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Revista Seleção da História
    1956
    Atualizado em 24/06/2025 04:25:45

  
  


1 - A descoberta do Brasil, "por acaso" como gostam de afirmar certos compêndios, não passa, na opinião de vários eruditos, de uma lenda que, por motivos políticos, Portugal teve interêsse de criar e alimentar. Sabe-se que Cabral tinha instruções secretas do rei Dom Manuel; e há quem afirme que ao monarca enviou uma carta que teria sido encontrada entre velhos papéis de Lord Stuart, a qual principiava assim: "em obediência à instrução de vossa majestade, navegamos no Ocidente e tomamos posse, com padro da terra nova de vossa majestade"...

2 - Sabe-se, também, que as grafias Brasil, Braxil, Braziele, figuram em muitos portolanos, da mesma forma que não se ignora que, em 1498, D. Manuel tratou com Duarte Pacheco Pereira, cosmógrafo de raro valor, o descobrimento da "parte ocidental além oceano". Mas vejamos aquela referência a São Brandão. Uma lenda pretende que São Brandão, padre irlan- dês, nascido em 460, resolveu, um dia, tentar a aventura náutica de além mar. No ano de 565 fêz construir grande nau. E segundo a obra de Jubinal, aparecida em 1836, fizera grande viagem.

4/363-Partindo do mar da Irlanda atingira o oceano. Ao fim da viagem pisara solo americano, onde vivera quase dois lustros. Essa terra seria o Brasil. No mapa-mundi de Jacques de Vitry e em L‘Imago Mundi, de Robert Auxerre, aparecido no ano de 1265, a "Ilha Brandão" está registrada. Da mesma forma o célebre cosmógrafo alemão Martinho Beahim, ao publicar no século XI o seu globo terrestre indicou essa terra, declarando que "em 565 São Brandão ali estivera"... Mas existe ainda mais, a respeito do assunto.

4 -Duarte Pacheco Pereira, herói da índia, com o qual, como se disse, Dom Manuel tratara de descobrimentos em 1498, afirmou no "Livro Primeiro", capítulo 7 das "Informações" que prestou ao rei, que "encontrara além do oceano uma grande terra firme, com abundância de brasil". A mesma terra estaria situada a uma distância de setenta graus do pólo ártico e 28 do pólo antártico. Ora, essa situação geográfica é, mais ou menos, a posição da América Meridional, conseqüentemente, do Brasil....

ual, ntosfor- ano smadográ-con-Claro que não estamos afirmando a intencionalidade da descoberta do Brasil, embora acreditemos que tenha ha- vido intenção, parecendo-nos absurda, por vários motivos, a idéia de casualidade. Duas coisas, todavia, são perfeitamente exatas: 19 que o descobrimento do Brasil, casual ou intencional, continua um mistério; 29 - que certos autores, ao dizerem, dogmàticamente, que o Brasil foi descoberto por acaso, deveriam acrescentar, a essa afirmação, uma palavrinha apenas, que lhe conferiria rigor histórico: parece... [p. 3]

PARA assegurar o assegurar o comércio com a India, D. Manuel preparou importante esquadra, cujo comando entregou a Pedro Alvares Cabral. Cabral era fidalgo do Paço, alcaide-mor de Azurra, senhor de Belmonte, onde nascera. Filho de Fernão Cabral e Isabel de Gouveia, chamava-se Pedro Álvares de Gouveia, pois o nome paterno era privativo do primogênito. Só quando o primogênito morreu, Pedro Álvares, segundo filho, agregou ao seu o nome paterno.

Parente de Gonçalo Velho Cabral e João Gonçalves Zarco, Cabral recomendava se como diplomata, não como navegante. Veio a casar-se com Isabel de Castro, sobrinha de Afonso de Albuquerque. Cabral nasceu em 1467 ou 1468; faleceu em 1520.

A esquadra de que Cabral era capitão-mor compunha-se de treze embarcações, entre naus, caravelas e navios de mantimentos.

