'“Conquista de Ceuta”. Juliana Bezerra Juliana Bezerra Professora de História. Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha., consultado em todamateria.com.br - 03/01/2023 Wildcard SSL Certificates
font-size:75;' color=#ffffff
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2025
100
150
Registros (531)Cidades (130)Pessoas (664)Temas (354)


“Conquista de Ceuta”. Juliana Bezerra Juliana Bezerra Professora de História. Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha., consultado em todamateria.com.br
    3 de janeiro de 2023, terça-feira
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  


A Conquista de Ceuta ocorreu em 1415 e simboliza o começo da expansão ultramarina portuguesa. O objetivo da Coroa, impulsionada pela burguesia, era se apoderar da cidade que recebia as caravanas de mouros que transportavam ouro, marfim, especiarias e escravizados.

Expansão Marítima Portuguesa

Quando o rei Dom João I (1351-1433) assumiu o trono português, em 1385, o reino enfrentava dificuldades financeiras. Portugal encarava a falta de produtos agrícolas, mão de obra e sua moeda se encontrava desvalorizada. A insuficiência de metais preciosos influenciou na edição de uma lei, em 1402, que proibia a exportação do ouro, pois sem o metal, não era possível cunhar moedas.

Por isso, o rei começou a buscar alternativas para a crise econômica. Uma das ideias foi a de expandir o reino para o Mediterrâneo e não para a Europa. Assim, influenciado pelos filhos, começa construir uma enorme armada a fim de conquistar a praça de Ceuta.

Causas

Vários motivos foram considerados para a escolha de Ceuta. Inclusive chegou a se cogitar a conquista do Emirado de Granada. A garantia do apoio da Coroa de Castilha contribuiu para que Ceuta fosse escolhida. Além disso:

- Ceuta era uma rica localidade junto ao Estreito de Gibraltar, ponto de encontro das caravanas que vinham do Oriente e um meio de chegar aos mercados de cereais do Marrocos;
- Seria uma forma de ajudar a superar a crise econômica
- Conquistando Ceuta, todos os setores da sociedade portuguesa seriam envolvidos na esperança de benefícios;
- Possibilitaria a expansão da fé cristã em território muçulmano.

Política Interna

A nação lusa estava em paz, e unificada em torno a um rei, diferente da maioria dos vizinhos ainda em guerra. De todas as maneiras, as conquistas ultramarinas canalizavam o espírito guerreiro da nobreza e ajudavam a manter a concórdia dentro das fronteiras.

Portugal contava com uma posição geográfica que favorecia a busca de rotas alternativas pelos mar para a compra de mercadorias. A burguesia enxergava vantagens comerciais devido à posição estratégica da cidade. Já a nobreza, pensava em aumentar suas possessões e títulos; enquanto o clero, imaginava conquistar mais almas. Para o povo, a crença era em mais trabalho.

Diante de tantas vantagens e necessidades foi iniciado o processo de conquista de Ceuta. A expedição partiu de Lisboa dia 25 de julho de 1415. Estava constituída por uma frota de 212 embarcações e destas 59 eram galés, 33 naus e mais 12 embarcações de pequeno porte. Foram embarcados:

- 7.500 cavaleiros
- 500 besteiros (os que manejavam a besta, uma arma de arco e flecha)
- 21.000 soldados a pé

No dia 22 de agosto de 1415, tomaram a cidade e a saquearam durante a noite. Imediatamente, começou a transformação da urbe de Ceuta. Houve a substituição dos símbolos muçulmanos pelos de cristãos e a mesquita foi transformada numa igreja. A Coroa portuguesa deixou 2,7 mil homens que ficaram sob o comando de Dom Pedro de Meneses (1370-1437), primeiro governador de Ceuta.

OcupaçãoO que a Coroa e a burguesia imaginavam, contudo, não ocorreu. Conquistar Ceuta pressionou mais ainda os cofres portugueses e foi preciso contrair empréstimos para pagar a incursão e retribuir o apoio espanhol.Além de tudo, a cidade, agora, precisava ser mantida, protegida e até alimentada, pois sua produção de trigo era insuficiente.Em 1419, por exemplo, os exércitos do Sultanato do Marrocos e do Emirado de Granada tentam reconquistar a cidade e lhe impõe um cerco durante um mês. Posteriormente, as caravanas, que tanto lucro davam ao local, foram desviadas para outras cidades costeiras.Embora houvesse tantos elementos desfavoráveis, os portugueses resolveram permanecer em Ceuta.Mesmo com todos os problemas, Portugal continuaria a investir nas navegações. O passo seguinte foi ocupar as ilhas de Madeira, em 1419, e posteriormente, o Arquipélago dos Açores, em 1427.No entanto, vários nobres se mostravam indecisos com a política de expansão ultramarina por conta da falta de recursos e da baixa densidade demográfica portuguesa.O impasse perdurou até 1433, quando os Infantes Dom Henrique e Dom Fernando (1402-1443), e mais conde de Arraiolos, Dom Fernando de Portugal, insistem em prosseguir com as expedições marítimas. Neste ínterim, o rei Dom João I morre e sobe ao trono o seu filho, Dom Duarte.Desta maneira, o rei Dom Duarte I (1391-1438) aprovou uma incursão para a tomada do Tânger (Marrocos) em outubro de 1437.Em combate, o Infante Dom Fernando foi feito refém pelos marroquinos e sua vida negociada em troca da entrega de Ceuta.O impasse gera tensão na corte com partidários de ambos os lados. Sem acordo, Dom Fernando morreu no cativeiro, Ceuta continuou em posse de Portugal.

CuriosidadesCeuta passou a mão dos espanhóis em 1668 após o fim da União Ibérica e permanece espanhola até hoje.A influência portuguesa se faz sentir na arquitetura, nos brasões e na devoção a Nossa Senhora de África.Na estação de São Bento, na cidade do Porto, em Portugal, existe um enorme painel de azulejo sobre a conquista de Ceuta. Isto se deve porque a maioria das embarcações usadas na expedição saíram dos estaleiros da região.






+2023
  Registros531
  Cidades130
  Pessoas664
  Temas354


Registros mencionados

22 de agosto de 1415, terça-feiraID: 28078
Tomada de Ceuta
Atualizado em 25/02/2025 04:47:02
•  Fontes (2)
  
  
  


  


Sobre o Brasilbook.com.br

Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.

Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:

1. Visão Didática (Essencial)
Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.

2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária)
Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.

3. Visão Documental (Completa e Aberta)
Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.

Comparando com outras fontes
A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.

Conclusão:

Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.

Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!