“A história dos mapas e sua função social”, Anderson Moço e Fernanda Kalena. novaescola.org.br
1 de junho de 2011, quarta-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Colaborou Fernanda Kalena Os mapas são a mais antiga representação do pensamento geográfico. Registros que mostram que eles existiam na Grécia antiga e no Império Romano, entre outras civilizações da Antiguidade. Os primeiros eram feitos de madeira, esculpidos ou pintados, ou desenhados sobre a pele de animais. Suas funções incluíam conhecer as áreas dominadas e as possibilidades de ampliação das fronteiras, demarcar territórios de caça e representar a visão de mundo que esses povos tinham.
"Desde sempre, o homem registra o espaço onde vive. Trata-se de uma necessidade social", explica Marcello Martinelli, professor de Cartografia Estratégica no Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP). Mais do que uma ferramenta de orientação e localização, os mapas se transformaram num recurso importante para a expansão das civilizações, e o seu desenvolvimento foi colocado a serviço do poder. Eles foram fundamentais para a definição de estratégias militares e para a conquista de outros povos.
Na época das grandes navegações e dos descobrimentos marítimos (entre os séculos 15 e 16), por exemplo, os cartógrafos estavam presentes em cada expedição realizada. Sua função não era exatamente ajudar na localização, mas registrar e tornar pública a descoberta de novos territórios. A cartografia nunca foi uma ciência neutra, que representa exatamente o espaço ou a realidade. Por trás de todo mapa, há um interesse (político, econômico, pessoal), um objetivo (ampliar o território, melhorar a área agrícola etc.) e um conceito (o direito sobre determinada região, o uso do solo etc.).
"O mapa é uma representação adaptada da realidade. Por isso, nunca é isento", diz Carla Gimenes de Sena, doutora em Pesquisa em Geografia e Cartografia da Universidade Estadual Paulista \"Júlio de Mesquita Filho\" (Unesp), campus de Ourinhos. Estudar a história e os aspectos relacionados à produção e à função social dos mapas é uma poderosa ferramenta didática (leia a sequência didática). \"Mapas antigos ajudam a trabalhar os conceitos estruturantes da área\", conta Jorn Seemann, docente do Departamento de Geociências da Universidade Regional do Cariri (Urca) (leia um exemplo de atividade na última página).
Dica da especialista
"Para mostrar que a simbologia dos mapas atuais é mais complexa que a dos antigos, peça que observem o relevo. Nos antigos, as elevações do solo eram representadas sem atenção à proporção, lembrando desenhos infantis. Hoje, usamos as cores hipsométricas: cada faixa de altitude é representada por um tom diferente, o que facilita a visualização do relevo e suas variações"
Elizete Buranello Perez, formadora da rede de Penápolis, a 438 quilômetros de São Paulo. Analisar as produções antigas e ver além do que foi desenhado Mudanças nos mapas Na Fundação Bradesco, em Caucaia, o professor Francisco Eudes Farias da Silva faz a comparação entre mapas antigos e atuais da mesma região com as turmas de 6º ano. Dessa forma, os alunos observam as mudanças que ocorreram na produção cartográfica e na própria área analisada. Os mapas do passado eram repletos de imperfeições, afinal, ainda não havia conhecimento que permitisse representar o espaço geográfico com exatidão. A linguagem era muito mais artística e menos técnica ou precisa - e essa é uma das possibilidades de discussão com os alunos. Por que eles traziam tantos ornamentos? O que se queria mostrar com isso? É por meio desse tipo de reflexão que a turma passa a entender as funções sociais dos mapas. Os antigos, que retratavam a América e o Brasil, eram produzidos na Europa. Por isso, outra possibilidade de abordagem é analisar o olhar estrangeiro presente nessas representações. É comum encontrar em mapas do Brasil da época do Descobrimento desenhos que reproduziam as espécies de plantas mais valorizadas. Explorar a simbologia de mapas antigos e atuais também é um recurso interessante.
"Hoje pintamos uma área de verde para representar uma mata. Antes se desenhavam árvores. Comparando e analisando exemplos como esses, o aluno entende a noção de legenda", diz Carla. Esse foi um dos objetivos do trabalho do professor Francisco Eudes Farias da Silva com seus alunos do 6º ano, na Fundação Bradesco, em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza (veja a imagem).
Há três conceitos que sustentam a cartografia atual: a proporção, que permite o cálculo de distâncias entre diferentes pontos; a localização, que mostra a região exata que está sendo representada e em relação aos pontos cardeais; e a simbologia, presente nas legendas, que ajuda a identificar o tema e as informações dadas. A ausência desses recursos nos mapas mais antigos também pode ser fonte de discussão sobre sua importância atual.
O ideal é levar a turma a pensar por que essas informações estão presentes hoje, entendendo sua função. Por exemplo: como calcular as distâncias entre duas cidades em um mapa antigo e em um contemporâneo? O objetivo é levar todos a perceber que é a escala que permite esse cálculo. Com atividades como essa, eles vão entender os conceitos da área (como a proporção e a simbologia), nomeá-los e utilizá-los em suas próprias produções. Exercício de comparação entre um mapa antigo e um atual As imagens abaixo são de mapas da mesma área - o estado de Pernambuco. Entenda como mostrar as semelhanças e diferenças entre eles seguindo os três passos a seguir Visualização Peça que a turma observe a atentamente os dois mapas. Questione: o que há em comum entre os dois? O que há de diferente? Anote os principais aspectos observados no quadro. Comparação Sugira uma comparação entre a escala e a proporção dos elementos dos dois mapas. Solicite que observem o emprego de legendas: o primeiro não usa esse recurso. O segundo, sim. Aprofundamento Por meio das semelhanças e dferenças apontadas, leve os alunos a constatar que os mapas têm uma função social, por isso refletem as inovações técnicas da sociedade. Quer saber mais? BIBLIOGRAFIA Mapas da Geografia e Cartografia Temática, Marcello Martinelli, 112 págs.,
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