12 de julho de 2025, sábado Atualizado em 12/07/2025 21:26:28
•
Pero Lopes de Souza, irmão de Martim Afonso, quase ao mesmo tempo em que a este era doada por EI-Rei D. João III a capitania de São Vicente, recebia a doação da capitania de Santo Amaro, da qual uma parte compreendia o território situado ao sul daquela. Ficava seu limite norte a 12 léguas ao sul de Cananéia e ia acabar nas terras de Sant’Ana, mais ou menos em Laguna, em Santa Catarina, onde, segundo a Coroa portuguesa o meridiano de Tordesilhas mergulhava no Atlântico. Nessa parte da capitania de Santo Amaro, estava incluído o atual território paranaense.Morto Pero Lopes de Souza, as contínuas sucessões fizeram com que a do-natária fosse ter às mãos de Lobo de Souza, o que deu origem, então, à famosa questão judicial Vimieiro-Monsanto, pela posse dos direitos que D. Luiz de Cas-tro, segundo conde de Monsanto, também neto de Martim Afonso, pretendia ter à capitania de Santo Amaro por progenitura, sendo mais velho que o primo, Lobo de Souza. Morto este, sem deixar herdeiros, a sucessão das capitanias coube à sua irmã, D. Mariana de Souza Guerra, condessa de Vimieiro, que também faleceu no correr da demanda. Sucederam-lhe o filho, D. Sancho de Faro e Souza, e o neto, D. Diogo, ambos condes de Vimieiro. Este último não deixando descendentes, legou à sua irmã, D. Mariana de Faro e Souza, condessa da ilha do Príncipe, todo o peso da herança e também o do litígio. A questão só teve fim quando, já falecidos o segundo conde de Monsanto e seu filho e sucessor, D. Álvaro Paes de Castro, as-sumiu a chefia da casa o neto em linhagem direta D. Luiz Alvares de Castro, conde de Monsanto e marquês de Cascaes. Foi vencedora do pleito a Casa de Monsanto. Em virtude disso, delegaram-se poderes a Manoel Rodrigues de Moraes para tomar posse das terras outrora doadas a Pero Lopes de Souza. Novos embargos foram tentados; sem efeito, no entanto.
Todavia, quando ainda corria acesa a disputa, em 1654, o capitão-mor de Itanhaém, Diogo Vaz Escobar, recebeu comissão do conde da Ilha do Príncipe para tomar posse de Paranaguá, que ficaria sob sua jurisdição. Na época, era capitão-mor de Paranaguá Gabriel de Lara, por ele nomeado “capitão-mor”, que já o era, na condição de povoador da vila desde 1640. Cuidou-se, também, de fundar outras povoações no litoral sul de Santo Amaro. Simão Dias de Moura, que substituíra a Diogo Vaz de Escobar, por motivo de seu falecimento, em 1656, em nome do conde da Ilha do Príncipe, instalou uma póvoa na embocadura do Rio Saí, local bastante impróprio e insalubre, motivo pelo qual não prosperou.
No ano de 1709 o marquês de Cascaes ajustou com a Coroa portuguesa a venda da propriedade à antiga donatária , que retornou ao patrimônio real e a se reger por lei comum, não mais pelas concessões registradas no Foral de Doação. E enquanto tudo isto acontecia, a primitiva povoação do Saí vegetava no total abandono.Em 1765, foi restabelecida a capitania de São Paulo, e para governá-la foi no-meado, em julho daquele ano, D. Luis Antônio de Souza Botelho Mourão, Morgado de Mateus, que seguindo instruções expressas do marquês de Pombal, temeroso das intenções espanholas no Sul do Brasil, de imediato tratou de estabelecer novas po-voações em regiões do litoral e do sertão.Dois anos depois, seu primo e ajudante de ordens, o tenente-coronel Afonso Botelho Sampaio e Souza, foi mandado à vila de Paranaguá, com dupla incumbência: construir uma fortaleza, em ponto localizado na barra de sua imensa baía, e erguer povoação em Guaratuba, na faixa litorânea abaixo de Paranaguá, que também se situava nas antigas terras de Sant’Ana, então em completo abandono.Escolheu-se para local do novo povoado, sítio a meia légua da barra, na mar-gem esquerda e meridional da grande baía a que os Carijós denominavam Guaratuba (lugar de muitas aves, os guarás, de pernas vermelhas), justamente em angra que tinha à sua frente uma ilha rasa, a do Capim.A baía, que os antigos navegantes apelidavam de “rio alagado”, aproximada-mente de forma elítica, comunica-se com o Atlântico através de estreito canal, o da Barra Sul, e é rodeada de altas elevações, coberta de espessa vegetação — Prata, Agudinho, Araraquara, Batatal, Bico, Torto e Cubatão , que fazem parte da Serra do Mar. Nela deságuam os rios Cubatão, Cubatãozinho, São João e Descoberto, que em seu curso despencam em belos saltos e cachoeiras e aí se disseminam inúmeras ilhas e ilhotas, muitas delas pantanosas