18 de dezembro de 1888, terça-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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No dia 13 do corrente foi capturada, na Serra do Ypanema, pelo sr. sargento Ferreira de Carvalho que para ali seguira em diligência a italiana Christina Martins, mulher de Rosario Rossi. Essa mulher, que em Sorocaba tomará o nome de Philomena, acha-se pronunciada na côrte como cúmplice no assassinato de seu marido, ali perpetrado por seu amante Antonio Luca, que também veio a falecer em consequência desse conflito, há cerca de dois anos.
O Diário de Sorocaba traz o seguinte:
"Segundo consta, depois que o marido recebera três punhaladas, ainda Christina o castrou! Esta diligência foi recomendada pelo exm. dr. chefe de Polícia ao sr. Carlos Sacob Sewaibriker, delegado deste termo, que por sua vez a confiou ao sr. Sargento Carvalho, que efetuou-a com toda a prudência, zelo a actividade.Christina residiu um tempo nesta cidade, de onde se retirou por temer talvez o que afinal veio a acontecer-lhe-a descoberta de sua identidade.
"No interrogatório, Christina declarou ser natural de São Marcos, província de Cozzencia, no reino da Itália, ter 37 para 38 anos de idade, ser viúva de Rosario Rossi, italiano, filha de Luiz Martins e de Izabel Nacarof, ter cinco filhos de nomes Vicente, Eugênio, Luiz, Francisco, e Oscar, este de nove meses. Disse que seu marido, tendo ferido com uma faca ao italiano Antonio Luca, na côrte, á rua do jogo de Bola, número 19, em 6 de junho de 1886,suicidou-se momentos depois, morrendo este incontinente e Luca no dia imediato no hospital.
Declarou ter vindo ao Brail há 7 para 8 anos, no vapor França, da companhia francesa, mas não como imigrante, tendo seu marido vindo cerca de 10 anos antes dela; que da côrte veio a São Paulo para a companhia de sua mãe, morando depois á rua de Santo Amaro, número 7, em companhia de seu filho Francisco; que veio para esta ha cerca de dois anos; que em São Paulo apresentou-se o seu nome de batismo, mas que em Campo Largo fêl-o como o de Carolina Philomena e com este apresentou o seu filho Oscar para ser batizado naquela vila.O motivo de ter mudado de nome foi para evitar credores de seu marido.O sr. delegado de polícia deu parte ao sr. juiz de orfãos da existência dos menores, e foi-lhes dado como tutor o capitão Martinho Dias Baptista Pires, padrinho de Oscar, conforme pediu sua mãr. Francisco e Vicente acham-se na côrte ou em São Paulo e a mãe de Christina regressou para a Itália.
Captura Importante Data: 18/12/1888 Créditos/Fonte: Correio Paulistano 18/12/1888
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