De 1610 a 1629, autorizados pelo soberano espanhol, os padres da Companhia de Jesus mantiveram 13 reduções do gentio guarani nos valos dos rios Pirapó, Tibagi, Ivaí e Piquiri. Somente depois da destruição, pelas "bandeiras" paulistas, das povoações castelhanas e jesuíticas, foi que os nativos de outras etnias invadiram esse extenso território compreendido na província espanhola de Guaíra, sujeita ao governo do Paraguai. [p. 30]
Mapas coloniais assinalam a região do baixo Tibagi, em ambas as margens, com a indicação: "Sertão do Gentio Guanhanás" e a que demora entre os rios Iguaçu e Santo Antônio com a indicação: Guanhanás, very little known (muito pouco conhecidos); os jesuítas de Guaíra aldearam Guaianás na Redução de São Tomé, em Guaíra, situada a leste do rio Corumbataí; Ambrossetti, em 1903 visitou aldeias de Guaianás no curso inferior do Iguaçu e no alto Paraná. Vem de longe a discussão sobre se os Guaianás eram Tupis ou Tapuias. O cônego Gay, situando Guaianás no baixo e alto Iguaçu e Uruguai, respectivamente, acrescenta: - "(...) e sua língua pouco difere da dos Guaranis", mas também diz que "o nome Guaianás dá-se a todas as tribos que não tem outra denominação e que não são Guaranis". Teodoro Sampaio, A Nação Guaianá da Capitania de São Vicente, filia os Guaianás no grupo Guarani; Carlos Teschauer, S. J., Os Caingang ou Coroados no Rio Grande do Sul, entende que os Guaianás, como também os Camés e os Xocrêns, eram Caingangs.
Também H. von Hering, Revista do Museu Paulista, vol. 6, p. 23 e 44, conclui que os Guaianás descritos por Gabriel Soares, "são os atuais Caingangs". Telêmaco Borba, Atualidade Indígena, p. 128 e seguintes diverge, e entende que eram Tupis-Guaranis, pois esses nativos se entendiam perfeitamente com os Carijós.
O fato de serem aldeados em Guaíra conjuntamente com os Guaranis, fortalece esta opinião do saudoso indianista paranaense. [p. 32, 33 e 34]
TAIOBÁS — À esquerda do rio Corumbataí, onde em 1610 foram domiciliados na redução de Los Angeles, segundo o barão do Rio Branco , Questão de Limites entre o Brasil e a República Argentina. [p. 36]
Fundações na Frente Missionária do Guayrá. Seus líderes abrange dois ítems A Terra e sua História que conta a situação do Guayrá hoje pertencente ao Paraná atual. Nela distinguimos Terras de Tayobá, a oeste do estado, cujo chefe principal tem o mesmo nome em decorrência de sua atuação na área; Terras de Tibaxiba e Terras de Maracayú no alto Paraná fronteira do rio lguaçu na qual, entre outros problemas poderíamos lembrar a polêmica em torno da extração da erva-mate. Todas as três áreas têm importância renomada nos envolvimentos que resultaram nas Reduções da Frente Missionária do Guayrá sobre a qual discorremos sob o título As Reduções e caciques do Guayrá. Contamos, de forma resumida e de acordo com as informações, o histórico de cada uma das 11 Reduções fundadas entre 1610 e 1630.
Destacamos em especial as duas primeiras, Nuestra Señora dei Loreto sobre o Rio Paranapanema e San lgnacio dei Guayrá, sobre o seu afluente, o Pirapó. Foram fundações dos padres Masseta, Cataldino e Montoya em 1610, foram as melhor organizadas, as mais populosas e as únicas que subsistem à destruição do Guayrá quando são transferidas para a Argentina, integrando a Frente Missionária do Uruguay com os nomes de Nuestra Señora dei Loreto e San lgnacio, Miní. Elas resumem praticamente toda a história do Guayrá, desde a sua instalação como Frente Missionária até a sua derrocada final, que pode ser lida também através da história dos dez caciques ou lideres biografados, cujos nomes vêm expressos nos textos. [p. 20]
Fundação de Nuestra Señora de Loreto del Pirapó Guairá. Transmigrou ao final de 1631, chegando ao mês de março de 1632, à margem do Rio Yabebuirí, afluente da margem esquerda do Rio Paraná. [p. 80]
Quando os padres jesuítas se estabeleceram efetivamente no Guairá no ano de 1610, iniciou-se uma nova frente expansionista no interior da província em sequência a expansão promovida por Domingo Martinez Irala, em 1557, com a fundação da Ciudad Real. Nessa frente missionária, os religiosos passaram a contatar no Guairá, além das populações falantes do idioma Guarani, outras populações nativas. [p. 97]