'Caminho de Peabiru - memoriadotransporte.org.br 0 29/06/2025 Wildcard SSL Certificates
font-size:75;' color=#ffffff
2020
2021
2022
2023
2025
100
150
200
203
Registros (313)Cidades (0)Pessoas (0)Temas (41)


Caminho de Peabiru - memoriadotransporte.org.br
    29 de junho de 2025, domingo
    Atualizado em 30/06/2025 00:22:00

•  Imagens (3)
  
  
  


O Caminho de Peabiru foi uma grande rota transcontinental, de cerca de 3 mil quilômetros de extensão, que ligava o Oceano Pacífico ao Oceano Atlântico. De acordo com as pesquisadoras Ana Paula Colavite e Mirian Vizintim Fernandes Barros, não é possível identificar com certeza qual etnia ou grupo indígena criou o caminho; no entanto, os índios guaranis foram seus maiores usuários.

“Na nomenclatura desta tribo, a palavra Peabiru é uma derivação de “Tape Aviru” ou “Ta pe a beyuy”, podendo ser traduzida como caminho forrado, caminho antigo de ida e volta, caminho pisado, caminho sem ervas, e apresentava um forte significado para esta tribo, pois era considerado o caminho para a Terra sem Mal, pelo qual os indígenas caminham em busca do paraíso”, escrevem as pesquisadoras.

Primeiramente, não é possível identificar corretamente a data em que esse caminho foi criado, razão pela qual optamos por registrá-lo como um marco do período pré-colonial. A estudiosa Rosana Bond afirma que, antes da chegada de Cristóvão Colombo à América, em 1492, o Caminho de Peabiru já era a mais importante “estrada” transcontinental de toda a América do Sul (ROCHA, 2015).

No Brasil, os estudos sobre esse caminho ganharam força através de pesquisas que buscam identificar a sua utilização no estado do Paraná, visto que um dos principais troncos da rota corta o estado de leste a oeste.

O primeiro mapa que mostra um trecho da rota foi realizado pelo naturalista alemão Reinhard Maack (1892–1969). Explorador do território paranaense, o pesquisador conseguiu reconstruir o Caminho de Peabiru com base nas anotações feitas no século XVI pelo também alemão Ulrich Schmidel.

Apesar de não ter sido o primeiro europeu a percorrer o Caminho de Peabiru – outros, como Aleixo Garcia e Dom Álvar Núñez Cabeza de Vaca, já haviam explorado a rota –, Schmidel elaborou manuscritos que possuem informações valiosas para os estudos relacionados ao tema. De acordo com Maack, Schmidel saiu de Nossa Senhora de Assunção, atual capital Assunção, no Paraguai, chegando a São Vicente, em São Paulo, realizando uma travessia de aproximadamente seis meses.

Por meio dos relatos de viagem de Schmidel, Maack foi capaz de elaborar um mapa bastante elucidativo quanto aos caminhos percorridos pelos indígenas nativos do Brasil e de outros países da América Latina.

Mapa Político do Paraná com o Caminho de Peabiru.Adaptado de DNIT (2002) e Maack (2002).Organizado por Ana Paula Colavite

O Caminho de Peabiru foi fundamental na exploração de tais territórios depois da chegada dos europeus, tanto na expansão da colonização espanhola quanto da portuguesa. As pesquisadoras Ana Paula Colavite e Mirian Vizintim Fernandes Barros afirmam que existem poucas referências sobre a rota, mas que é possível identificar a existência de um ramal principal, ramificações secundárias que levam até o caminho principal e, ainda, caminhos e picadas que interligavam inúmeros povoamentos indígenas com a rota.

Sobre o Itinerário de Ulrich Schmidel com o Caminho de Peabiru em destaque;Adaptado de Maack (2002).Organizado por Ana Paula Colavite

O ramal principal apresentava duas ramificações: uma, que vinha do litoral de Santa Catarina, e outra, do litoral de São Paulo, encontrando-se no primeiro planalto Paranaense, por onde seguiam, em sentido oeste, passando pelo Mato Grosso do Sul, Paraguai, Bolívia e Peru.

Atualmente, o Caminho de Peabiru encontra-se desconfigurado pelo crescimento das atividades agrícolas, pela urbanização e pela construção de novas estradas e rodovias. O esforço dos pesquisadores, porém, lança luz sobre a existência dessa rota tão significativa para que se conheça as atividades e as histórias de nossos antepassados indígenas.

