3 de julho de 2025, quinta-feira Atualizado em 03/07/2025 04:41:44
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Cosme Fernandes Pessoa, Bacharel de CananéiaNascimento: ~ 1480Origem: PortugalNasceu por volta de 1480, em Portugal.
Cosme tornou-se conhecido como "o Bacharel de Cananéia" ou "Mestre Cosme".
Sua verdadeira identidade é, até hoje, controversa. Segundo alguns historiadores, os espanhóis em Cananéia o chamavam de Duarte Peres. Porém o mais aceito atualmente, baseado em documentos da época, é que o verdadeiro nome do "Bacharel" era Cosme Fernandes Pessoa.
Cosme, embora menos conhecido, foi um personagem tão importante quanto Caramuru ou João Ramalho nas primeiras décadas da história do Brasil.
Acredita-se que Cosme tenha vindo para o Brasil em 1501, na armada de Américo Vespúcio ou em 1502 na expedição de Gonçalo Coelho. Segundo outros, Cosme teria vindo para o Brasil ainda antes de 1500, em uma expedição portuguesa não oficial, comandada por Bartholomeu Dias.
Veio como degredado, acusado de um crime político (ou, talvez por perseguição religiosa), e foi deixado em Cananéia para cumprir sua pena. Segundo o registro existente no Livro dos Degredos, seu destino era 25 graus de "ladeza", na costa do Brasil, o que coincidia com a extremidade sul da Ilha do Meio, onde nasceu o primeiro povoado da futura capitania, denominado Maratayama.
Segundo a tradição, Cosme viveu em Cananéia desde 1502. Seu cognome foi dado ao "Porto de Bacharel", até hoje existente naquela enseada. Cosme logo assumiu a liderança entre os degredados portugueses, conquistou os indígenas regionais, teve muitas mulheres nativas e gerou numerosos filhos. Extremamente violento com os inimigos, Cosme percebeu que o terror era o meio mais eficaz para subjugar os nativos.
Praticamente sem oposição, Cosme fortaleceu-se a tal ponto que, por volta de 1510, invadiu e assumiu controle da feitoria portuguesa de São Vicente, onde ergueu um forte, construiu um estaleiro (no rio Japuí) e instalou um porto (junto à Ponta da Praia, no estuário do rio São Vicente) para o tráfico de escravos nativos, com capacidade de fornecer mão de obra a todos os interessados europeus a seu alcance. Além disso, abastecia com víveres e suprimentos os navios europeus que por ali passavam rumo ao Rio da Prata.
Seis anos depois, em 1516, São Vicente já era um promissor povoado, com moradias e ruas organizadas, com comércios de variedades, além do seu famoso viveiro de escravos.
Entre 1520 e 1530, coordenados pelo Mestre Cosme, os primeiros sertanistas partem de São Vicente rumo ao norte, até Angra dos Reis, aprisionando e matando nativos, e estabelecendo pequenos arraiais e grandes propriedades pelos caminhos. Com finalidade de apossamento de terras, os homens de Mestre Cosme alcançaram o planalto de Piratininga pela estrada de São Vicente, e deram início ao processo de interiorização.
Em 15 de Janeiro de 1528, o navegador Diego Garcia aportou em Cananéia para reabastecimento. Nesta ocasião, reencontrou o degredado Cosme, sobre o qual os portugueses não tinham notícias há 25 anos. Cosme era então o primeiro e um dos maiores traficantes de escravos do Brasil.
Nessa época, Cosme vivia como "um rei branco entre os índios". Possuía mais de 200 escravos e mais de mil guerreiros dispostos a lutar por ele. Era temido e respeitado por todas as tribos costeiras de São Paulo até Santa Catarina, e ninguém ousava desafiar seu poder.
Cosme foi denunciado às autoridades portuguesas, por seus amigos Pedro Caniço e Henrique Montes. Os acusadores afirmavam que Cosme se aliara aos judeus expulsos de Portugal que residiam em terras espanholas, ao sul de Cananéia, para onde a Espanha também enviara seus degredados judeus. Cosme estaria oferecendo oportunidades a judeus de outras nacionalidades, para se apossarem de terras pertencentes a Portugal.
Quando Martim Affonso de Sousa chegou ao Brasil em 1531, uma de suas missões era reduzir o poder de Mestre Cosme. O Bacharel foi expulso de São Vicente e obrigado a confinar-se como degredado em Cananéia e Iguape. Em Agosto desse mesmo ano, retirou-se para lá com sua numerosa família. E Cosme foi, assim, o fundador da vila de Iguape, no litoral de São Paulo.
Em 1534 (ou 1536), como desagravo por terem perdido tudo o que haviam construído durante vinte anos, as forças de Iguape, compostas por espanhóis, portugueses e indígenas, liderados por Mestre Cosme e seus genros, atacaram a Vila de São Vicente. Os poucos soldados que Martim Affonso deixara na vila não constituíram resistência, e São Vicente foi saqueada e destruída. Os moradores fugiram apavorados e se refugiaram na povoação que surgia no Enguaguaçu.
Segundo o relato de Diego Garcia, Cosme tinha pelo menos seis esposas índias, e muitos genros.
Casou-se com [...], filha do Cacique Ariró.
Casou-se também, mais tarde, com F... Fernandes, a Índia, filha do Cacique Piqueroby e de [...].
Foi pai de um número desconhecido de filhos, entre os quais temos informações sobre duas filhas:
1.1. Índia [...], casada com o português Gonçalo da Costa.
Gonçalo estava vivendo no Brasil desde antes de 1510.Em 15 de Janeiro de 1527, Gonçalo e seu sogro prometeram entregar 800 índios a Diego Garcia no prazo de um mês. Em troca, Diego prometeu levar Gonçalo de volta à Europa.Informado de que não poderia subir o rio Paraná em suas grandes caravelas e naus, Diego comprou o pequeno bergantim de Gonçalo, usado para o tráfico de escravos. O pequeno navio foi desmontado, embarcado nas caravelas e levado até o Rio da Prata. Lá o navio foi montado e, juntamente com Gonçalo da Costa, subiram o rio Paraná por cerca de 600 quilômetros.Em Novembro de 1529, Diego regressou a Cananéia, ficando alguns meses como hóspede do Bacharel.Em Junho de 1530, Diego partiu para de volta para a Espanha, levando consigo Gonçalo da Costa. Gonçalo embarcou levando duas de suas esposas, quatro filhos e sete filhas.Em 2 de Agosto de 1530, Gonçalo desembarcou em Sevilha, na Espanha. 1.2. F... Fernandes, casada com o português Francisco de Chaves, nascido em Vila Real.
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