Tecnologia a laser enxerga milênios de ocupação humana na Amazônia. Maria Guimarães, de Manaus Edição 346
dezembro de 2024, domingo Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Pesquisadores acadêmicos e de comunidades tradicionais se encontram em Manaus para discutir como a técnica Lidar informa sobre o passado humano da região, e pode proteger seu futuro.O conhecimento indígena é como a arqueologia: quanto mais se cava, mais se encontra”, afirmou a historiadora Soleane Manchineri, ouvidora-geral da Defensoria Pública do Estado do Acre, a um auditório repleto de pesquisadores de instituições de vários estados do país, parentes – como os indígenas se referem uns aos outros –ne representantes de outras comunidades tradicionais amazônicas (quilombolas e beiradeiros). A frase ficou marcada como representativa do encontro, que aconteceu no Museu da Amazônia (Musa), em Manaus, entre 18 e 21 de outubro.A ideia era mostrar os resultados preliminares do projeto Amazônia Revelada, liderado pelo arqueólogo Eduardo Góes Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP), que usa uma tecnologia de sensoriamento remoto chamada Lidar (Light Detection and Ranging) para mapear o solo por meio de uma saraivada de milhares de feixes de laser. Com financiamento da Sociedade National Geographic, o projeto contratou sobrevoos em áreas impactadas por desmatamento e projetos de infraestrutura, com autorização das comunidades locais.O Lidar permite reconstruir com detalhes a imagem tridimensional da estrutura de uma floresta, com seus troncos, ramos e folhas, e também enxergar o que está abaixo dela. É isso que interessa a Neves, que pretende ressaltar a importância da Amazônia como patrimônio histórico e biocultural, formado ao longo dos últimos 13 mil anos pelos povos da floresta.O pesquisador trabalha na região há quase 40 anos, presenciou desmatamento e destruição de uma parte considerável de sua área e contribuiu para a formação de um grande número de arqueólogos – muitos deles originários da região amazônica e vários radicados em universidades e centros de pesquisa de estados do Norte. O projeto começou por cinco áreas nas quais a rede de pesquisadores ligada a Neves já conduz projetos em parceria com as comunidades locais, desde que elas tenham aderido à iniciativa: Acre/Sul do Amazonas, Médio Guaporé, Tapajós, Terra do Meio e Marajó. Como parceiros na coordenação, Neves conta com os arqueólogos Bruna Rocha, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém, Cristiana Barreto, do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém, Carlos Augusto da Silva, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o italiano Filippo Stampanoni, diretor-geral do Musa, e o norte-americano Morgan Schmidt, pesquisador em estágio de pós-doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).O projeto tem sede no Musa, criado pelo físico Ennio Candotti e instalado desde 2011 em uma área de 100 hectares (ha) na Reserva Florestal Adolpho Ducke, na borda da capital amazonense. Em espaços integrados à floresta, o museu exibe aspectos da flora, da fauna e da população humana da região. O Amazônia Revelada viabilizou a construção do auditório onde se deu o encontro, de um espaço expositivo com uma mostra sobre a arqueologia amazônica e outra sobre os resultados iniciais do projeto, e de uma reserva técnica apta a armazenar artefatos arqueológicos, etnográficos e fósseis. “Com isso, o Musa se torna um polo na pesquisa em arqueologia”, destacou Stampanoni.A ideia é fazer uma ciência colaborativa, codesenhada e coproduzida com as comunidades locais. “O projeto não é nosso, a demanda de estudo para demarcação é deles”, afirma o arqueólogo Francisco Pugliese, da Universidade de Brasília (UnB). “Nós somos apenas os instrumentos.” O consentimento informado imprescindível à realização do projeto em cada área sai de conversas detalhadas e prolongadas entre os arqueólogos e os habitantes. O conhecimento indígena também guia os pesquisadores para locais mais carregados de história e ajuda a interpretar os achados, prática incomum no âmbito acadêmico.Visão a laserNo Acre, a possibilidade de usar o Lidar para enxergar o solo abaixo da floresta começou a expandir o número conhecido de geoglifos, enormes