Coincidia a doença e testamento da tia em 28 do mesmo mês. Em fins de março de 1655 ela jaz na igreja de São Bento, na capela-mor. Na igreja, por não haver outra para ser o jazigo dos fundadores, e na capela-mor, por ser quem era. Eis aí como se obtém certeza moral, a única possível, raciocinando. Em ciências experimentais, o método é diverso.
Não havendo o atestado de óbito, resta lugar para a chicana, pois não era possível que levassem o corpo em dois ou três dias, com mau cheiro, a Parnaíba, contra a vontade da testadora, que desejava sepultura onde morresse, como era impossível que a levassem a falecer em Parnaíba...
Enfim, partiu D. Francisco para as minas de Araçoiaba. Imagine-se uma viagem que hoje em dia pode ser feita de carro em uma hora e meia e que, naquele tempo, durava em média, segundo cronistas antigos, cerca de 18 dias!
Mas, o grande sonho de Balthazar era ver o seu povoado transformado em vila, como já havia acontecido com a Parnaíba do seu irmão André e a Itú de Domingos Fernandes.
E a paragem de Sorocaba estava madura para mais este passo. Estabelecia a legislação da época que um povoado poderia reivindicar a elevação à vila, com direito à Câmara, vereadores, juízes e pelourinho (símbolo do poder), desde que contasse, no mínimo, com 30 fogos, o mesmo que quer dizer 30 casas ou famílias.
Quanto a isso não havia dúvida e a providência seguinte seria solicitar, oficialmente, a criação da Vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. Ou, simplesmente, a transferência do pelourinho e dos poderes simbolizados por ele, de Itavuvu para o povoado de Sorocaba, atual região central de Sorocaba.
Como se fosse coisa de Deus, a oportunidade de se fazer o pedido surgiu "de bandeja", com a visita do capitão Salvador Correa da Sá Ybenavid (e Benavides), governador da Repartição Sul, a que pertencia a São Paulo. Na versão mais correta, ele esteve fugindo de problemas que enfrentaria com os moradores do Rio de Janeiro, sede do governo da Repartição Sul.
Salvador, uma das pessoas mais influentes do Brasil da época, era muito amigos dos Fernandes, desde os tempos do Paraguay. Balthazar não teve dúvidas, encilhou o cavalo e seguiu para São Paulo, levando consigo um pedido para elevação de Sorocaba à Vila. Alguns historiadores defendem outra versão, mais viável, de que ele não foi, por estar muito idoso e adoentado. Teria mandado uma representação. Afinal, era uma cavalgada de três dias, quase 100 quilômetros, um sacrifício, um heroísmo para um homem de 80 anos.
Mas, se ele não foi, pessoalmente, é possível que os seus assessores tenham levado do documento preparado por ele e dirigido ao Administrador Geral da Repartição Sul. [Páginas 84, 85]
[27175] Cabeza de Vaca parte da foz do Itapocú 29/11/1541 [24762] Mapa “Amerique Meridionale”, de Nicolas & Guillaume Sanson 01/01/1650 [26749] Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) - Monções Capítulos de expansão paulista 01/01/1945 [9049] “Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeida (1904-1981) 21/12/1964 [25788] Araçoiaba e Ipanema. José Monteiro Salazar 01/01/1997 [21228] “Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”. Sérgio Coelho de Oliveira, jornalista e historiador 01/01/2014 [3789] A partir de que velocidade eu passo a correr em vez de andar? super.abril.com.br 06/08/2021
A não ser que eu esteja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pela razão clara pois não confio nem no papa ou em concílios por si sós, pois é bem sabido que eles frequentemente erraram e se contradisseram) sou obrigado pelas Escrituras que citei e minha consciência é prisioneira da palavra de Deus. Não posso e não irei renegar nada, pois não é nem seguro e nem correto agir contra a consciência. Que Deus me ajude. Amém.