'Benedita possuía em torno de 30 anos. Era solteira. Não sabia ler nem escrever. Não possuía ofício especializado, possivelmente desempenhava as diversas atividade 0 10/09/1861 Wildcard SSL Certificates
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Benedita possuía em torno de 30 anos. Era solteira. Não sabia ler nem escrever. Não possuía ofício especializado, possivelmente desempenhava as diversas atividade
    10 de setembro de 1861, terça-feira
    Atualizado em 25/02/2025 04:45:15

•  Fontes (1)
  
  
  






 Fontes (1)

 1° fonte/2019   

Caminhos e (des)caminhos em busca de liberdade: Damásia e Benedita nos registros judiciais da vila de Castro, na segunda metade do século XIX
Data: 2019

Benedita: das escapas e acusações

A outra história selecionada para discutir neste ensaio refere-se a preta Benedita, que em 1862 vivia como escrava no bairro do Socavão (vila de Castro), propriedade de Luis Carneiro Araújo. Como já mencionado anteriormente, os fatos narrados aqui ocorreram na Vila de Castro, porém, Benedita era natural de Sorocaba, Província de São Paulo. E não se sabe a exatamente quanto tempo vivia na localidade. Em 1861 Benedita possuía em torno de 30 anos. Era solteira. Não sabia ler nem escrever. Não possuía ofício especializado, possivelmente desempenhava as diversas atividade. Certamente que os trabalhos nas fazendas não eram poucos. Além das atividades com o gado e nas roças, os escravos desenvolviam também outros trabalhos, como por exemplo domésticos e até mesmo serviços especializados. Não se sabe se Benedita dividia o cativeiro com outros companheiro, porém, a exploração excessiva da mão de obra cativa fazia parte do cotidiano da escrava. Tanto é que as relações envolvendo o desempenho de atividades na fazenda acabou levando ao desentendimento entre Benedita e seu senhor. [Página 10]

Era dez de setembro de 1861 quando a escrava Benedita dirigiu-se à casa do juiz municipal da vila de Castro, Domingos Martins de Araújo, para prestar queijas do seu senhor, Luis Carneiro Araújo. Na presença do escrivão a escrava relatou que por diversas vezes seu senhor havia praticado castigos violentos e que naquele dia havia sido castigada violentamente por não fazer um serviço que dependia de muita força. Desse modo, nos autos da denúncia se lê: Acaba de apresentar-se em quase completa nudez, a preta Benedita, que se diz escrava de Luis Carneiro Araújo, morador no Socavão, distrito desta cidade, com o braço direito aleijado de uma grande queimadura cicatrizada, com outra também cicatrizada no joelho direito e com as costas e outros lugares do corpo inteiramente cortados de inúmeras cicatrizes [...] mais desumana e bárbaro castigo, que segundo a mesma infelis tem lhe sido infligido pelos seus senhores”6 Tendo em visto a denúncia e o estado em que a escrava se apresentou na residência do juiz municipal, os peritos Joaquim Antonio de Souza Maia e Previsto Gonçalves da Fonseca Columbia foram chamados para realizar o exame de corpo de delito e, assim, prosseguir com os encaminhamentos do inquérito. Certamente que Benedita vivia um momento de aflição.

A exploração cotidiana da sua força física aliada aos constantes castigos sofridos no cativeiro atormentava sua vida. A situação em que a cativa se apresentou chamou atenção das autoridades. O escrivão registrou que a mesma encontrava-se em estado “mais desumana e bárbaro castigo, que segundo a mesma infelis tem lhe sido infligido pelos seus senhores”7.

O tratamento do senhor para com a escrava estava sendo desvelado. Benedita sabia que a decisão de recorrer as autoridades locais para intermediar as relações entre seu senhor poderia render-lhe outras consequências futura, mas, diante do desespero e das agruras sentidas optou em buscar ajuda na justiça. Suponho que para Benedita, na condição de mulher e escrava, no contexto do oitocentos, não tenha sido uma tarefa muito fácil. Jamais saberemos o que passava na cabeça de Benedita quando se encontrava na casa do juiz municipal, relatando os sofrimentos vivenciados no cativeiro diante de “homens da lei” e escravocratas. Aliás, desse caso, saberemos apenas o que foi registrado. [Página 11]




[25339] Caminhos e (des)caminhos em busca de liberdade: Damásia e Benedita nos registros judiciais da vila de Castro, na segunda metade do século XIX
01/01/2019

  


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