figuras geométricas marcadas no chão por valetas e muretas construídas por povos ancestrais e muitas vezes interligadas por estradas milenares (ver Pesquisa FAPESP nº 299). Os sobrevoos já aconteceram por lá, revelando que esses sítios arqueológicos, muito documentados na parte sul do estado, também existem ao norte do rio Purus, já no estado do Amazonas. Um dos geoglifos documentados é quadrado, com estradas afuniladas que saem de dois dos lados, grande a ponto de poder abarcar o estádio do Maracanã, conforme mostrou o topógrafo e geômetra português Hugo Pires, da Universidade do Porto, de Portugal.O pesquisador aderiu ao projeto recentemente, depois de ouvir um episódio do podcast Rádio Novelo Apresenta feito pela jornalista Letícia Leite, responsável pela comunicação do Amazônia Revelada. Pires trabalha com documentação de patrimônio arqueológico em vários lugares do mundo e desenvolveu um método chamado Modelo Residual Morfológico (MRM) para tratar os dados do Lidar. A técnica permite colorir depressões e elevações no microrrelevo do solo captado pelo Lidar, e com isso gera imagens que revelam a complexidade do terreno de forma mais contrastada e ressaltam detalhes arqueológicos.O primeiro a avistar geoglifos na Amazônia brasileira foi o paleontólogo Alceu Ranzi, atualmente aposentado pela Universidade Federal do Acre, ao chegar a Rio Branco em um voo comercial em 1986. Demorou quase 20 anos para que se dedicasse a eles. “Em 2000 vi que os arqueólogos não estavam trabalhando nisso”, contou ele, que passou a fazer sobrevoos para procurá-los. “Depois veio o Google Earth, eu passava horas no computador buscando geoglifos.” Ele foi procurado por um desconhecido, Francisco Nakahara, que tinha visto um documentário sobre o assunto e queria também encontrar esses vestígios. Ranzi ensinou como e passou a receber registros com coordenadas. “É um senhor de 84 anos e já listou mais de 300 geoglifos”, conta o paleontólogo. No estado há cerca de mil geoglifos registrados em áreas desmatadas.Mais surpreendente foi o achado no município de Costa Marques, Rondônia, na fronteira com a Bolívia. Ali está a comunidade quilombola de Príncipe da Beira, remanescente de escravizados levados para a construção de uma fortaleza, no final do século XVIII para defesa contra invasões hispânicas, que ao longo do século XIX perdeu importância até ser abandonada. De acordo com o arqueólogo Carlos Augusto Zimpel, da Universidade Federal de Rondônia (Unir), nas ruínas havia objetos europeus, como louça e talheres, assim como indígenas e pessoas de origem africana. A construção é tombada desde 1950 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Com o Lidar, apareceram perto dele os resquícios de uma vila portuguesa que consta em um mapa do século XVIII com o nome de Bragança, mas cuja localização não se conhecia. “Eu passava por lá e não percebia a vila”, disse Zimpel. Perto dos vestígios em relevo, que permitem reconstituir o traçado das ruas, há geoglifos e valas indicativos de uma ocupação muito mais antiga, com restos de cerâmica associados a manchas de terra preta, o solo modificado pela ação indígena. “O projeto Amazônia Revelada pode levar turismo arqueológico para lá”, comentou Santiago Cayaduro Pessoa, que vive na comunidade e atua como guia no forte.Os Kuikuro do Alto Xingu são parceiros da pesquisa arqueológica, mas em um primeiro momento não aceitaram os sobrevoos por não querer que dados sobre seus locais sagrados se tornassem públicos. Mas têm colhido imagens em pontos específicos usando um drone equipado com Lidar, que o técnico geógrafo Kumessi Kuikuro pilota com maestria. “Os Kuikuro se tornaram referência no Território Indígena do Xingu em termos de mapeamento e são procurados pelas outras etnias”, disse a arqueóloga Helena Lima, do MPEG. Pelo acordo, os dados coletados pertencem aos indígenas, que concedem níveis de acesso aos pesquisadores.Um sítio arqueológico próximo à aldeia tem montículos, valas, praças e estradas. As valas seguem para o rio e conectam todos os sítios no Alto Xingu, segundo Schmidt, que trabalha na Amazônia desde 1998. Pela presença de terra preta, cuja formação intencional ele descreveu recentemente em coautoria com indígenas Kuikuro (ver Pesquisa FAPESP nº 