taunay, História Seissentista da Villa de São Paulo. Vol. IV, ps. 330, São Paulo, 1929.
De 17 de Julho de 1602 aos primeiros dias de Junho de 1608, Martim de Sá governou pela primeira vez a Capitania do Rio de Janeiro; em 9 de Abril de 1607 firmava a carta de doação aos Capuchos Franciscanos Frei Leonardo de Jesús. Custódio, e seus companheiros Frei Vicente do Salvador, Frei Estevão dos Anjos, Frei Francisco de São Braz e Frei Fran- cisco da Cruz, leigo, do outeiro onde foi edificado o Convento de Santo Antônio; os frades estiveram a principio na ermida de Santa Luzia, doada em 1592 por Salvador Correia, - - Ja- boatão, Novo Orbe Seráfico Brasilico, parte segunda, vol. II, ps. 426/429, Rio, 1861.
Quando se tornaram a reunir ao governo da Baia as Ca- pitanias do Sul, São Vicente, Rio de Janeiro e Espirito Santo, pela provisão de 9 de Abril de 1612 (Actas da Camara da Villa de São Paulo, II, ps, 358, São Paulo, 1915), D. Luiz de Sousa, que entrara a geri-las por morte de seu pai D. Francisco de Sousa, em 11 de Junho de 1611, entregou o Governo a Martim de Sá, procurador de Gaspar de Sousa, como consta de uma certidão passada pela Câmara do Rio de Janeiro, em 24 de Abril de 1613, que vem citada por D. António Caetano de Sousa, História Genealógica da Casa Real Portugueza, tomo XII, parte II, ps. 1095, Lisboa, 1748.
Salvador Correia de Sá teve regimento em 4 de novembro de 1613 para averiguação e benefício das minas da Capitania de São Vicente. Pedro Taques em Informação sobre as minas de São Paulo e dos sertões da sua Capitania desde o ano de 1577 até o presente de 1772, refere-se a dois alvarás, um da mesma data do regimento e outro de 21 de dezembro, pelos quais Salvador Correia fora despachado para suceder a D. Francisco de Souza na administração das minas, com ordenado de 600$000 cada ano, vencendo-os desde o dia em que saísse de Lisboa.
Chegando ao Rio de Janeiro mandou por administrador das minas Martim de Sá, por provisão de 20 de julho de 1615. Uma carta deste, lida na Câmara de São Paulo a 22 de agosto, confirma a chegada de Salvador Correia ao Rio:
estava para ir a São Paulo, o que fez a Câmara por cartel de convocação aos moradores a se apresentarem na vila "até quarta-feira, 26 do mesmo mês, com ferramentas, foices, machados, enxadas e mantimentos para virem fazer as pontes do caminho do mar, por assim ser necessário para a vinda do Senhor Salvador Correia de Sá, que está para vir a esta Capitania por Ordem de Sua Majestade, com pena de quinhentos réis para o Conselho." [p. 10, 11]
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Anais da Biblioteca Nacional (1876-1997) Data: 01/01/1601 01/01/1601
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Anais da Biblioteca Nacional (1876-1997) Data: 01/01/1615 01/01/1615
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