'Caminho de São Tomé, hoje chamado Peabiru: Sorocaba-Paranapanema 0 08/04/2023 Wildcard SSL Certificates
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   8 de abril de 2023, sábado
Caminho de São Tomé, hoje chamado Peabiru: Sorocaba-Paranapanema
      Atualizado em 25/02/2025 04:47:18

•  Imagens (4)
•  Fontes (7)
  
  


Ainda ninguém provou o percurso exato do (ou dos) Caminho do Peabiru! Sobre o itinerário percorrido pelo alemão Ulrico Schmidl em 1553, concordam autores que este, vindo rio Paranapanema, passou por Sorocaba [26890]. Como escreve a "Sociedade Hans Staden":

Aliás, os autores ressalvam que o caminheiro germânico após chegar à foz do rio Tietê, no Paraná, não seguiu o seu curso, rio acima, atendendo não só às dificuldades naturais certamente conhecidas, como a insegurança das regiões marginais, habitadas por tribos sobremodo hostis. Fazem-no por isso seguir, daquele ponto em diante, pelas terras entre o referido Tietê e o rio Paranapanema, para desse modo alcançar Botucatú e vir daí pelos caminhos clássicos até São Vicente. [24775]

Sugerem Chmyz & Maack haver mais dois ramais que corriam paralelos aos rios Tietê e Paranapanema, encontrando-se com a rota-tronco na altura da antiga povoação paraguaia de Vila Rica, na região central do Paraná. O ramal do Paranapanema levava à região do Itatim, no atual Mato Grosso do Sul, costeando a direita do rio, caminho feito pela tropa de Antônio Pereira de Azevedo, que fez parte da grande expedição de Raposo Tavares, em 1647, e não pelo ramal do Tietê, como sugere Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960).

Parece ser a mesma rota que foi localizada numa documentação do governador Morgado de Mateus e que apresenta um itinerário mais detalhado:

Eu tenho um mapa antigo, em que se ve o roteiro de um caminho que seguiam os antigos paulistas, o qual saindo de São Paulo para Sorocaba, vai até a Fazenda de Wutucatú, que foi dos padres São Miguel das Missões junto do Paranapanema, q’ hoje se achão destruido, dahy costiando o rio a esquerda, se hia a Encarnação [redução jesuítica à beira do Tibagi], a St.o X.er [redução S.Francisco Xavier, no médio Tibagi] e a St.o Ignácio [redução no Paranapanema] e desde o salto das Canoas, até a barra deste rio gastavão 20 dias, dai entrando no rio Paraná, navegavão o R.o Avinhema, ou das três barras, e subindo por elle emté perto das suas vertentes, tornavão a largar as canoas, e atravessavão por terra as vargens de Vacaria [no atual Mato Grosso do Sul.

quando? peabiru mesmo?

Para Luís Castanho de Almeida (1904-1981), em “Memória Histórica de Sorocaba” II, o trecho Sorocaba-Paranapanema seria obra dos europeus:

"O caminho começava no largo de São Bento saindo pela atual rua 13 de Maio até a Penha. Cerca de 1717 saiu dele o ramal para as Minas de Paranapanema e Apiaí, que pertenciam a Sorocaba. O caminho para as fazendas jesuíticas de Guareí e Botucatu, termo de Sorocaba, passava por Ipanema e Tatuí atual." [25029]

Incrivel

Os autores não perceberam ainda que maior parte dos mapas antigos registram o rio Paranapanema tendo sua nascente exatamente em Sorocaba. Ainda em 1955 o Mapa de la America Latina, em Nuevo Atlas Geografico Metodico Universal, produzido pelo argentino José Anesi, para o Instituto Geográfico de Agostini-Novara (Itália).

O mapa de Nicolas de Fer (1646-1720) não deixa dúvidas (imagem 1) [24665]. O próprio Castanho de Almeida (1904-1981), acima citado e o mais prolífero escritor sobre a História sorocabana, confirma ao comentar o Mapa de América del Sur desde el Ecuador hasta el Estrecho de Magallanes, atribuído a Ruy Diaz de Guzman (1559-1629), autor da "Argentina", e exumado do Arquivo das Índias de Sevilha por Zeballos, parece ter sido feito entre 1606 e 1608, segundo me informa Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), baseado em Paul Groussac:

É uma fonte interessantíssima para o estudo do povoamento do sul do Brasil. Particularmente vêem aí mencionadas três vilas: São Vicente, São Paulo e São Felipe. Esta última é a antiga Itapebussú, para onde se haviam mudado os primitivos povoadores trazidos ao Araçoiaba por D. Francisco de Souza no fim de 1599. Ao lado está a inscrição: "minas de ouro no Brasil".

O mapa de Gusman encerra um erro grave que é uma verdade que desfigurou. Quanto mais podemos adiantar-nos no emaranhado das fontes, afirmamo-nos na certeza de que as expedições do ciclo do Guairá passaram por Sorocaba (então Ypanema e São Felipe), num caminho terrestre que era o mesmo antigo de São Tomé, dos nativos, e que os primeiros sorocabanos organizaram bandeiras que partiam por terra procurar o Paranapanema.

