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   1 de janeiro de 1993, sexta-feira
Sesquicentenário do Revolução Liberal
      Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  


Alocução proferida em 6 de maio de 1992, na abertura das comemorações dos 150 anos da Revolução Liberal, em reunião-almoço no Terraço Itália, São Paulo, em sessão da Academia Paulistana de História e da Ordem Nacional dos Bandeirantes, com a presença do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba e outras entidades.

Nos fatos da História de São Paulo inseriu-se uma página notável, aberta em maio de 1842: a Revolução Liberal, cujo sesquicentenário ora se assinala. Não me cabe narrar o episódio, senão apenas lembrar que, com epicentro em Sorocaba, a rebelião teve à frente a figura enorme do Cel. Rafael Tobias de Aguiar; a seu lado, o extraordinário Pe. Feijó, que então proclamou ao mundo, com justificado orgulho, a sua própria qualificação inequívoca: "Paulista, por mercê de Deus". Eclodido em 17 de maio o Movimento, a espada de Caxias já o havia sufocado em 22 de junho. E assim também, facilmente abafado o levante dos mineiros, fomentado por Teófilo Otoni e iniciado em 10 de junho.

Tenho como feito principal dos amotinados o embate de Venda Grande, que consagrou Boaventura do Amaral, barbaramente assassinado.

À rebelião, muitos historiadores, nos seus compêndios, não dedicam mais que uma página, às vezes somente meia; a bibliografia especializada á sobremodo escassa, conquanto nela se destaque a alentada obra de Aluísio de Almeida. A revolução teve curta duração e parece inexpressiva. Todavia, o fato vale, ao menos, pela estatura, pela grandiosidade dos vultos participantes, homens que jamais se comprometeriam levianamente; como vale também, pelo objetivo que eles nutriam, sempre empenhados na conquista do melhor para o Brasil. Como observa o Prof. Adilson Cezar: "Não importa se esses ideais pretendidos nem sempre compactuam com o que acreditamos hoje. O importante é que se buscava uma melhor condição humana; era um passo na direção certa".

Um grande jornalista liberal, de nome Scott, ressaltava: "Os fatos são sagrados, a opinião é livre". E se há de consignar que a história dos movimentos armados é contada sempre pelos vencedores, jamais pelos vencidos; assim, invariavelmente distorcida, deturpada.

Cumpre atentar para as cuasas e o significado da Revolução Liberal; do ponto de vista da História, acredito, são esses os estudos mais relevantes.

Enumeram-se várias causas para a eclosão da sedição. E entendem alguns historiadores que o movimento não tenha excedido a uma simples questão de partidos, sem nenhum ideal político, sendo antes um protesto contra o Gabinete conservador instalado em 1841. Para outros, o que se pretendeu foi apenas "simular um movimento de armas para coagir os adversários à renúncia do poder". Estas interpretações me parecem por demais simplistas: a causa, na verdade, é complexa e se há de registrar que o levante não foi, em absoluto, preparado por Tobias e Feijó. Antes, quero crer, urdido pelos próprios conservadores, teve manifestada a trama através de medidas e atitudes que não atingiram apenas os liberais, já que algumas eram endereçadas a Tobias, ou diretamente aos paulistas.

Aluísio de Almeida relata os principais acontecimentos que geraram a rebelião, mostrando-nos que muito antes, já em janeiro de 1841, "pairavam no ar prenúncios da tormenta que ia vir". A sucessão dos fatos merece acurada análise, da qual se depreende que a provocação, o menosprezo e a humilhação a que submeteram os paulistas foram as causas reais e ponderáveis da revolta; o orgulho dos paulistas, o sentimento forte da própria dignidade feridos foi o que os levou às armas. Alfredo Ellis Jr. procurou nos mostrar a evidência e, especialmente, quanto ao espírito paulista repugna a intromissão e o mando dos forasteiros: trata-se de um fenômeno psicológico de irrecusável existência. De longa data, já desde o século XVII, patenteada está a altivez dos paulistas!

Assim também seria, exatamente noventa anos depois, em 1932, o levante dos paulistas, em prol da constitucionalização do País. Era São Paulo não entibiado, antes bramido contra a humilhação, contra o vilipêndio e descrevendo uma ação de bravura inaudita, do mais intenso heroísmo, que jamais se repetirá no curso da História. E são flagrantes as semelhanças entre os dois movimentos - o de 1932 e o de 1842 - além da quase identidade de elementos:

a falta de preparação, as traições, a ingenuidade em se contar com o apoio de outras províncias, erros táticos, o retardamento na ação e ainda, esta outra semelhança: em ambos os movimentos o objetivo foi alcançado dois anos após (a Constituição em 1934, a volta dos liberais ao poder em 1844).

Certa feita, já faz alguns anos, tive a ventura de visitar o solar da família Monjardim em Vitória, capital do Espírito Santo. Asseguraram-me que ali, dentre aquelas vetustas paredes eretas sobre um morrote, estiveram por vários meses detidas, em segredo, duas das mais ilustres personalidades do seu tempo: o Pe. Feijó e o Senador Vergueiro. Ante o impacto da informação, confrangeu-me a alma de paulista. A quanta humilhação haviam sido submetidos aqueles gigantes!

No extenso alpendre que abriga ao fundo o oratório, pareceu-me ver - pura imaginação - genuflexo e mãos postas, o clérigo que Alfredo Ellis Jr., define como "figura vincada do maior paulista dos oitocentos"; "a firmeza e tenacidade, o desassombro e a coragem cívica, a abnegação e a audácia, o liberalismo e a tolerância, a simplicidade e a severidade".

Pura fantasia! Naquela quadra da vida, Feijó nem poderia ajoelhar: as forças físicas derruídas, encontrava-se ele já paralítico. Conquanto detentor de prerrogativas de Senador do Império, ainda assim, tão vilmente castigado!... De lá regressaria "o Estadista da Regência para morrer em São Paulo". E tão pequeno me senti face à majestade daquele homem, ao lembrar que dias antes da sua chegada ao solar, havia proclamado ao mundo, com justificado orgulho, a sua qualificação inequívoca: "Paulista, por mercê de Deus". Então, não pude conter um sentimento de revolta, de repúdio, de asco: quanto é sórdida e nefasta a politicalha que assola este País, desde os primórdios de sua vida independente!

Insigne Professor Adilso César:


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A não ser que eu esteja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pela razão clara pois não confio nem no papa ou em concílios por si sós, pois é bem sabido que eles frequentemente erraram e se contradisseram) sou obrigado pelas Escrituras que citei e minha consciência é prisioneira da palavra de Deus. Não posso e não irei renegar nada, pois não é nem seguro e nem correto agir contra a consciência. Que Deus me ajude. Amém.



Data: 18/04/1521
Fonte: Lutero



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