Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume LXXXIV
Atualizado em 23/02/2025 14:00:19
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5 - Os Acontecimentos se Precipitam
O Reino Unido era governado por uma Monarquia com poderes absolutos, e em Portugal, por pressão dos intelectuais e comerciantes, embebidos das idéias libertárias atuantes, foi surgindo um movimento, pelas alturas de 1820, para fazer com que o poder do Monarca fosse contido por uma Constituição. Esta deveria ser escrita, depois de votada por um corpo de legisladores, representantes do clero, da nobresa e do povo. Os poderes seriam independentes e harmônicos entre si. Ressaltaria porém o Judiciário, que julgaria com total isenção quem quer que fosse, nobre ou plebeu. D. João VI foi assim forçado, pela Revolução de 1820, do Porto, a jurar uma Constituição a ser elaborada em Lisboa; e por ato de 7 de março de 1821 determinou que as Províncias brasileiras escolhessem seus deputados para trabalharem na redação dessa Constituição, juntamente com os portugueses.
Já em maio desse ano aparecem os representantes de Itu, devidamente eleitos: Nicolau de Campos Vergueiro; Rafael Tobias de Aguiar; Diogo Antônio Feijó, (então com 37 anos) ; Francisco de Paula Sousa; Antônio Paes de Barros e José de Almeida Leme. São Paulo (a Província), era dividida em três Comarcas: São Paulo, Itu e Paranaguá e todas, concorreram assim, com dezoito representantes. Aparecia, com evidência, o nome de Feijó, como surgia também a estrela dos Andradas: (José Bonifácio, Martim Francisco e Antônio Carlos).
Era Feijó dotado de muita energia física, estatura atlética, degrande coragem, como veio a demonstrar ao longo de sua atuaçãopolítica. Como apoio moral tinha sempre ao lado sua irmã D. MariaJustina de Camargo, que era sua adoração, a falta de pais.6 - Os Brasileiros na Corte em LisboaAfinal lá seguiu para a Metrópole a representação brasileira,sendo que os deputados paulistas eram: Antônio Carlos Ribeiro deAndrada, Nicoláu Pereira de Campos Vergueiro, José Ricardo da CostaAguiar de Andrada, Francisco de Paula Sollsa e Me10 (11, José Feliciano Fernandes Pinheiro, Padre Diogo Ant6.riio Feijó e Antônio Manoelda Silva Bueno, além dos suplentes Silva F2leno e Paes de Barros.Iriam enfrentar um mundo de hostilidade e a preocupação máxima em Lisboa era conter o ímpeto dos brasileiros, no sentido da libertação. As assuadas, as diatribes, as vaias e os impropérios, inda bemnão se erguia um deputado brasileiro para falar, tornava extremamente perigoso tocar pelo menos de leve, no termo: libertação. Andandopelas ruas eram eles insultados e até ameaçados na sua integridadefísica. Antônio Carlos, atrevido, indomável, ao subir à tribuna, foi [p. 81]