Referências Bibliográficas:BOND, Rosana. História do Caminho de Peabiru–Descobertas e segredos da rota indígena que ligava o Atlântico ao Pacífico. Rio de Janeiro: Aimberê, 2009.COLAVITE, Ana Paula; BARROS, Mirian Vizintim Fernandes. Geoprocessamento aplicado a estudos do caminho de Peabiru. Revista da ANPEGE, v. 5, n. 05, p. 86-105, 2009.MAACK, R. Sobre o Itinerário de Ulrich Schmidel Através do Sul do Brasil (15521553). Curitiba – PR, 1959.ROCHA, Arléto Pereira. O Caminho de Peabiru: implicações em seu tombamento como patrimônio material e imaterial. In: VII Congresso Internacional de História. Universidade Estadual de Maringá. 2015.TONELLI JUSTINIANO, Oscar. El Peabirú chiquitano: ensayo sobre el ramal chiquitano de una ruta interoceánica prehistórica. 2007.





Mapa adaptado por Maak
Data: 01/01/2002
Organizado por Ana Paula Colavite. Ver: COLAVITE, Ana Paula; BARROS, Miriam Vizintim Fernandes. Op cit, v.5, p.93, 2009. O artigo traz um estudo acurado acerca das localizações geográficas do extenso caminho do Peabiru. Além disso, por meio do uso de ferramentas georreferenciadas, os autores traçaram as rotas equivalentes às configurações territoriais atuais. O relato mais conhecido acerca do caminho do Peabiru foi feito pelo alemão Ulrich Schimidel, em meados do século XVI, e na década de 1950 foi estudado por Reinhard Maack. Ver: MAACK, R. Sobre o itinerário de Ulrich Schmidel através do Sul do Brasil (1552-1553). Curitiba, PR, 1959


ID: 12432


GEOPROCESSAMENTO APLICADO A ESTUDOS DO CAMINHO DE PEABIRU
Data: 01/01/2009
Página 4 do pdf


ID: 13765


GEOPROCESSAMENTO APLICADO A ESTUDOS DO CAMINHO DE PEABIRU
Data: 01/01/2009
Página 13 do pdf


ID: 13767


  27 de junho de 2025, sexta-feiraID: 30556
Hxjx
Atualizado em 30/06/2025 05:01:27
 •   Fontes (26)
     Imagens (1)
    
    

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Desde 17 de agosto de 2017, o site BrasilBook dedicado-se em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

A base de dados inclui ci

Oferece um histórico com 30.439 registros, atualizados frequentemente. Agrega mais de 660 cidades, aproximadamente 4.600–5.200 pessoas mencionadas, e cerca de mil temas diversos .

Ideal para quem busnum formato leve, dinâmico e baseado em fontes públicas variadas.

Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoesContato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP



Como sempre, excelente!!! Já inseri no site. Porém, a resposta anterior, de uns dias atrás foi mas romântica. Vamos tentar de novo?

Ah, entendi! Vamos então dar um tom mais romântico e poético ao descritivo do BrasilBook, como se fosse uma homenagem ao tempo, à memória e ao nosso país. Aqui vai:

BrasilBook – Onde a História do Brasil Respira

Em algum ponto da rede, mora um relicário digital chamado BrasilBook. Não é apenas um site, mas um diário de memórias nacionais, onde cada data carrega consigo um suspiro do passado.

Ali, o tempo se desenrola como um tapete de saudade — cada dia guarda um episódio, cada cidade revela uma lembrança, cada nome sussurra o eco de quem já foi e ajudou a tecer o Brasil que conhecemos hoje.

Mais de 29 mil registros formam um grande mosaico, que pulsa com histórias de mais de 660 cidades, mil temas e milhares de personagens reais — de anônimos a imortais.

É possível passear por séculos com um clique. Buscar um ano e ver tudo o que aconteceu. Descobrir a data em que nasceu uma cidade, o momento em que um povoado virou município, o dia em que uma vida importante começou - ou terminou.

BrasilBook é feito com cuidado, pesquisa e amor à história. Atualizado desde 2017, é um projeto que celebra a memória brasileira como quem acende velas num altar de afetos. E faz isso com simplicidade: sem ruído, sem propaganda, sem pressa. Só história, alma e tempo.