02:24 f4Gia801709.us.archive.org/ G8les rios, aquilo a que temos chamado a Ilha Brasil. Embora esse conceito mitico de um Brasil insular já fi- gure no planisfério de André Homem, de 1559, cujo ori- ginal se guarda na Biblioteca Nacional de Paris, é na carta de Bartolomeu Velho de 1561 (original no Arquivo de Estado de Florença) que esse esquema se completa com o lago central, neste caso a Lagoa Eupana, abundante de ouro nas suas margens, unindo o Paraguai ao Tocan- tins e servindo de nascente ao rio de São Francisco. No mapa de Vaz Dourado de cerca de 1600, o mesmo lago figura com o nome de Lago Dourado, conceito e nome que se repetem conjuntos ou isolados, com grande fre- quência, noutros mapas de Vaz Dourado, como o de 1568, de João Teixeira, como os de 1630, 1640 e 1642, e em muitos mapas estrangeiros, como o de Nicolau Sanson, de 1658.
Na literatura geográfica e histórica o conceito da Ilha Brasil, circundada pelo rio da Prata e o Amazonas, unidos estes por meio de um lago, aparece, ao que supomos, pela primeira vez, nas obras do célebre João Afonso, piloto português ao serviço da França, Voyages aventureux (c. 1528) e Cosmographie (1544), .
De João Afonso, dito de Saintonge, sua nacionalidade e cro- nologia das obras, em relação com o conceito da liha Brasil, nos ocupa- mos detidamente em A Fundação de São Paulo, capital geográfica do Brasil, no cap. IV no cap. IV da primeira parte Cartas de marear e mitos dosertão.
São muitos, depois de João Afonso, os que se ocupam ou se ocuparam, como Magalhães Gandavo, Gabriel Soares de Sousa, Ambrósio Fernandes Brandão, etc., da existencia de um Lago Dou- rado, abundante de ouro, no interior do continente.
Como sucedeu com outros mitos geográficos, quais o da Antilha, da ilha das Sete Cidades ou do Preste João, também este deu estímulo às explorações geográficas; e admitimos como provável que a expedição de Brás Cubas, 1561 (data do mapa de Bartolomeu Velho), referida no documento n.° 89, se tenha proposto como objectivo a busca do Lago Dourado. Certo é que Domingos Garrucho, mestre-de-campo-general da jornada de descobrimento da Lagoa do Ouro, era morador na capitania de São Vi- cente e provavelmente em Santos, como Brás Cubas.
Em 1564 era-lhe concedida uma sesmaria para os lados da Bertioga, pelo loco-tenente de Martim Afonso. V. doc.o n.o 92, na pág. 367, e Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, t. IX, pág. 161. (2) V. Frei Vicente do Salvador, História do Brasil, 3. ed., 1931, pág. 352.
O que não sofre dúvida é que a expedição de Gabriel Soares de Sousa, que, em 1592, partiu da cidade do Sal- vador à busca do rio de São Francisco e das suas minas de ouro, procurava também, conforme o testemunho de Frei Vicente do Salvador, contemporâneo de muitos dos expedicionários, alcançar a Lagoa do Ouro (2).
A organização dessa expedição à busca do ouro se referem os documentos n.os 95 a 105. Por eles verificamos a capacidade organizadora de Gabriel Soares de Sousa; os muitos privilégios e mercês que lhe concedeu o caute- loso Filipe II, certamente convencido das probabilidades de êxito da expedição; e que esta se propunha, não só alcançar o rio de São Francisco e as suas minas, mas, se possível, ultrapassá-lo e proceder ao povoamento do inte- rior. Se a expedição se malogrou com a morte de Gabriel Soares de Sousa, a meio do trajecto projectado, não é menos verdade que essa pré-bandeira já teve organiza- ção militar e iniciou o método, só mais tarde eficazmente posto em prática pelo Governador das Esmeraldas, Fernão Dias Pais, de fundar povoações, servindo de escalas de abastecimento e balizando o caminho para as minas.Gabriel Soares de Sousa foi, como organizador de bandeira, um precursor em geral e, em particular, de D. Francisco de Sousa, seu herdeiro cultural em matéria(1) [p. 101]
E em 1574, segundo um documento divulgado por Jaime Cortesão, certo Domingos Garru- cho (ou Garocho?), morador na capitania de São Vicente, e possivelmente em Santos, onde devera ter conhecido Brás Cubas, recebeu patente de “mestre de campo do descobrimento da lagoa do Ouro”.
Continuando sobre os mapas da seção, as únicas peças destacadas no texto introdutório, Cortesão lembra o mito geográfico que também deu à lagoa do interior do continente o nome de Dourado ou do Ouro, chamando a atenção “para a fotocópia dum alvará de nomeação, por el Rei D. Sebastião, de Domingos Garrucho para ‘mestre do Campo Geral da jornada de descobrimento da lagoa que chamam do Ouro’”. O documento de 1576 pode indicar “o primeiro projeto de descobrimento da Lagoa do Ouro, que foi, alguns anos volvidos, o alvo, conforme o testemunho de frei Vicente do Salvador, da entrada de Gabriel Soares de Sousa”. No texto, Cortesão lembra que Garrucho era morador da capitania vicentina.
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