História das missões orientais do Uruguai. Aurélio Pôrto.
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
• Imagens (21)
•
•
•
Em substituição a Álvar Núnez Cabeza de Vaca, governador do Prata, que fora preso e deportado de Assunção, escolhe el-rei, em competição com outro candidato a esse cargo, a João de Sanábria, homem nobre e rico, que apresta logo uma expedição para se transportar à sua governança. Aparelhada já estava a frota que a devia transportar quando faleceu "o capitão João de Sanábria, que nesses preparativos empregara todos os bens que possuía.
Substituiu-o seu filho Diogo de Sanábria. Compunha-se a expedição de uma nau e duas caravelas, e nela vinham a viúva de João de Sanábria, D. Mencia Calderon e duas filhas, D. Maria e D. Mencia. Partiu a frota de Sanlúcar, no ano de 1552. Como cabo da gente dela regressava ao Paraguai o capitão João de Salazar de Espinosa, que fora deportado de Assunção e seguira para a Espanha na mesma caravela que conduzira o governador Cabeza de Vaca. Vinham, na mesma expedição, vários fidalgos e povoadores, entre os quais se destacavam Cristóvão de Saavedra, filho do correio-mor Hernando de Trejo e o capitão Becerra que trazia mulher e filhos, em nau de sua propriedade.
Depois de longa viagem, aportou a esquadra ao Brasil e na Laguna, à entrada da barra, perdeu-se o navio de Becerra com tudo quanto trazia, salvando-se unicamente a gente que pôde chegar à terra.
Desavieram-se aí o piloto-mor e o capitão Salazar, e sendo eleito Hernando de Trejo chefe da expedição, retiraram-se para São Vicente vários componentes da armada. Trejo, compreendendo a necessidade que se fazia sentir de uma povoação que fosse escala, na costa do Brasil, para atingir Assunção, indo ao porto de São Francisco ali lançou, em 1553, os fundamentos de uma cidade. Estabelecendo-se aí, casou com D. Maria de Sanábria, viúva de João de Sanábria, nascendo em, território brasileiro, desse matrimónio, Dom Frei Hernando de Trejo, que foi bispo de Tucumã e fundador da sua Universidade.
Não faltaram trabalhos e misérias naquela incipiente fundação e Trejo, atendendo a rogos insistentes de sua mulher, resolveu abandonar a povoação, seguindo por terra para o Paraguai. Depois de trabalhos sem conto e duros meses de largas provações, em que morreram de fome 32 soldados que se perderam, chegou Hernando de Trejo a Assunção, onde o general Domingos de Irala, nomeado governador do Rio da Prata, o conservou preso por largo tempo, por ter abandonado o porto de São Francisco, que fundara, e que tão necessário se tornava para as entradas, por terra, no Paraguai.
O capitão João de Salazar, que fora para São Vicente, havia casado com D. Elvira de Contreras, filha do capitão Becerra, e aí se encontrou com o capitão João Diaz de Melgarejo, com quem concertou voltar a Assunção.
Fizera Salazar, na vila de Martim Afonso, boas relações de amizade com os moradores, insinuando a muitos deles as vantagens que teriam passando com famílias e bens à cidade de Assunção. E tal foi a propaganda e a retirada de povoadores para o Paraguai que o P. Manuel de Nóbrega, temendo o despovoamento da capitania de São Vicente, "pela pouca conta e cuidado que el-rei e Martim Afonso de Sousa têm, e se vão lá passando ao Paraguai pouco a pouco", diz que "seria bom ter a Companhia lá um ninho onde se recolhesse quando de todo São Vicente se despovoasse".
Além disto, estando lá os da Companhia se apagariam alguns escândalos que os castelhanos têm dos portugueses, e a meu parecer com muita razão, porque usaram mui mal com uns que vieram a São Vicente, que se perderam de uma armada do Rio da Prata. Entre as pessoas que se ligam a Salazar contam-se os irmãos Cipião e Vicente de Góis, oriundos de troncos ilustres de povoadores vicentinos, filhos de Luís de Góis fidalgo da Casa Real, irmão de Pedro de Góis, que foi donatário da capitania de São Tomé e capitão-mor de uma armada que, em Fevereiro de 1553, estava surta no porto de Santos.
