Fundação de Ponta Grossa/PR, pontagrossa.pr.gov.br/vvelha
Atualizado em 25/02/2025 04:46:57
• Fontes (2)
•
•
De acordo com o Plano de Manejo do PEVV (IAP, 2004), existiam na região do Parque Estadual de Vila Velha, índios, primeiro em bandos, depois em tribos, como a dos caingangues, que habitavam a região na época do descobrimento do Brasil. A arte rupestre76 que se encontra na região, também demonstra a presença humana já há muito tempo, e a lenda repassada aos turistas possui aspectos ligados a cultura indígena.
Não se sabe ao certo quando surgiu, sendo que a mais conhecida é a criada por Protásio de Carvalho (LIMA, 1975), onde as rochas do Parque seriam uma antiga cidade que foi transformada em cidade de pedra devido a fúria de Tupã. O principal símbolo do Parque, a Taça de Vila Velha, seria a taça utilizada pelos amantes indígenas Dhui e Arace Poranga para se embriagarem com licor de butiá, as Furnas o solo rasgado por Tupã e a Lagoa Dourada seria o tesouro derretido.
Itacueretaba, antigo nome de Vila Velha, significa cidade extinta de pedras. O recanto foi escolhido pelos primitivos habitantes para ser Abaretama, terra dos homens. No local seria escondido o precioso tesouro Itainhareru. Com a proteção de Tupã, era cuidadosamente vigiado pelos Apiabas, varões escolhidos entre os melhores homens de todas as tribos.
Os Apiabas desfrutavam de todas as regalias, porém era proibido o contato com as mulheres. A tradição dizia que elas, sabendo do segredo de Abaretama, revelariam aos quatro ventos. A notícia chegaria aos ouvidos do inimigo, que tomaria o tesouro para si. Se o tesouro fosse perdido, Tupã deixaria de resguardar o seu povo e lançaria sobre ele as maiores desgraças. Dhui (Luís) fora escolhido chefe supremo dos Apiabas, entretanto, não desejava seguir esse destino, pois se tratava de um chunharapixara (mulherengo).
As tribos rivais, após tomarem conhecimento do fato, escolheram a bela Aracê Poranga (aurora da manhã) para tentar seduzir o jovem guerreiro e tomar-lhe o segredo do tesouro. A escolhida logo conquistou o coração de Dhui. Em uma tarde primaveril, Aracê veio ao encontro de Dhui trazendo uma taça de Uirucur (licor do butiás) para embebedá-lo. No entanto, o amor já havia tomado conta de seu coração e a traição não aconteceu. Decidiu, então, tomar a bebida junto com seu amado. Em seguida, os dois se amaram à sombra de um ipê. Tupã logo descobriu a traição do seu guerreiro e, furioso, provocou um terremoto sobre toda a região.
A antiga planície foi transformada em um conjunto de suaves colinas. Abaretama transformou-se em pedra. O solo rasgou-se em alguns pontos, originando as Furnas. O precioso tesouro fora derretido, formando a Lagoa Dourada. Os dois amantes ficaram petrificados e, entre os dois, a taça ficou como o símbolo da traição. Diz a lenda que as pessoas mais sensíveis à natureza e ao amor, quando passam pelo local, ouvem a última frase de Aracê: xê pocê o quê (dormirei contigo).
Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP. Secretaria da Educação. Vol. 9 Data: 01/01/1959 Página 179
ID: 11312
Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP. Secretaria da Educação. Vol. 9 Data: 01/01/1959 Página 180
ID: 11313
Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP. Secretaria da Educação. Vol. 9 Data: 01/01/1959 Página 181
ID: 11314
Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP. Secretaria da Educação. Vol. 9 Data: 01/01/1959 Página 182
Ofício do frei Pedro Nolasco da Sacra Família refutando as afirmações da Câmara Municipal de Sorocaba, 1816:
Exm. Snr: - mais de uma vez se encontra em papéis antigos confrontações de semelhante natureza, porém, o Padre Fr. Anselmo da Annunciação que imediatamente foi tomar posse, por explicação do mesmo doador, sempre reconheceu por demarcação do terreno doado - da ponte velha, mais abaixo da existente, até o Rio dos Couros, na língua da terra, Ceopirira, hoje corrompido em Supiriri, e dai a sair ao campo, moradia do dito Braz Esteves, e da largura do Rio, indo contestar com Diogo do Rego e Mendonça até sair ao campo hoje conhecido de Itapiva.