e cobertas de mangues — Pescaria, Graças, Baixo Grande, Capim do Meio, Capim de Cima, Capim de Baixo, do Rato e dos Papagaios — e bancos de areia, que dificultam a navegação.Para lá se transferiram todos quantos ainda residiam na pobre e precária povoação que já datava de mais de século, à foz do Rio Saí, cinco léguas ao sul, e chamada de Nossa Senhora do Bom Socorro, confundida, por Ayres de Casal e Pizarro de Araújo, como sendo Guaratuba. Essa nova e privilegiada situação — sobre a extinta de terra que separa a baía do alto-mar —, foi, de certa maneira, fruto do relatório feito pelo sargento-mor Manoel Gonçalves de Aguiar, que lá esteve em 1714, ao então governador da capitania de São Paulo, Francisco de Távora. O local já era, na época, habitado por alguns brancos e índios catequizados, que viviam da pesca, da caça e de incipiente atividade agrícola de sustento.Em 27 de abril de 1771 o tenente-coronel Afonso Botelho Sampaio de Souza elegeu solenemente a vila nova de São Luís de Guaratuba, como sede do novo termo desmembrado do de Paranaguá. No dia seguinte foi benta a igreja matriz e nela cel-ebrada a primeira missa, pelo padre Bento Gonçalves Cordeiro.Quando, em 1820, por lá passou Auguste de Saint-Hilaire, a paisagem ainda conservava a majestade e a intacta tranqüilidade só encontradas nas regiões desérticas. “A Vila” - disse ele então - “não se compõe de mais de quarenta casas, sendo que quinze delas formam um semicírculo à beira d’água. As outras se localizam mais atrás, à volta de extensa praça coberta de relva, na extremidade da qual fica a Igreja Matriz. Da cidade tem-se magnífica vista para a baía, bem como de algumas de suas ilhas e da serrania que a cerca. Das serras, a mais notável é a de Araraquara, situada bem à entrada da baía, pelo lado norte, quase em frente à vila. Outras serras, mais elevadas, são vistas ao longe, no fundo da baía. Suas poucas ruas são calçadas com castulhos, cascalho chamado berbigão, trazido dos sambaquis ou concheiros das proximidades”.A força das marés, entretanto, tem cobrado preço elevado à cidade, ao longo do tempo: a destruição do trecho situado na orla da água, fazendo, progressivamente, recuar a faixa de terra onde se edifica seu centro histórico, o que já ocasionou o des-moronamento da antiga Casa de Câmara e Cadeia, sede da Prefeitura municipal. Essa casa e a da cidade da Lapa constituíam os únicos exemplares desse tipo de construção existente no Estado do Paraná.Hoje promissor centro de atração turística, Guaratuba foi elevada à condição de cidade em 1892, assim permanecendo até 1938, quando, por força do decreto-lei estadual n°7.573, foi transformada em distrito do município de Paranaguá. Em 1947, no entanto, voltou a ser sede de município.A Igreja matriz tinha, por orago, Nossa Senhora do Bonsucesso; e a vila, por patrono, São Luís. De linhas coloniais muito simples, esse templo foi edificado em alvenaria de pedra argamassada e atualmente divide-se em quatro corpos: nave, capela-mor, sineira e sacristia. Enquadrada por cunhais, arrematados por coruchéus, ambos em cantaria, a fachada principal é rasgada por portada e duas janelas à altura do coro. Todos os requadros da fachada são também em cantaria, vergas e sobrevergas arqueadas. O frontão é movimentado por graciosas curvas e contracurvas e vazado por óculo polilobulado. Encima-o cruz também lavrada em cantaria.Diferentemente do partido quase sempre adotado na região, a torre sineira, obra do século XIX, se fixa recuada, diante da sacristia, à qual dá acesso através de porta emoldurada por requadro em cantaria, com verga e sobreverga arqueadas. (Aquarela de Debret, feita em 1827, mostra a matriz ainda sem a atual sineira, o que comprova sua posterior edificação).Coroam a fachada principal dois coruchéus em cantaria. A cobertura compõe-se de duas águas, com telhas do tipo capa-e-canal, apresentando beiral em beira-seveira. Nas fachadas laterais há três janelas altas e uma porta central.Toda a cantaria utilizada na edificação foi trazida, já lavrada, da Ilha do Mel, onde na ocasião estava sendo construída a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, o que faz supor tenha sido o templo projetado pelo tenente-coronel Afonso Botelho Sampaio de Souza. O interior da igreja é bastante simples, com piso de tabuado e a nave, em abóbada de berço, tem forro de tábuas corridas, arrematado por cimalha.[p. 210, 211, 212]
Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.