| Salvador Correa de Sá a quem V.M. tem encarregado a administração das minas da Capitania de São Vicente do Estado do Brasil por carta de 21 de julho do ano passado de 1616 diz que está no sítio das minas com o cabedal [Página 1]
Consulta do Conselho Ultramarino sobre as dúvidas que ofereciam as cartas de doação passados ao Conde da Ilha do Príncipe e Marques de Cascaes da Capitania de São Vicente. Lisboa, 19 de janeiro de 1682:
"O Conde da Ilha do Príncipe fez petição a V. A. por este Conselho, em que dizia, que V. A. lhe fizera mercê de 100 léguas de terra no Estado do Brazil na repartição do sul, de que fôra donatário seu trisavô Martym Affonso de Sousa, e em razão de que naquele tempo em que se fizera doação ao dito Martym Affonso não havia povoações nas ditas 100 léguas de terra, se não nomeara a terra de que era capitão e governador, e depois o dito Martym Affonso edificara a vila de São Vicente e outras mais, e dali em diante se nomeara por capitão e Governador da dita vila, por ser a cabeça das mais vilas, e que nesta mesma forma se nomearam todos os seus descendentes, que sucederam na mesma capitania; e porque na doação que a ele suplicante se passara se não declarava o dito título, e só que era capitão e governador de 100 léguas de terra, o que era impropriedade e se devia acrescentar que o era da dita Capitania de São Vicente e suas anexas. Portanto pedia a V. A. lhe fizesse mercê mandar por postila na dita carta de doação, em que se declarasse que era capitão e Governador da dita capitania de São Vicente, e das mais anexas, na forma em que se nomeavam seus antepassados.
Com a dita petição apresentou a carta de doação que se lhe passou das 100 léguas de terra com o título de capitão e Governador delas, e uma certidão dos oficiais da Câmara da Vila de São Vicente, de como em virtude da dita doação, lhe deram posse da mesma capitania, que ficava dentro das ditas 100 léguas, e outros papéis porque constava, que em várias provisões e ordens reais ali hião se nomeava ao dito Martym Affonso de Sousa por donatário, capitão e Governador da dita Capitania de São Vicente..." [p. 157]
Luiz Lopes de Carvalho fez presente neste Conselho, que servindo de capitão da Capitania de Tinhaem, descobrira no termo da Vila de Sorocaba as minas das Serra de Birasojaba, que dista 3 léguas da dilta vila, e as minas da serra da Caatiba, que fica 2 léguas da mesma vila, indo em sua companhia Jacinto Moreira Cabral, Alcaide-mor dela pelo donatário o Conde da Ilha do Príncipe e o cel. Pascoal Moreira Cabral, moradores no termo da mesma vila, aos quais devia V. A. mandar escrever para irem mostrar as ditas minas, e ajudarem com suas pessoas e escravizados ao Padre Frei Pedro; como também a Miguel Lopes de Carvalho, capitão da Capitania de Tinhaem; o Capitão Domingos de Brito Peixoto; o capitão Pedro da Guerra, moradores todos 3 na vila de Santos; o capitão Guilherme Pompeo de Almeida; o capitão Antonio de Godoy Moreira, e o capitão Pedro de Paes de Barros, estes moradores na vila de São Paulo, porque todos tinham posses, muitos negros, e grande desejo de servirem a V. A. [p. 158]
Carta do Ouvidor Geral Thomé de Almeida e Oliveira, em que comunica os projetos de Domingos de Brito Peixoto e o auxílio que lhe prestara. Rio de Janeiro, 26 de maio de 1688.
"Dou a V. M. conta, que estando na Vila de Santos, em correição me deu notícia o capitão Domingos de Brito, morador na dita vila, que ia povoar a Laguna, parte mais vizinha a Maldonado, porquanto queria fazer alguns descobrimentos de prata, que já tinha notícia, por ter já postos alguns currais, e eu o ajudei, com o que lhe foi necessário, e alguns casais que logo levou para a dita povoação, e a inclusa escreve a V. M. para que mereça o animal-o ao seu intento pois há de ser de muita utilidade esta povoação.
Também os moradores da villa de Sorocaba, que fica 30 léguas da de São Paulo, pelo sertão, querem fazer entrada em Villa Rica e Cidade de Xeres, e verem se podem comerciar com os Castelhanos daquelas partes, para melhorarem as que vivem pobres, ao que os aninxei, a que adiantassem em o serviço de V. M., que haviam de ser premiador e ficam de distância da dita villa 5 semanas de caminho...." [p. 177] |