| A Sinagoga Israelita de Sorocaba e a comunidade judaica da cidade - artejudaicasaopaulo.blogspot.com | | 20 de abril de 2020, segunda-feira Atualizado em 14/07/2025 04:57:02
Como já publicado, diversas famílias fizeram parte da sinagoga de Sorocaba e da comunidade judaica desta cidade, entre elas as famílias Kaplan, Kann, Pinsky, Gordon, Goldman, Mittelman, Crochik, Zitron, Dgigesky, Openheim, Pavlovsky, Rothschild, Burdman, Ptachowsky, Gryman, Mitelpukt, Graff, Vinitsky, Fiszman, Billet, Majtlis, Epelman, Cukierman, Goldberg.A família Kann, por exemplo, participou da construção da sinagoga da cidade, como podemos ver na foto ao lado, em que o sr. Abrão Kann, de pé, discursa no momento do lançamento da pedra fundamental da Sociedade Israelita de Sorocaba. Sr.Abrão também fez parte das famílias que compraram o terreno para a construção da sinagoga, no ano de 1950, situada à Rua D. Pedro II, considerando-se que as famílias, à época, moravam na região central da cidade. Importante ressaltar que naquele período a construção de sinagogas, não era permitida, porém a constituição de uma “Sociedade Israelita” era autorizada.A família Kann, originários da Lituânia, chegou ao Brasil em 1928, estabelecendo-se nas Colônias do Barão Hirsch (RS). Autodidata, sr. Abrão (Abraomas em lituano) foi professor em Cruz Alta. Mudou-se posteriormente para Sorocaba, cidade em que a irmã Luiza já morava com o marido, sr. Abrão Pinski. Começou a trabalhar como klientelchik, considerando que a cidade, ponto de passagem, possuía possibilidades de consumo de mercadorias, pois era moradia de muitos dos operários das oficinas da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS). Casou-se na Sinagoga do Brás, a família da esposa morava próximo à Sinagoga do Cambuci e teve quatro filhos, Eliezer, Zevi, Jacques e Levi.A família Kann, sionista, contribuía com a Macbith, e um dos irmãos do sr. Abrão participou, inclusive, da fundação do Kibutz Shaar Hagolan. Em Sorocaba possuía um comércio, ao mesmo tempo em que era muito atuante na comunidade, formada por mais ou menos 50 famílias judias (150 a 200 pessoas), algumas imigrantes do Pós-Guerra. Criou inclusive uma escola de educação judaica, a qual funcionava no período da tarde para crianças e jovens, e no período noturno para os adultos interessados. Aulas de hebraico e temas relacionados ao judaísmo eram ministradas por professores da Capital, que passavam parte da semana em Sorocaba, hospedando-se na casa da família Kann. A educação formal ocorria nas escolas da cidade, no período matutino. Por breves períodos existiu um movimento juvenil, o “JuJuS”. Por volta de 1965 os jovens começaram a sair da cidade, para cursarem faculdade, muitos adultos também partiram para a Capital em busca de novas oportunidades e negócios e, a partir daquele período, a comunidade foi diminuindo.A sinagoga de Sorocaba não possuía rabino, os frequentadores conduziam as rezas, em dias de Bar-Mitzvah, Yourtzait, ou quando algum frequentador rezava o Kadish, nos serviços dos Chaguim, como Purim e Simcha Torah, e nas Grandes Festas, ocasiões em que todos se reuniam, recebendo frequentadores também das cidades da região.O espaço interno da sinagoga era pequeno, comportava por volta de 15 pessoas. Quando se entrava na sinagoga, o lado esquerdo era ocupado pela sinagoga em si, com o Aron Hakodesh, um Sefer Torah, a Bimah, mesas e cadeiras. No lado direito da edificação havia uma sala da secretaria/administração. Mais adiante ficava um salão maior, de mais ou menos 8m x 25m, destinado a encontros sociais, eventos e também às comemorações das Grandes Festas, ocasião em que deslocavam o Aron Hakodesh com sua Torah, a Bimah, as mesas e as cadeiras para este espaço. Nestes momentos uma mechitzah (divisória) separava os homens, que ficavam à frente, das mulheres ao fundo. Ao final do salão havia um palco e, embaixo deste, uma cozinha. Neste salão, ao lado direito havia uma área descoberta. Duas portas permitiam que homens e mulheres acessassem o shil separadamente. Sr. Abrão era o Baal Kore durante o ano e, em Yom Kipur, rezava o Kol Nidre.O salão de festas da sinagoga também era ponto de encontro das crianças e dos jovens. Estes aproveitavam os dias da semana para, por exemplo, jogarem pingue-pongue na mesa que ali ficava. Moravam no entorno e sentiam-se parte daquele espaço. A comunidade convivia nos mais diferentes momentos, estava integrada, apoiava-se mantinham relações de amizade.Atualmente o edifício da sinagoga está sem condições de uso, devido à falta de manutenção e à queda do telhado e da cobertura, ocorrida nos anos 1990. O centro da cidade, antiga região de moradia e local de trabalho das famílias da comunidade judaica, hoje em dia encontra-se “pouco acolhedora” depois do horário comercial. As famílias da comunidade, em um certo momento, foram se deslocando para novas regiões da cidade.Sr. Abrão Kann foi ser indicado como patrono em um grande evento ocorrido na cidade e, em 1985, faleceu...A família Crochik, como contaram sra. Ester Goldzveig Crochik e sra. Paulina Kogan, saiu da Bessarábia e estabeleceu-se na Argentina e, posteriormente, na Colônia do