Este foi o terreno doado, unicamente o onus de 13 missas anuais, como se vê pelo documento no. 1. Acontece, porém, Exmo. Snr. que quando se mudou a vila, que primeiramente era fundada no lugar denominado Itarireoú, légua e meia distante do novo mosteiro, para o local em que existe, (em 1665) desde logo principiaram os choques entre a Câmara e o Presidente do Mosteiro, sobre quererem os Camaristas senhorarem-se das nossas terras para o Rocio desta vila.
Só ha poucos dias tivemos ocasião de ler no X volume, da Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, correspondente ao ano findo, o trabalho ali inserto sob o título Os primitivos aldeamentos nativos e nativos mansos de Itanhaen, firmado pelo sr. Benedito Calixto, que de ha muito consagra a investigações históricas o tempo que não emprega em enriquecer as belas artes nacionais com o seu tão justamente apreciado pincel.
Já pelo nome do autor, já que o trabalho se acha publicado numa revista que contribui com informações valiosas para o melhor conhecimento da história e geografia de São Paulo e do Brasil, e que há de sempre ser consultada pelos futuros historiógrafos e geógrafos, prestamo-lhes toda atenção e com supresa lêmos o seguinte:
"Os terrenos onde atualmente se acham aldeados os nativos mansos, estão afastados das terras de São João Batista pelo rio Castro. Esse aldeamento é nas cabeceiras do rio Preto no lugar denominado Bananal e Tariruhú. O outro aldeamento de nativos mancos é no rio Itariry, afluente da Ribeira de Iguape, no município de Itanhaen, conforme explicaremos no capítulo imediato".
E no capítulo imediato explica:
"A tribo nativa que habita o município de Itanhaen está dividida hoje em dois pequenos aldeamentos: um no rio Itariry, nos sertões de Peruhybe, a dois dias de viagem desta povoação e o outro no Bananal, dois dias de viagem da vila de Itanhaén". E mais adiante, referindo-se ainda ao primeiro dos aldeamentos supra mencionados escreve:
"A outra fração dessa tribo errante havia anteriormente emigrado para o litoral, indo formar o aldeiamento do Itariry, perto do rio Juquiá, no município de Itanhen".
Da leitura daqueles trechos resulta que o sr. Benedito Calixto está convencido:
a) que o rio Itariry é afluente do Ribeira.
b) que o rio Itariry corre perto do rio Juquiá;
c) que o rio Juquiá corre no município de Itanhaem bem como
d) o rio Ribeira;
e) e finalmente, que o aldeamento do Itariry se acha situado em terras pertencentes ao município de Itanhaém.
Pedimos licença ao autor daquele estudo, para retificarmos os erros geográficos que nele se contém. E não o fazemos para desgostar tão distinto e estudioso escritor, mas como homenagem á verdade, que cada um de nós decerto procura e venera. Resumindo:
1° - O rio Itariry é confluente com o São Lourencinho e os dois formam o importante rio São Lourenço; este é afluente do Juquiá; e o Juquiá, finalmente, é afluente do Ribeira. O Ribeira está a oitenta quilômetros mais ou menos do Itariry.
2° - O aldeamento de nativos do rio do Peixe (afluente do Itariry), acha-se situado em terras do distrito da Prainha, município de Iguape, a mais de vinte quilômetros em linha reta, da divisa dos dois municípios.
3° - Nem o rio Juquiá, que nasce perto de Itapecerica, nem o Ribeira, que vem desde o Paraná atravessam terras de Itanhaem; e nem o mais tênue fio de água nascido em terras de Itanhaem verte para o rio Ribeira ou para qualquer de seus tributários. [Páginas 155 e 156]
[20895] Mudança da vila para o local atual, que primeiramente era fundada no lugar denominado Itarireoú, légua e meia distante do novo mosteiro, para o local em que existe, desde logo principiaram os choques entre a Camara e o Presidente do mosteiro 01/01/1665 [27909] Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XI 01/01/1906
Nenhum de nós escolhe o nosso fim, na verdade. Um rei pode induzir um homem, um pai pode assumir um filho, mas lembre-se disto, mesmo que aqueles que o induzirem forem reis ou homens de poder, sua alma pertencerá apenas a você. Quando estiver perante Deus não poderá dizer mas outros ‘me disseram para fazer isto‘ ou que a virtude não era conveniente no momento não será suficiente.