Sobrinho-bisneto de Santos Dumont conta curiosidades sobre o Pai da Aviação. fab.mil.br
1 de novembro de 2023, quarta-feira Atualizado em 11/06/2025 19:00:24
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O sociólogo Marcos Villares, sobrinho-bisneto de Alberto Santos Dumont, cheio de orgulho do seu ilustre tio, falou sobre curiosidades do Pai da Aviação, como a convivência dele com os parentes e o costume de escrever cartas aos familiares. Marcos falou ainda sobre o desafio de deixar viva para as próximas gerações a história do Patrono da Aeronáutica Brasileira.Confira a entrevista concedida para a Força Aérea Brasileira (FAB):FAB: Quem foi Santos Dumont para o senhor?Marcos Villares: "Um homem à frente de seu tempo, uma pessoa idealista, que pensava que a ciência devia ser usada a favor da humanidade, em benefício de todos. Além do lado cientista inovador, tinha um lado humanista, de achar que a tecnologia devia pertencer a todos e as pessoas deveriam ser beneficiadas por ela. Por exemplo, ele sabia que o avião poderia ser usado para guerra, percebe isso, não concorda e fica abalado quando isso acontece. Então, ele deixa isso por escrito em algumas ocasiões, que sua invenção devia ser um benefício para todos, para unir as pessoas e os países. E esse era o objetivo dele, que o avião fosse usado a favor e para o bem da humanidade".FAB: Como é para o senhor carregar a importância do nome Santos Dumont na família?Marcos Villares: "Eu me envolvi com a história de Santos Dumont em 1998, na casa de uma prima, a Sophia Helena, que tinha um acervo muito importante dele. Um arquivo que exigiu muito cuidado durante toda sua vida. E, quando faleceu, deixou por escrito sua vontade de doar para a Força Aérea Brasileira. Eu tive a honra de ir à cerimônia de doação, no INCAER"."Esse material foi doado para a Força Aérea, que fez um excelente trabalho de digitalização e restauração do acervo, único no mundo. Se alguém no futuro for estudar a história da aviação, a história da ciência dessa área, esse acervo é muito valioso porque tem matérias de jornais do mundo inteiro relativas a Santos Dumont. Sophia Helena foi casada com o Brigadeiro Lavenère-Wanderley, por isso confiou este tesouro à FAB".FAB: Fale um pouco sobre histórias e curiosidades da família.Marcos Villares: "Meu avô também se chamava Alberto, e há uma fotografia do Alberto para o Alberto, que o Santos Dumont deu para o meu avô com autógrafo. Santos Dumont tinha uma convivência ótima com a família e adorava escrever cartas para cada parente. Os sobrinhos foram muito importantes em sua vida. O Jorge, filho da Virgínia, foi quem acompanhou Santos Dumont em seu último ano de vida. Virginia era a irmã mais velha que o ensinou a ler e a escrever. Não está na biografia, mas eu tenho relato da família que, outra irmã, mais velha, também o ensinou a ler e a escrever. Enfim, Santos Dumont tinha um bom ambiente familiar e um carinho especial pelo pai".FAB: Tem algum item do acervo que é muito especial para o senhor? Que tem em casa e não doa para ninguém?Marcos Villares: "Tem um lenço com as iniciais “S” e “D” e umas asas desenhadas, que Santos Dumont deu para o sobrinho Nuno, que morava em Portugal. Nuno era filho de Maria Rosalina e quando ganhou o lenço, tinha por volta de 10 anos. Nuno, mais tarde, deu o lenço para um tio e esse tio me deu. E quando o astronauta brasileiro, Marcos Pontes, foi para o espaço pela primeira vez, em 2006, levou este lenço de Santos Dumont, com uma réplica de seu chapéu, e assim, o lenço ganhou um carimbo da Estação Espacial Internacional, em russo. É um item que guardo com muito carinho e vou deixar por escrito, que quando eu morrer, ele deve ser doado para o Museu Paulista. Este museu também recebeu mais de mil itens de materiais de Santos Dumont".FAB: O quão representativo é para o senhor a data dos 150 anos do legado do Santos Dumont?Marcos Villares: "É muito importante para o nosso país, de forma geral. Acaba sendo um patrimônio nosso, esse legado que Santos Dumont deixou, e temos o dever de levar adiante isso. Agradeço à Força Aérea por ajudar a fazer isso ao longo do tempo, que sempre teve essa missão de ajudar a levar a história de Santos Dumont e o legado de inovação, pioneirismo e propósitos que foram e são importantes para o crescimento do país".FAB: Para os jovens que estão nascendo hoje, 150 anos depois de Santos Dumont, quando eles olham para trás, o que o senhor gostaria que eles vissem na figura do Pai da Aviação?Marcos Villares: "Eu quero que a nova geração tenha Santos Dumont como exemplo; que as crianças conheçam sua história e que pensem: “olha o que esse cara fez! Se ele fez, eu também posso fazer”, e podem. Mas para isso, a gente tem que fazer com que o país dê condições para as crianças serem Santos Dumont. São justamente as crianças que vão levar essa história e esse país para o futuro. Então, é digno que passemos isso para as próximas gerações. Eles devem amar nosso país, apesar das dificuldades, eles devem amar a ciência, e dar asas para sua imaginação. Acho que isso é um recado que Santos Dumont gostaria deixar para os jovens".Fotos: Tenente Mayara / IV COMAR
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!