13 de março de 2009, sexta-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
• Imagens (1)
•
•
•
A Companhia de Jesus, cujos membros são conhecidos como jesuítas, é uma ordem religiosa fundada em 1534 por um grupo liderado pelo militar basco Inácio de Loyola. A ordem surgiu num momento de conflitos dentro do cristianismo, com a reforma protestante questionando a Igreja Católica Romana.
Nesse contexto, os jesuítas propunham obediência total à Igreja Romana e pretendiam ampliar o número de seguidores do catolicismo por meio da catequese de povos que eles consideravam pagãos, por terem outras crenças ou religiões. A partir disso, muitos membros da Companhia de Jesus se instalaram em áreas da América e da Ásia.
Em 1549 chegaram ao Brasil os primeiros missionários jesuítas. O grupo pioneiro, que tinha como superior o padre Manoel da Nóbrega, colaborou com Tomé de Sousa na fundação da cidade de Salvador e criou o Colégio da Bahia. Em 1553 foi criada a Província Jesuítica do Brasil, mesmo ano da chegada do padre José de Anchieta. Gradativamente, os jesuítas estenderam sua presença por outras capitanias – inclusive São Vicente – instalando um colégio nos campos de Piratininga, em 1554, considerado marco da fundação da cidade de São Paulo.
O mistério da aldeia perdida
Em 1553, antes mesmo da fundação de São Paulo, o padre Manoel da Nóbrega, superior dos jesuítas no Brasil, estabeleceu uma aldeia para catequese dos índios no interior do continente. Ela foi batizada de Maniçoba (palavra que, na língua indígena, significa folha ou pé de mandioca). A aldeia durou menos de um ano, sendo abandonada devido a ataques de índios ou brancos hostis, doenças ou outro motivo.
O grande mistério é a localização exata de Maniçoba, que ainda hoje motiva debates. Antigos textos dizem que Nóbrega caminhou “trinta e cinco léguas pelo sertão adentro”, desde o litoral, até alcançar “um rio donde embarcam para os carijós” (somado a outras evidências, considera-se que seja o rio Tietê). Isso localizaria a aldeia na região compreendida entre Itu e Porto Feliz. Surgem, como possibilidades já cogitadas, o Porto Góes, aqui logo abaixo da cachoeira de Salto, o antigo Araritaguaba (atual Porto Feliz), ou ainda os arredores da cidade de Itu. De qualquer forma, a misteriosa aldeia de Maniçoba é um testemunho sobre a antiguidade da presença colonizadora européia nestas terras.
José de Anchieta, o apóstolo do BrasilJosé de Anchieta [1534-1597], representado em escultura existente no Complexo Cachoeira (foto acima), nasceu em Tenerife, nas Ilhas Canárias, Espanha. Ainda garoto, ingressou na Companhia de Jesus, onde desenvolveu formação cultural e religiosa. Desde cedo se interessou por literatura. Escreveu contos, poemas, sermões e textos dramáticos. Expressava-se em latim, português, espanhol e tupi. Anchieta chegou ao Brasil em 1553, na comitiva do governador-geral Duarte da Costa. Em 1554, ao lado do padre Manoel da Nóbrega, fundou o colégio que se tornaria a cidade de São Paulo, tendo inclusive participado ativamente de sua defesa quando da invasão dos índios tamoios. Participou também da expulsão dos franceses do Rio de Janeiro, em 1567. É de sua autoria a primeira gramática da língua tupi, publicada em Coimbra, em 1595. Faleceu em Reritiba (hoje Anchieta), no Estado do Espírito Santo. Tornado beato pela Igreja Católica, caminha para a canonização, sendo conhecido como Apóstolo do Brasil.
O naufrágio do padre
No ano de 1568 o padre José de Anchieta passou por nossa região, como língua (intérprete) de uma expedição em direção ao interior da então capitania de São Vicente, utilizando-se do rio Tietê. Em determinado trecho encachoeirado a canoa na qual o padre estava virou, sumindo diante da força das águas. Instantes após o incidente, os tripulantes todos emergiram, exceto Anchieta, que permaneceu submerso por longo tempo. Diante disso, um índio de nome Araguaçu decidiu mergulhar a procura do padre, acabando por retirá-lo das águas. Diz a lenda que Anchieta foi encontrado no fundo do rio, sentado numa pedra, calmamente lendo seu livro de orações. O local do acidente foi batizado de Avaremanduava, que significa “lugar onde o padre naufragou”, e localiza-se logo abaixo da cidade de Porto Feliz.
Naufrágio de Anchieta Data: 01/01/2008 Créditos/Fonte: Rodrigo Schiavon, historiasalto.blogspot.com 01/01/2008
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!