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Eunápolis, 67 anos de fundação – uma cidade com o coração na estrada, blogdarosemarie.com
    4 de novembro de 2017, sábado
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

  
  


De acordo com o professor e poeta Raimundo Rodrigues Silva em seu “Guia Cultural – Eunápolis em Prosas e Versos”, publicado em 1999, a cidade de Eunápolis, antigo povoado de Ibiapina que em tupi-guarani significa ‘terra-limpa’; ‘terra-pelada’ ou ‘terra sem vegetação’ – surgiu do entroncamento de duas estradas onde hoje se encontra a Rua Pedro Álvares Cabral.O povoado, que também era chamado de Nova Floresta, “64” e Ponto dos Quatro, foi fundado em 5 de novembro de 1950 com a chegada do secretário de Viação e Obras Públicas da Bahia, engenheiro Eunápio Peltier de Queiroz, ao lado de uma comitiva, para a festa de inauguração de um trecho da estrada.Na mesma ocasião, o engenheiro também prometeu a compra dos ‘tais’ 100 hectares de terras pertencentes a Ivan Moura, que mais tarde seriam doados aos trabalhadores, ou “peões de trecho” que vieram para a obra e por aqui arriaram acampamento. Ainda hoje, corre na cidade a notícia de que Ivan Moura jamais viu o dinheiro da desapropriação.

Verdade ou mentira, a narrativa da fundação da cidade nos remete a outra indagação. Estando a pouco mais de 64 quilômetros de Porto Seguro, no “mal chamado” sítio histórico do descobrimento, por que o local permaneceu isolado durante 450 anos se a capitania de Porto Seguro existia desde 1534?

Para compreender melhor o surgimento de Eunápolis somente em meados do século XX precisamos recuar alguns séculos na história do Brasil até o período colonial, quando o sul da Bahia e o norte das capitanias do Espírito Santo e Minas Gerais tornaram-se uma zona pouco habitada por colonos.Naquela época, para evitar o contrabando do ouro das Minas Gerais, uma série de medidas foi baixada pelo Governo Geral, no sentido de impedir ou pelo menos dificultar a comunicação entre os polos de exploração aurífera e os grandes portos do Norte e Nordeste da Colônia. Isso provocou a retração do processo de povoamento.Por outro lado, Porto Seguro, pela sua localização geográfica, voltada para o Oceano Atlântico, juntamente com as condições de navegabilidade de seus rios, direcionou seu crescimento para o litoral, mas as precárias condições de acesso por terra e a frágil integração deste território ao eixo econômico da colônia e, posteriormente, do país, fizeram com que a região ficasse isolada.Só mais tarde, com o declínio da mineração, alterou-se a dinâmica de exploração econômica e de povoamento. “A partir de então houve uma concentração de esforços para aproveitar a exploração agropecuária. Não havia mais sentido em manter a proibição de circulação e comércio na zona de fronteira com a Bahia”. (RESENDE & LANGFUR, 2007).Durante o século XIX a província da Bahia, dentro do contexto da administração do Segundo Reinado, enfrentou dificuldades para dinamizar a sua economia. De fato, era difícil promover a ocupação de extensas zonas ainda bastante desabitadas. Nessa época, Porto Seguro era uma pequena cidade do litoral baiano, voltada basicamente para pesca e agricultura.A implantação de um sistema viário que permitisse a comunicação com o interior da região era um sonho antigo acalentado pelos governantes que buscavam a integração dessas áreas à logica de ocupação do projeto colonialista.

Em 1777, o Governo da Bahia pretendia ligar Salvador ao Rio de Janeiro; para tanto ordenou ao Ouvidor de Porto Seguro que a cada seis léguas fossem criadas novas vilas e povoações. O projeto não vingou, mas, entre 1808 e 1840, abriram-se caminhos ligando o interior a alguns pontos da costa, como Valença, Camamu, Ilhéus, Belmonte e Porto Seguro.

A construção da tão sonhada estrada litorânea que liga o Rio a Salvador [hoje rodovia federal BR – 101] se iniciou no final da década de 40 do século XX, com a abertura da BA-2, uma estrada que deveria ligar a Bahia ao Espírito Santo.Em seu km 64, surgiu um povoado que, mais tarde, se tornaria maior do que as sedes de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália [ambas com mais de 450 anos], municípios aos quais o povoado pertencia.Eunápolis, como foi batizada, em 1950, cresceu em função da sua posição estratégica no novo eixo que se implantava, tornando-se a principal cidade da região.Situação semelhante ocorreu com o povoado que mais tarde se transformaria no município de Teixeira de Freitas. Esses dois povoados se tornaram os principais polos da região do Extremo Sul do Estado, durante as décadas de 1970 e 1980 e vieram a se emancipar somente no final da década de 1980. (ESPINHEIRA, 1974).Com a ampliação da malha viária, Porto Seguro foi aos poucos perdendo sua posição de destaque na região para os novos núcleos surgidos dos acampamentos de trabalhadores localizados à margem das estradas e só recuperou posição depois de 2004, já no período contemporâneo, por conta dos investimentos no turismo.Atualmente, com base nos levantamentos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014), referente ao PIB per capita dos municípios baianos, Eunápolis aparece na 31ª posição, tendo Porto Seguro na 42ª e Santa Cruz Cabrália em 90º lugar.*Rose Marie Galvão – jornalista e acadêmica de História pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb)_________________________Fontes Consultadas:ESPINHEIRA, Carlos Geraldo D. Porto Seguro/Cabrália: análise do processo de mudança. In: SEPLANTEC/ IURAM Plano de Desenvolvimento Urbano: Porto Seguro/Cabrália. Salvador, 1974, _______ Cidades e imagens do tempo: tradições e imaginário popularFLEXOR, Maria Helena M. Os núcleos urbanos planejados no século XX: Porto Seguro e São Paulo. Salvador: UFBA/Centro de Estudos Baianos, 1989.39p.RESENDE, Maria Leônia Chaves de and LANGFUR, Hal.Minas Gerais indígena:a resistência dos índios nos sertões e nas vilas de El-Rei.Tempo [online]. 2007, vol.12, n.23, pp.5-22. ISSN 1413-7704. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-77042007000200002.SILVA, Raimundo Rodrigues –Guia Cultural – Eunápolis em Prosas e Versos. Ed. Mesquita, 1999. 54p.



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ME|NCIONADOS Registros mencionados (2):
31/05/1534 - Doação da Capitania de Porto Seguro á Pedro de Campos Tourinho por D. João III
01/01/1777 - *Salvador-Rio
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.