Segundo refere Frei Gaspar da Madre de Deus residiu Luís de Góis alguns anos em São Vicente, dali saindo com sua mulher D. Catarina de Andrade e Aguilar, quando seu irmão, Pedro de Góis, os transportou para a capitania que ia fundar, no ano acima referido. Anteriormente Pedro de Góis doara-lhe o engenho da Madre de Deus, que ficava em terras fronteiras ao de Engagaçu. - ) [unknow]
Mas, é no planalto, onde João Ramalho funda Santo André da Borda do Campo, e os jesuítas, mais tarde, Piratininga, que se desenvolve a criação de gados pela excelência dos campos que ali se encontram. Fundado o Colégio, que dá origem a São Paulo, quando o Padre Nóbrega aí vem compreende que ele não poderá manter-se e sustentar-se sem terras e gados que suprem às necessidades de alimentação e indústria dos Irmãos; e, "se não foram as terras e vacas que o Padre Nóbrega com tanta caridade foi granjeando e que é a melhor sustentação que agora tem com que se criou tantos Irmãos", informa Anchieta, não poderia subsistir o Colégio.
Foram em número de 12 as primeiras vacas que entraram para o campo do Colégio. Segundo informa Nóbrega, "também tomei 12 vaquinhas para criação e para os meninos terem leite, que é grande mantimento, e foram compradas por pouco mais de 30$0.
As vacas, aduz em outra carta, foram adquiridas para os meninos, "com as terras e são suas", o mesmo sucedeu com as do Irmão Pero Correia: "que são dos meninos". Com seu espírito de previdência, Nóbrega, segundo Anchieta, embora ao princípio em Piratininga se padecesse muita fome, "mui raramente mandava matar alguma rês, enquanto eram poucas as vacas, para se multiplicarem para os vindouros." [História das missões orientais do Uruguai, 1954. Aurélio Pôrto. Página 248]
Muito teriam influído sobre a resolução dos irmãos Góis, se- gundo parece, as insinuações e promessas que lhes teria feito João Diaz Melgarejo, capitão paraguaio, partidário de Cabeza de Vaca, e foragido nessa capitania, aonde chegara, procedente do Guairá. Há, sobre sua actuação em São Vicente, entre as acusa- ções que lhe são feitas por Gregório de Acosta, referência ao caso dos irmãos Góis, que «enganara com palavras e
1 de janeiro de de 1954, sexta-feira (Há 71 anos)
•
•
•
e maltratara, tirando-lhés «
1 de janeiro de de 1954, sexta-feira (Há 71 anos)
•
•
•
quando chegou ao povo de Piquiri, em Guairá. Acosta acusa Melgarejo de ter «tirado a mulher a um
1 de janeiro de de 1954, sexta-feira (Há 71 anos)
•
•
•
(Cipião), não obstante ser ela sua comadre. Diz Gregório de Acosta que Melgarejo «quando esteve em São Vicente, onde se casou com sua mulher, despojou um engenho de açúcar e deitou a perder um cavaleiro português, que se chamava Luís de Góis, e enganou a seus dois filhos que eram mancebos, com palavras e prometimentos, de maneira que Luís de Góis, pai dos moços e sua mulher morreram de pesar, e os moços que levou consigo, depois que chegaram ao Povo de Piquiri, os tratou muito mal e lhes tirou as fazendas e a um deles sua mulher e infamou-o com ela sendo sua comadre. [Página 253]
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 159
ID: 12550
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 160
ID: 12551
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 161
ID: 12552
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 162
ID: 12553
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 164
ID: 12554
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 212
ID: 12548
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 247
ID: 12511
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 248
ID: 12510
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 249
ID: 12462
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 250
ID: 12463
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 251
ID: 12473
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 252
ID: 12471
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 253
ID: 12472
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 255
ID: 12474
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 379
ID: 11918
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 380
ID: 11914
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 381
ID: 11915
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 382
ID: 11916
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 383
ID: 11917
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 388
ID: 11912
História das missões orientais do Uruguai Data: 01/01/1954 Créditos/Fonte: Aurélio Pôrto Página 389