333), ele interpreta montículos dispostos em círculo como as lixeiras atrás de cada uma das casas. As habitações, feitas de barro e madeira, não resistiram ao tempo. Mas as composteiras, sim.No espírito de pesquisa conjunta entre arqueólogos e indígenas, e de prática decolonial, todo o material escavado nas terras tuparis fica na aldeia Palhal, em Rondônia, onde há o plano de criar um museu. Réplicas para registro dos pesquisadores serão feitas a partir de escaneamento tridimensional. Uma das lutas dos habitantes da Palhal é pela demarcação, uma vez que a aldeia ficou de fora da contígua Terra Indígena Rio Branco. “Nossos antepassados estão enterrados lá”, explicou Adilson Tupari.Um desafio é transformar os achados em proteção da floresta e melhoria na vida de quem vive nela, uma vez que os sítios arqueológicos têm proteção garantida pela Constituição. “Jogamos um bom problema no colo do Iphan”, brincou Neves, do MAE-USP. Isso porque não há um mecanismo para cadastrar sítios arqueológicos apenas com base em imagens obtidas com Lidar, e a tecnologia já começou a revelar mais áreas de interesse do que é possível visitar e escavar em tempo hábil. Será necessário adequar a normatização e ampliar as possibilidades de registro, e mesmo assim os problemas não terão terminado. “Proteção normativa não necessariamente significa proteção física”, disse o arqueólogo Thiago Berlanga Trindade, chefe do Serviço de Registro e Cadastro de Dados do Iphan. A comunidade e a sociedade civil precisam se envolver na fiscalização.Os povos da floresta – sejam eles indígenas, quilombolas, beiradeiros ou ribeirinhos – enfrentam ameaças que são urgentes, violentas e graves. Os relatos incluíram genocídio, estupros, epidemias letais, estradas cortando territórios, poluição dos rios, destruição de locais sagrados, invasões por fazendeiros (com monoculturas de soja, milho ou arroz), grileiros, madeireiros e garimpeiros, secas decorrentes de mudanças climáticas ou barragens hidrelétricas. A mudança climática tem sido um golpe mais inesperado, em acréscimo à sucessão de violências desde a chegada dos europeus à região. “Estamos vivendo uma estiagem que nunca meus avós pensaram em ver”, contou Marquinho Castro dos Santos, do povo Mayoruna, professor na escola de sua aldeia, Marajaí, às margens do Solimões, no município de Alvarães. Nessa erosão de direitos básicos também perdem o acesso à memória. A comunidade beiradeira – resultante de casamentos entre indígenas, descendentes de escravizados de origem africana e ribeirinhos – da Terra do Meio, no sul do Pará, tem visto a história se perder, com parco acesso a educação e sem valorização da cultura local. Também do Pará, às margens do rio Tapajós, vieram beiradeiros de Montanha e Mongabal e um representante do povo indígena Munduruku. O arqueólogo Vinicius Honorato, da Ufopa, ressaltou que a arqueologia ajuda a fortalecer o conhecimento tradicional.Na busca pela recuperação e preservação da memória, Antônio Enésio Tenharin, secretário executivo municipal de Povos Indígenas em Humaitá, no sul do Amazonas, contou que seu povo pede, por meio de uma ação civil pública de 2014, a criação de centro de memória e publicação de material didático sobre os impactos da construção da rodovia Transamazônica sobre os povos indígenas Tenharin e Jiahui.A reunião em Manaus permitiu o encontro entre todos esses grupos e reforçou a arqueologia como aliada. “Estamos juntos nessa batalha”, disse Vilson Tenharin, da aldeia Marmelos, no sul do Amazonas. Foram quatro dias ricos na formação de uma rede, que os coordenadores pretendem fortalecer promovendo outros encontros entre os povos. O trabalho arqueológico, eles afirmaram, precisa partir dos povos da floresta, inclusive promovendo a formação de arqueólogos de origem indígena, quilombola e beiradeira.Vista como uma ciência voltada para o passado, a arqueologia se apresentou como uma janela para pensar (e garantir) o futuro. Para os pesquisadores e povos da floresta, a Amazônia não está revelada; está se revelando.A jornalista viajou a convite do projeto Amazônia Revelada.A reportagem acima foi publicada com o título “Amazônia se revelando” na edição impressa de novembro de 2024.
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.