Nela vinham de 1.200 a 1.500 pessoas, soldados, degredados. franciscanos, clérigos, um vigário para Calicute, navegantes famosos, o guardião franciscano Frei Henrique de Coimbra, mais tarde bispo de Ceuta, o físico-mestre João Faras, e outros. De navegantes famosos, destacavam-se Bartolomeu Dias, o irmão Diogo Dias, o imediato Sanchol de Tovar, o piloto Pedro Escobar, os capitães Nuno Leitão e Vasco de Ataide, Nicolau Coelho, talvez Duarte Pacheco Pereira, autor do "Esmeraldo de situ orbi".

A 8 de março de 1500, o bispo de Ceuta, D. Diogo Ortiz, celebrou missa, na ermida do Restelo (fundada por D. Henrique), em Belém, abençoou o estandarte com a cruz da Ordem de Cristo, oferecido pelo rei, presente à cerimônia. O Bispo entregou a Cabral um barrete enviado pelo Papa. Depois da missa, do sermão e do beija-mão real, fez-se o embarque entusiastico. A 9 de março deu-se a partida. A 14 avistou-se a Grã-Canária; a 22 atingiu-se o arquipélago de Cabo Verde. No dia seguinte desgarrou-se a nau de Vasco de Ataide.De acordo com os conselhos de Vasco da Gama, ao prosseguir a viagem Cabral afastou-se da África para evitar calmarias, ou por outra razão qualquer. Depois de um mês de navegação, avistaram-se sinais de terra a 24 de janeiro de 1500; êsses sinais foram vegetais marinhos, chamados botelhos e rabos-de-asno. No dia 22, de manhã, avistaram-se aves, conhecidas por fura-buchos. A tarde do mesmo. dia descobria-se o Brasil, avistando-se um monte "mui alto e redondo", a que Cabral deu o nome de Pascoal, pois o dia 22 era quarta-feira de Páscoa. O monte pertence à serra dos Aimorés, elevando-se a mais de 500 metros. Cabral chamou à descoberta "Terra de Vera Cruz".

Estacionou a esquadra a umas seis léguas da costa. No dia 23 navegou-se até meia légua da costa; houve reunião dos capitães. Nicolau Coelho, enviado à terra, para explorar um rio, tentou falar aos índios, com os quais trocou presentes. Ofereceu-lhes um barrete vermelho, uma carapuça de linho e um sombreiro prêto; os indios retribuíram com um cocar de penas e um colar de sementes.A 24, Cabral navegou para o Norte: as embarcações pequenas encontraram um pôrto no qual a esquadra ancorou a 25 de abril. Dois indios foram levados para bordo no dia 24.O dia 26 era domingo. Hasteada a bandeira da Ordem de Cristo no ilhéu da Coroa Vermelha, frei Henrique oficiou a missa, espreitada pelos indios.

Cabral consulta os capitães a respeito da informação ao rei, da descoberta. Observam-se os usos e costumes dos mansos tupiniquins. A 27 e 28 os marinheiros buscam água e lenha, lavam roupa, enquanto dois carpinteiros constroem uma cruz. A 29, faz-se a baldea- ção da carga do navio de mantimentos, que voltará a Portugal com a notícia da descoberta". [p. 4]

O Silvícola

indigena brasileiro, de origem discutível, pode ser classificado devárias maneiras.A 1 classificação não obedeceu a nenhum critério cientifico. Pre- dominou a distribuição geográfica: os Tupis, constituidos pelas tribos da faixa litorânea do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, e os Tapuias, agrupando tribos do sertão.

