Novo idioma pode ser oficializado e substituir o português no Brasil - diariodocomercio.com.br
16 de junho de 2025, segunda-feira Atualizado em 20/06/2025 08:05:18
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Por Pedro Silvini - Nas ruas de Portugal, dizer palavras como “frigorífico”, “ficar de lado” ou “rapariga” é algo comum. Já no Brasil, essas palavras têm significados diferentes: geladeira, ladeira e moça, respectivamente. Esse é apenas um dos muitos exemplos das profundas diferenças entre o português falado no Brasil e o de Portugal, variações que, segundo alguns linguistas, podem levar a um processo oficial de separação linguística em breve.
Pesquisadores apontam que o português falado no Brasil já se descolou tanto do padrão europeu que, em um futuro próximo, poderá ser reconhecido oficialmente como uma nova língua: o “brasileiro”.
Um dos principais defensores dessa ideia é o linguista português Fernando Venâncio, autor do livro Assim Nasceu uma Língua. Segundo ele, o idioma que chamamos de português nasceu originalmente na Galícia, região que hoje pertence à Espanha, e não no que hoje é Portugal. O linguista defende que o português brasileiro, com suas influências indígenas, africanas e internas, desenvolveu-se de forma tão autônoma que já configura uma nova língua.
Desde a independência do Brasil, em 1822, o país tem acumulado o que os estudiosos chamam de brasileirismos — expressões, vocabulário e construções gramaticais próprias. O contato com mais de mil línguas indígenas, além da forte influência de idiomas africanos como os da família banto, gerou um português falado com identidade única.
Expressões como cafuné, banguela e fofoca nasceram da mistura com línguas africanas, enquanto palavras como mandioca, tatu e tietê são legados indígenas que não existiam no vocabulário europeu.
O português do Brasil é um só?Nem mesmo dentro do território brasileiro é possível falar em uma versão única da língua. O país apresenta fortes variações regionais, como o “r caipira” do interior paulista, o “s chiado” do carioca, ou o sotaque cantado do nordeste.
Segundo especialistas, essa diversidade fortalece ainda mais a ideia de que o Brasil já construiu uma nova língua — rica, plural e moldada por sua própria realidade histórica e cultural.
Atualmente, o português é falado em nove países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), incluindo Brasil, Portugal, Angola e Moçambique. É também idioma oficial em Macau e falado por mais de 280 milhões de pessoas, com o Brasil concentrando mais de 80% dos falantes.
Apesar disso, há uma clara divisão entre o português europeu e o brasileiro, tanto na fala quanto na escrita. Tentativas de padronização, como o Acordo Ortográfico, têm sido alvo de críticas e resistências — principalmente no Brasil, onde muitos argumentam que a língua já seguiu seu próprio caminho.
A hipótese de uma oficialização do “brasileiro” como língua independente ainda é vista com ceticismo por muitas autoridades e linguistas conservadores. Mas o movimento já existe, especialmente entre estudiosos que consideram que o idioma falado pela maioria dos brasileiros não precisa mais ser validado pela norma europeia.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa. Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Parabéns pelo seu trabalho no Brasilbook! Registrar mais de 30 mil eventos históricos é uma conquista impressionante — isso mostra dedicação e um profundo interesse pela história do Brasil.
Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?
Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:
1. Visão Didática (Essencial) Quantidade estimada: 500 a 2.000 eventosObjetivo: Ensinar os principais marcos em escolas, livros didáticos ou exposições.Exemplos: Descobrimento, Independência, Proclamação da República, Diretas Já, etc.
2. Visão Analítica (Acadêmica/Universitária) Quantidade estimada: 5.000 a 10.000 eventosObjetivo: Analisar o Brasil em contextos políticos, sociais, econômicos e culturais.Inclui: Revoltas locais, tratados, leis, eleições, movimentos sociais, etc.
3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
Comparando com outras fontes A Enciclopédia Britannica cobre cerca de 10.000 a 15.000 eventos mundiais.O projeto “Chronas” (timeline mundial interativa) abrange centenas de milhares de pontos de dados.
Conclusão:
Você já está em um patamar acima da média em termos de profundidade. Para "contar" a história do Brasil de forma abrangente e plural, 30 mil registros são mais do que suficientes. Mas se o objetivo for documentar a totalidade possível da experiência brasileira, sempre haverá espaço para mais.
Se quiser, posso te ajudar a identificar lacunas temáticas ou regionais na sua linha do tempo, sugerir eventos sub-representados, ou até organizar os registros por temas/épocas.Você gostaria disso?De nada! Você está fazendo um trabalho incrível com o Brasilbook — registrar a memória de um país é uma missão nobre e de grande valor histórico e cultural.Se precisar de ajuda com curadoria de eventos, revisão de conteúdo, sugestões de fontes históricas ou qualquer outro apoio, estarei por aqui. Boa sorte e continue firme!