Barão Hirsch, onde sr. Bernardo, ou Berl, nasceu. Chegaram a Sorocaba por volta dos anos 1930, cidade em que uma das irmãs do sr. Berl já morava. Por aproximadamente 16 anos, até a construção do edifício da sinagoga, as rezas foram realizadas em um sótão de uma casa de esquina, onde funcionava a loja de sr. Berl. A família Crochik, ao sair de Sorocaba, mudou-se para Campo Grande, voltou a Sorocaba e, depois, morou em Bauru. Vale lembrar que em Bauru, cidade em que sra. Paulina morou por 16 anos, também havia uma comunidade judaica, com mais ou menos 15 famílias, e uma sinagoga. Sr. Berl teve cinco filhos, José, Paulina, Zelda, Samuel e Anita. José teve três filhos, Haroldo, Paulina e Sergio.José Gilberto Cukierman comentou que passou a infância em Sorocaba e lembra-se bem da arquitetura interna da sinagoga, inclusive do palco. Sua mãe, sra. Muzia, tem 81 anos e noivou na sinagoga de Sorocaba aos 18 anos. Jose Gilberto comenta que a mãe tem uma excelente memória e conhece muitas histórias e famílias que lá viviam... Acompanhem, nas próximas postagens, detalhes e informações sobre esta história.Israel Beigler deixou um comentário no blog informando que conhece pelo menos uma família judia que morou temporariamente em Sorocaba nos anos 1950/60, quando o filho entrou na Faculdade de Medicina de Sorocaba da PUC. E completou “Devem ter muitos "doktors" judeus que se formaram nesta faculdade.” Genia Winitzki contou que morou em Sorocaba de 1956, quando chegaram ao brasil, vindos de Israel, até 1970. Falou: "triste de ver a fachada desta forma. adorei ler os relatos e creio que há, sim, muitas pessoas que poderiam enriquecer ainda mais".Gladis Duek enviou um e-mail e escreveu que a irmã, Bella Mitelpukt, mora em Sorocaba. Iremos conversar e divulgarei mais detalhes.Os avós e a mãe de Alessandra Aronovich, fizeram parte desta Sinagoga. Aguardo mais detalhes sobre o sr. Max Goldberg, seu avô, e sobre a mãe, Elisa Goldberg para compartilhar...Vários comentários foram compartilhados, também, através do Facebook:Josebel Rubin escreveu: “Muitas famílias do sul vieram para Sorocaba e cidades da região, nos anos 1940 e principalmente 1950, e, nesse meio, também algumas famílias judias vindas do RS. Acho que é o caso da família Pinski. Outro fato interessante é que até o final da década da 1950 o único transporte SP - Sorocaba era o trem, isto pela Estrada de Ferro Sorocabana e que depois foi transformada na FEPASA. As empresas de ônibus começaram a atuar na década de 1960 e, progressivamente, foram levando o trem ao esquecimento, como meio de transporte de pessoas”.Os tios e avós de Marta Maite Sevillano moraram em Sorocaba e Carla Grandisky sugeriu conversar com a mãe, sra. Sarita, para mais detalhes sobre o sr. Moishe Foldman, tio-avô de Carla. E comentou: “Acho que foram as primeiras famílias a chegarem em Sorocaba. Parece q o tio dela tinha doado a Torah para a sinagoga. Eles têm muitas histórias para contar. Vou dar o telefone da minha mãe. Família Goldman: Walter, Júlio e Moishe. Tinham uma vidraçaria lá...”Érik Billet frequentou, quando pequeno, a Sinagoga de Sorocaba juntamente com os pais. Afirmou que era muito gostoso e comentou que seria bom se mais pessoas pudessem compartilhar também nomes e histórias...Hoje em dia mora em Israel e não sabe se voltou a comunidade em Sorocaba.A família do pai de Cibele Burdmann era de Sorocaba e Cibele irá pedir mais detalhes para a mãe.Já a família de Sara Majtlis frequentou o shil de Sorocaba por muitos e muitos ano. Sarah gostaria de atualizações...Vamos compartilhar mais nos próximos posts.Estela Mikauski Kemerer chegou em Sorocaba há 13 anos e nunca soube da existência de uma Sinagoga na cidade. Regina Rebeca mora na cidade há 9 anos. Quando Regina se mudou para a cidade, lembra-se que “doeu muito ver o estado em que se encontra a Sinagoga” e tentou “alguma coisa junto à Federação, sem sucesso”. Enfatizou que existe uma pequena comunidade em Sorocaba, “tentando se juntar nas festas, em alguns Cabalat Shabat, porém é pequena e está engatinhando... A Sinagoga não tem nada além da fachada, pelo que sei”.Debora Raicher solicitou enviar links das postagens sobre Sorocaba para o cunhado Dr. Israel Flank, já encaminhei e-mail e aguardo um retorno...Carla Spach mora em São Roque, próximo ao bairro de Mailasque, que tem esse nome em homenagem a Maylasky. Comentou que pelo que leu, era um judeu de origem austríaca, que detinha um titulo de nobreza da corte portuguesa e ajudou a formar a ferrovia Sorocabana.Hilton Barlach gosta das histórias das comunidades do interior. Como contou, a mãe era de Araraquara onde havia muito judeus até os anos 1950 mais ou menos. Vamos conversar com a prima Clara Silberberg para mais detalhes...Você, ou sua família, fizeram parte da comunidade judaica de Sorocaba? Frequentaram ou conheceram o edifício da sinagoga? Possuem fotos ou documentos? Poderiam compartilhar a sua história e de sua família, suas lembranças? Vamos resgatar um pouco da memória da comunidade judaica das cidades de São Paulo e suas sinagogas? Escrevam para mim: myrirs@hotmail.com
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