Uma vista rápida sobre esse mapa nos mostrará as reduções do Guairá em frente a Sorocaba. E o rio Sorocaba incrivelmente afluente do Paranapanema! O fazedor da carta geográfica interrogou viajantes, estes disseram: De São Felipe chega-se ao Paraná, pelo Paranapanema. Mais que depressa, o rio de Sorocaba passou a cair no Paranapanema.
[24848]

Não há dúvida quanto a competência de Ruy Diaz Gusman! Seu avô, Domingo Martínez de Irala foi o primeiro europeu a passar pelo rio Anhemy, em 1552. Ele, Gusman, em sua Historia argentina del descubrimiento, población y conquista de las provincias del Río de la Plata, de 1612, especifica:

“(...) continuando a subir o Rio Paraná, está seu grande afluente, o rio Paranapanema, um dos principais rios do Guairá. Nasce de uma serra que chamamos de Sobaú, que não fica longe de São Paulo, juntar-se a três torna-se poderoso; e circunda a colina de Nossa Senhora de Monserrate que tem um circuito de cinco léguas, de cuja orla os portugueses tiram daquela costa muito rico ouro de 23 quilates; e em cima dela há muitos veios de prata, perto dos quais D. Francisco de Sosa, fidalgo desta nação, fundou uma vila que ainda subsiste, e continua a fazer efeito e beneficiar das minas de ouro e prata." [26476]



Mapa adaptado por Maak
Data: 01/01/2002
Organizado por Ana Paula Colavite. Ver: COLAVITE, Ana Paula; BARROS, Miriam Vizintim Fernandes. Op cit, v.5, p.93, 2009. O artigo traz um estudo acurado acerca das localizações geográficas do extenso caminho do Peabiru. Além disso, por meio do uso de ferramentas georreferenciadas, os autores traçaram as rotas equivalentes às configurações territoriais atuais. O relato mais conhecido acerca do caminho do Peabiru foi feito pelo alemão Ulrich Schimidel, em meados do século XVI, e na década de 1950 foi estudado por Reinhard Maack. Ver: MAACK, R. Sobre o itinerário de Ulrich Schmidel através do Sul do Brasil (1552-1553). Curitiba, PR, 1959


ID: 12432


Carta Corográfica da Capitania de S. Paulo Colonial
Data: 01/01/1767
Créditos/Fonte: Coleção João Baptista de Campos Aguirra
(mapa(rio sorocaba(.285.(.284.(.296.(.282.


ID: 11465


Mapa
Data: 10/06/2022
10/06/2022


ID: 12765


Vilas do planalto paulista: a criação de municípios na porção meridional da América Portuguesa
Data: 01/01/2015
Créditos/Fonte: Fernando V. Aguiar Ribeiro
Página 59


ID: 11607


Mapa
Data: 01/01/1553
01/01/1553


ID: 11553


Ulrico Schmidl no Brasil quinhentista
Data: 01/01/1942
Créditos/Fonte: Sociedade Hans Staden
Página 79


ID: 12762



 Fontes (7)

 1° fonte/1754   

Suite du Brésil pour servir à L´Histoire Générale des Voyages. Villages d´indiens et Missions Ruinées. Tiré de la Carte d´Amérique de M. Danville
Data: 1754


 2° fonte/1940   

“Sorocaba e os castelhanos”, Aluísio de Almeida, codinome de Luís Castanho de Almeida (1904-1981). Jornal Diário de Notícias, página 13
Data: 1940


 3° fonte/1942   

“Ulrico Schmidl no Brasil quinhentista”. Sociedade Hans Staden
Data: 1942


 4° fonte/1955   

Mapa de la America Latina, em Nuevo Atlas Geografico Metodico Universal, José Anesi, San Juan, Buenos Aires. Instituto Geográfico de Agostini-Novara (Itália)
Data: 1955


 5° fonte/1965   

“Memória Histórica de Sorocaba” II. Luís Castanho de Almeida (1904-1981)
Data: 1965


 6° fonte/2008   

“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP
Data: 2008


 7° fonte/2022   

Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol. LXXI
Data: 2022



[28524] Suite du Brésil pour servir à L´Histoire Générale des Voyages. Villages d´indiens et Missions Ruinées. Tiré de la Carte d´Amérique de M. Danville
01/01/1754

[24848] “Sorocaba e os castelhanos”, Aluísio de Almeida, codinome de Luís Castanho de Almeida (1904-1981). Jornal Diário de Notícias, página 13
01/09/1940

[24775] “Ulrico Schmidl no Brasil quinhentista”. Sociedade Hans Staden
01/01/1942

[28265] Mapa de la America Latina, em Nuevo Atlas Geografico Metodico Universal, José Anesi, San Juan, Buenos Aires. Instituto Geográfico de Agostini-Novara (Itália)
01/01/1955

[25029] “Memória Histórica de Sorocaba” II. Luís Castanho de Almeida (1904-1981)
25/03/1965

[24428] “Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP
01/01/2008

[26890] Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol. LXXI
08/08/2022


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1922-1997

Nós temos a pretensão que temos artistas, porque temos Portinari, porque temos Vila- Lobos, ou temos Beethoven. Então isso nos da aparência, o orgulho de que nós temos arte. Nós não temos arte porra nenhuma. Porque tanto Picasso quanto Beethoven pertencem a grupos muito pequenos. Bom, até que agora 1977) os instrumentos de massa estão permitindo que mais outras pessoas se comuniquem com isso. Mas é tudo um código complicado para que um popular chegue a entender isso. Na maior parte das vezes não chega. Ninguém chega a entender.



Data: 01/11/1977
Fonte: José Viana de Oliveira Paula entrevista Darcy Ribeiro (1922-1997)*



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