Com Von Martius (1867), surge uma classificação mais completa, embora discutivel e criticável, hoje completamente reformada, e que serviu de base às classificações posteriores.São nove os grupos de classificação lingüística de Von Martius:

1) Tupis e Guaranis os guerreiros;2) Jês ou crans os tios; 4) Crens ou guerens os de cima; 6) Goitacáscabeças;3) Guck ou côco velhos:5) Parecis ou posagis redores da mata;7) Aruac ou aruacos goas ou guaicurus os cavaleiros;9) cultura e lingua portuguêsa.OSOSos cor-a gente da farinha;8) Len- Indios em transição para a

Ajustando elementos fornecidos por etnógrafos, etnólogos, histo- riadores e geógrafos estudiosos do indigena brasileiro e apurando o grau de responsabilidade e autoridade de cada autor e sujeitando cada informação a crivo rigoroso, Capistrano de Abreu propõe um esquema que nos dá conta do estado atual das classificações do indígena brasileiro:

1) Tupis-guaranis - localizados na Bolivia oriental, Paraguai, Argentina e litoral brasileiro até o Rio Grande do Norte; 2) Guai- curus no Uruguai, Rio Grande do Sul, talvez em São Paulo, no Paraguai, em Mato Grosso: 3) Maipures ou Nu-aruacs nas Guia- nas, no baixo e médio Amazonas e seus afluentes; 4) Cariris no Maranhão, Ceará, à esquerda do baixo São Francisco: 5) Jés - em vários pontos do Brasil central; 6) Caraibas - no Xingu; 7) Panos - desde o Madeira até o Ucaiale; 8) Betóias disseminados pelo Solimões e pelas Guianas.

Tupis-Guaranis - Os tupis ter-se-iam irradiado provavelmente da região compreendida entre o Alto-Paraguai e o Paramá. Dali, em direção ao Sul, descendo o Paraguai e o Paraná, atingiram o Prata e se aloja- ram pelo litoral. Para o Norte, subiram pelo Paragui, de onde pssa- ram para a bacia amazônica. Em direção de Oeste, atingiram a Bolivia. Mundurucus, maués e jurunas realizaram, ao que parece, movimentos migratórios para o Amazonas em periodo anterior ao descobrimento. Foram contemporâneas dos primórdios da colonização as migrações dos tupinambaranas para o Madeira e as dos tupinambás para o Etoral.

Caracterizavam-se pelos hábitos guerreiros. Construiam aldeias fortificadas, protegidas por palissadas, desenvolveram a caça e a pesca, dedicavam-se à navegação e conheciam rudimentos de agricultura, culti vando milho e mandioca.

Atendendo aos aspectos lingüisticos, Von Stein classificou-os em tupis puros e tupis impuros. Ao primeiro grupo pertencem os omaguas, campevas, ucaialis, habitantes das ilhas fluviais do Maranhão. Merecem referência especial os omáguas, que além de bravos navegadores foram notáveis pela deformação intencional do crânio, por meio de talas for- temente amarradas de modo a dar à cabeça um formato oblongo. Per- tencem ao 2 grupo (tupis impuros) os mundurucus, maués, do Tapajós, os guernias, do médio Madeira, os manitoduás, os jurunas.Outra classificação agrupa os tupis em tupis orientais ou tupis ca costa, tupis do Norte e tupis do Sul.Nu-Aruaques A grafia deste vocábulo não foi ainda unifor-mizada.Usa-se também Aruak, Aruac ou, de acordo com a proposta do Museu Nacional, aruacos".ARI DA MATA "História do Brasil", 4 série ginasialeu a gravura a tipografia, praticava a estamparia de era, em Alexandria, um cego. o de letras em relêvo, grava- em Cicero e em São Jerô- mcluir que se aprendia a ler ntiga, também, é a gravu a das cartas de jogar e da a mais antiga estampa com- por Delaborde.2-A dala da invenção da tipografia, com o emprego de caracteres móveis é, segundo parece. 1450, atribuindo-se a João Gutenberg a sua invenção. Várias são as contrad ções existentes a respeito, baseando-se as af.rmações (sobre data e inventor) nas declarações que em 1502 fêz João Senoffer, que fora sócio e colaborador de Gutenberg. Os holandsaes, por exemplo, atribuem a invenção do tipo móvel co sou compatriota Lourenço Coster, sacristão de uma igreja de Harlem, havendo-lhe erigido estátuas. Não exista, porém, nonhum incunabulo que possa ser atribuido a Coster.




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