“O semeador de horizontes”. Revista da Associação Paulista Medicina*
1 de outubro de 2018, segunda-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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O semeador de horizontes Paulo Bomfim Ibrahim Nobre foi quem me apresentou o sobrado onde viveu José Bonifácio, o moço, mestre amado pela geração de Castro Alves e Ruy. A rua deixou de ser do Ouvidor e passou a ostentar seu nome.
No passado, chamou-se Rua da Cadeia Velha e do Governador, em homenagem a outro morador ilustre, D. Francisco de Sousa que, antes de vir para a América, serviu em Tânger e comandou em 1578 a frota que levaria D. Sebastião à trágica jornada de Alcácer-Quibir.
Político hábil e erudito, sabia moldar-se a situações diversas, o que lhe valeu a alcunha de D. Francisco “das manhas”. Esse D. Juan de metas impossíveis dá os primeiros passos do bandeirismo enviando homens nos rumos do Sabarabuçu, Cataguases, Goiás e Mato Grosso.
Protetor dos índios escravizados, efetua a conquista do Rio Grande do Norte e defende a costa brasileira dos ataques corsários franceses, ingleses e holandeses.Foi o propulsor da expedição de Gabriel Soares de Sousa que levaria à morte o autor do Tratado descritivo doBrasil na região situada entre o Jacobina e o Paranamirim do Rio das Contas.Prossegue a saga do cavaleiro andante enamorado deserras resplandecentes. Chega a São Paulo em 1558,acompanhado de pequena corte.
Antes de sua vinda, segundo depoimentos de Fernão Cardim e Frei Vicente do Salvador, os paulistas vestiam-se de “burel e pelotes pardos e azuis de petrinas compridas”, com “roupões de cacheiras sem capa”. Homens e mulheres se cobriam com o rústico pano de algodão tecido pelas índias, e, se havia alguma capa de baeta, era luxo emprestado aos noivos que adentravam a igreja no dia do casamento.
Com D. Francisco de Sousa, os paulistas passam a viver com certo luxo depois que “viram suas galas e de seus criados, e houve tantos librés e mantos de seprilhos que já parecia outra coisa”.
Comanda pessoalmente expedições à Serra de Araçoiaba, lançando no Vale das Furnas, onde encontra Afonso Sardinha fundindo ferro, fundamentos da Vila de Nossa Senhora do Monte Serrat, madona de sua devoção. Percorre também as minas de Bocaitava, Vuturana, Caatiba e Jaraguá.
Responsável pelas primeiras bandeiras, envia em 1601André de Leão em busca da prata e, no ano seguinte, fazpartir a tropa comandada por Nicolau Barreto, com trezentos homens brancos e mamelucos e centenas de índiosflecheiros que, deixando o arraial do sertanista na Mooca,vai pelo Tamanduateí ao Tietê, prosseguindo rumo ao Baixo Paraná, em demanda do ouro e da prata do Vice-Reinodo Peru. Abria-se, com um século de antecedência, o ciclodas Monções.Sob a capa de uma legenda dourada, iniciava-se também a demanda do Guairá que teria em Manuel Preto eRaposo Tavares seus cabos maiores.
Quando a bandeira de Nicolau Barreto regressa a São Paulo em 1604, já não encontra D. Francisco, que só voltaria ao Brasil em 1608 como governador da repartição do sul e superintendente das minas com jurisdição das capitanias do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente.
Em 1609, liga-se o Diogo de Quadros e Francisco Lopes Pinto na exploração de engenho de ferro em Santo Amaro. Declina a partir daí a existência errante daquele quedespertou nos paulistas a tentação das serras de prata, dos morros cobertos de pedras preciosas e das lagoas douradas.
Vem a falecer em São Paulo, pobre e desamparado, em11 de junho de 1611, o conviva de reis, de sertanistas e debugres. Setenta anos mais tarde, seu sonho de esmeraldas arrebataria, nas margens do Rio das Velhas, a vidade Fernão Dias.No sumidouro do Anhangabaú, apenas uma viela lembra à desmemória da cidade o nome de D. Francisco deSousa, semeador de horizontes. [Página 6]
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