Dois negros famosos estão na origem do bairro Campolim, consultado em acso.com.br
28 de março de 2023, terça-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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elso MarvadãoHoje Campolim é o nome geral da região mais valorizada de Sorocaba, um bairro estendido de classe alta, em fase de verticalização, referência na paisagem urbana da zona sul da cidade.A sequência Estrada da Água vermelha-Estrada do Quiló era o próprio “caminho da roça”, região desvalorizada, quase abandonada, com apenas algum cultivo agrícola e criação de gado leiteiro. Quem poderia imaginar que o local iria se transformar num requintado espaço habitacional, comercial e de lazer, dotado de grandes empreendimentos?Na origem dessa transformação estão as figuras de dois negros que marcaram época em Sorocaba: Achilles Campolim (“Seu Quiló”) e João de Camargo (“Nhô João”).Funcionário de uma fazenda existente no local, em 1917 Achilles Campolim acabou comprando a extensa área. Na época, os terrenos por ali tinham pouco valor.Nos anos 50, com a morte de Achilles, assume os negócios o filho João. Por volta de 1970, a família decide iniciar o projeto de loteamento da área, por partes, num grande investimento, o que foi concretizado em parceria com a Construtora e Empreendedora Júlio e Júlio, por volta de 1976. A comercialização dos terrenos que viraria o atual Parque Campolim teve início em 1981.Achilles Campolim, curiosamente, nasceu no dia 15 de agosto de 1888, dia do aniversário de Sorocaba, ano da lei da Abolição da Escravatura no Brasil. Sempre teve espírito empreendedor, tornando-se ativo empresário. Espirito seguido pela família. Como já criava gado leiteiro, em 1933 Achilles tornou-se um dos sócios-fundadores da Cooperativa de Laticínios de Sorocaba (COLASO), nome muito conhecido de nossa indústria e comércio, cujos produtos hoje atingem 65 municípios.NHÔ JOÃOJoão de Camargo, místico popular milagreiro, objeto de estudos, livros e filmes, foi um líder que fundou uma igreja e uma vila, na estrada da Água Vermelha (hojeBarão de Tatuí). Em torno da Igreja João de Camargo desenvolveu-se a primeira vila naquele setor da cidade. Nhô João havia recebido uma considerável gleba de terra da família Camargo Barros, às margens do córrego Água Vermelha (também chamado de Ribeirão do Lajeado).Ali havia uma hospedagem, algum comércio básico, venda de artigos religiosos e até a Escola Mista da Água Vermelha, onde a professora Ondina Campolim, esposa de Achilles Campolim, ensinava crianças negras e brancas a ler e escrever. A escola funcionou de 1931 a 1942, ano do falecimento de Nhô João.O sepultamento do líder negro foi acompanhado, a pé, por milhares de fiéis, no percurso entre o bairro Água Vermelha e o Cemitério da Saudade. Ao passar pelo centro da cidade, a igreja matriz fechou suas portas, por causa do sincretismo religioso de João de Camargo e a fama de “curandeiro”. E olha que ele era amigo de Monsenhor João Soares!Por onde o corpo passava, o comércio também fechava as portas. E as pessoas paravam e tiravam o chapéu, em sinal de respeito.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!