“Não é caminhando que se faz a maior parte da viagem; é de rastros sobre as mãos e os pés, agarrando-se às raízes das árvores, em meio de rochedos ponteagudos e de tão terríveis precipícios, que eu tremia, devo confessá-lo, quando olhava para baixo” - 01/01/1656
“Não é caminhando que se faz a maior parte da viagem; é de rastros sobre as mãos e os pés, agarrando-se às raízes das árvores, em meio de rochedos ponteagudos e de tão terríveis precipícios, que eu tremia, devo confessá-lo, quando olhava para baixo”
1656 Atualizado em 25/06/2025 05:07:58
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em grande parte do litoral; e, se, algumas vezes, em certas regiões da costa raramente visitadas, há tão pouca hospitalidade quanto nos portos, é isso devido ao natural apático dos habitantes, cujo sangue mesclou-se com o dos indígenas, e que são congenitamente inervados pelo extremo calor e por alimentação muito pouco substanciosa.
Bem pesado tudo o que acabo de dizer, torna-se claro que à cidade de Santos, pela sua localização, advêm as maiores vantagens, que teria per- dido se, à semelhança de alguns pequenos portos da província, não tivesse diretas comunciações com o interior.Para ir do litoral à planície de Piratininga, os portugueses, até 1560, só tinham um perigosíssimo caminho, infestado pelos tamoios, seus fidalgais inimigos. Estes selvagens se ocultavam nos matos, à direita e à esquerda do caminho, atacando de improviso os viajantes, despojando-os, aprisionando-os e levando-os para seus bárbaros festins.Tocados de compaixão, os jesuítas Luiz de Gram e Nóbrega resolveram por um fim a essa dolorosa situa- ção, que tanto atemorizava a população branca. Os referidos jesuítas, com mais dois padres seus colegas, tão empreendedores quão industrio- sos, favorecidos pelo governador Mem de Sá e auxiliados por indígenas catequizados, abriram, com perigo de vida, um novo caminho, seguindo um traçado isento do perigo de ataques por parte dos selvagens. Os habitantes do planalto e os do litoral puderam, afinal, comunicar-se entre si, sem se expor a horrorosos suplícios, e testemunharam o mais vivo reconhecimento aos padres da companhia de Jesus e ao governa- dor Mem de Sá. É certo, e nem o contrário poderia imaginar-se, que essa estrada em nada se assemelhava às que, atualmente, são abertas, com tanta arte, em meio das mais escarpadas montanhas.
O padre VASCONCELOS, que pela mesma passou cem anos depois de sua abertura (1656), afirmou não ter ela passado por qualquer modificação, e assim a descreveu, mostrando como era difícil o seu trajeto e como é admirável a região que atravessa: — "Não é caminhando" — disse o padre Vasconcelos — "que se faz a maior parte da viagem; é de rastros sobre as mãos e os pés, agarrando-se às raízes das árvores, em meio de rochedos ponteagudos e de tão terríveis precipícios, que eu tremia, devo confessá-lo, quando olhava para baixo.
A profundeza do vale é aterrorizante, e o número de montanhas que se elevam, umas por cima das outras, faz quasi perder toda a esperança de chegar ao fim. Quando se acredita estar no cume de uma delas, chega-se ao sopé de outra mais alta ainda. Mas é verdade que, repetidas vezes, sente-se recompensado das fadigas da ascenção. Quando eu me sentava sobre um rochedo e lançava o olhar para baixo, parecia-me estar olhando do alto do firmamento, e que o
em grande parte do litoral; e, se, algumas vezes, em certas regiões da costa raramente visitadas, há tão pouca hospitalidade quanto nos portos, é isso devido ao natural apático dos habitantes, cujo sangue mesclou-se com o dos indígenas, e que são congenitamente inervados pelo extremo calor e por alimentação muito pouco substanciosa.
Bem pesado tudo o que acabo de dizer, torna-se claro que à cidade de Santos, pela sua localização, advêm as maiores vantagens, que teria per- dido se, à semelhança de alguns pequenos portos da província, não tivesse diretas comunciações com o interior.Para ir do litoral à planície de Piratininga, os portugueses, até 1560, só tinham um perigosíssimo caminho, infestado pelos tamoios, seus fidalgais inimigos. Estes selvagens se ocultavam nos matos, à direita e à esquerda do caminho, atacando de improviso os viajantes, despojando-os, aprisionando-os e levando-os para seus bárbaros festins.Tocados de compaixão, os jesuítas Luiz de Gram e Nóbrega resolveram por um fim a essa dolorosa situa- ção, que tanto atemorizava a população branca. Os referidos jesuítas, com mais dois padres seus colegas, tão empreendedores quão industrio- sos, favorecidos pelo governador Mem de Sá e auxiliados por indígenas catequizados, abriram, com perigo de vida, um novo caminho, seguindo um traçado isento do perigo de ataques por parte dos selvagens. Os habitantes do planalto e os do litoral puderam, afinal, comunicar-se entre si, sem se expor a horrorosos suplícios, e testemunharam o mais vivo reconhecimento aos padres da companhia de Jesus e ao governa- dor Mem de Sá. É certo, e nem o contrário poderia imaginar-se, que essa estrada em nada se assemelhava às que, atualmente, são abertas, com tanta arte, em meio das mais escarpadas montanhas.
O padre VASCONCELOS, que pela mesma passou cem anos depois de sua abertura (1656), afirmou não ter ela passado por qualquer modificação, e assim a descreveu, mostrando como era difícil o seu trajeto e como é admirável a região que atravessa: — "Não é caminhando" — disse o padre Vasconcelos — "que se faz a maior parte da viagem; é de rastros sobre as mãos e os pés, agarrando-se às raízes das árvores, em meio de rochedos ponteagudos e de tão terríveis precipícios, que eu tremia, devo confessá-lo, quando olhava para baixo.
A profundeza do vale é aterrorizante, e o número de montanhas que se elevam, umas por cima das outras, faz quasi perder toda a esperança de chegar ao fim. Quando se acredita estar no cume de uma delas, chega-se ao sopé de outra mais alta ainda. Mas é verdade que, repetidas vezes, sente-se recompensado das fadigas da ascenção. Quando eu me sentava sobre um rochedo e lançava o olhar para baixo, parecia-me estar olhando do alto do firmamento, e que o
Viagem a provincia de São Paulo e resumo das viagens ao Brasil, Provincia Cisplatina e Missões do Paraguai Data: 01/01/1940 Créditos/Fonte: Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) Página 209
ID: 11752
ME|NCIONADOS• Registros mencionados (1): 31/12/2022 - A emissora MTV Brasil encerra suas operações no Brasil EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.