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Dicionário do Brasil de 1845 é reeditado e revela curiosidades sobre a história do país, gauchazh.clicrbs.com.br
    1 de dezembro de 2014, segunda-feira
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  
  


"Rio de Janeiro: bela e importante província do Brasil, respeito a sua população atual, comércio, indústria e sítios aprazíveis, e por vezes pitorescos e majestosos." O verbete é um dos mais alentados dos quatro mil listados no Dicionário Geográfico Histórico e Descritivo do Império do Brasil, lançado em 1845 e agora reeditado. A população à época era dividida assim: "brasileiros por nascimento ou adoção" somavam 60 mil; "estrangeiros de diversas nações", 25 mil; "escravos de toda cor e sexo", 85 mil; num total de "170 mil almas".

O autor, J.C.R. Milliet de Saint-Adolphe, era um militar francês que chegou ao Brasil em 1816, mesma época da missão artística que trouxe no grupo pintores como Debret e Taunay. Seus dados pessoais são desconhecidos, mas o historiador e professor da UFMG, Renato Pinto Venâncio, acredita que ele tenha nascido junto com a Revolução Francesa, em 1789.

Parte do exército napoleônico, Saint-Adolphe teria aportado no Brasil por causa da perseguição política pós-1815, quando o imperador foi derrotado. Veio com o filho, Auguste, e se manteve como tipógrafo. Foram 26 anos no Brasil até voltar, em 1842, à França com seu calhamaço para publicá-lo (a tradução para o português foi feita por Caetano Lopes de Moura).

O dicionário, única publicação relevante de sua vida, virou obra referencial para os pesquisadores que lhe sucederiam.

- Ele é um personagem muito interessante e pouco conhecido. Um homem ligado às tradições intelectuais iluministas que decide fazer uma enciclopédia, uma obra de síntese - conta Venâncio.

Pesquisador inquieto, Saint-Adolphe viajou muito pelo país e buscou em acervos religiosos, militares e públicos informações sobre a história das províncias, vilas e aldeias desde o século 16, sua população, recursos naturais, escolas, comércio e atividades econômicas.

O texto original foi preservado - a ortografia foi corrigida sob as normas atuais, para facilitar a compreensão - e foram acrescidos dados atualizados, baseados em informações do IBGE. Uma curiosidade são as localidades que não existem mais.

- A historiografia brasileira trata muito do segundo reinado (1831-1840) e Saint-Adolphe traz um retrato do Império das primeiras décadas do século 19, época em que ainda estávamos em formação, e na qual os contornos geográficos eram imprecisos - afirma a historiadora Maria do Carmo Andrade Gomes, da Fundação João Pinheiro, que trabalhou na reedição.

A iniciativa foi da fundação mineira e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Maria do Carmo acredita que a obra servirá a pesquisadores de vários campos, uma vez que os relatos são bastante completos, mas, em algumas vezes, impregnados da subjetividade do autor.

Em 1845, o Brasil tinha 18 províncias. No Rio, capital do Império, o autor se estendeu por 18 páginas; na Bahia, "descoberta em 1500 por Pedro àlvares Cabral, que, navegando para a Índia, foi obrigado por um temporal a abrigar-se na baía de Porto Seguro", por 12; Minas Gerais, "província mais populosa, e de maior extensão", mereceu 9; São Paulo, "rica e grande província marítima", ganhou 9 também. No verbete dedicado aos índios, ele elencou tribos e nações indígenas de cada região, dos abadás do Mato Grosso aos xumetos do Rio de Janeiro.






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1816ID: 1887
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“Diccionario geographico, historico e descriptivo do Imperio do Bra...
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Sobre o Brasilbook.com.br

Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.

Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:

1. Visão Didática (Essencial)
Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.

2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária)
Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.

3. Visão Documental (Completa e Aberta)
Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.

Comparando com outras fontes
A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.

Conclusão:

Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.

Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!