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Por Rodrigo Trespach - Sobrenome toponímico português, com origem na vila de Alenquer, no distrito de Lisboa. Durante o século 13, era escrito como “Alancar” ou “Alankar”. A etimologia do vocábulo procederia do germânico alan, referência aos alanos, e kerk, “templo”, “castelo” ou “fortaleza”, ou seja, “templo ou fortaleza dos alanos”.

O termo alan (ou Alani, em latim), que designa uma tribo do planalto iraniano que migrou com os germânicos até a Europa Ocidental, pode ter variadas origens. A mais aceita é a de que venha de Aryanam, “ariano” em iraniano. Os alanos chegaram à Península Ibérica no século 5. Outra teoria propõe uma origem árabe para a nome da cidade. O vocábulo, neste caso, viria de Al-ain-keir ou El-haquem, “fonte abençoada” ou “governador”, e foi usada durante a ocupação islâmica da península, no século 8.

Existe, ainda, a ideia de que o topônimo viria de uma junção do latim e do moçárabe. Ao latim iuncarium, “juncal”, teria se juntado o artigo árabe al, resultando em al-iunquerio, depois Al-iunquer e Al-unquer, até encontrar a forma Alenquer, que deu origem ao sobrenome.

Como todo sobrenome toponímico, pode haver variadas famílias que o adotaram sem ter ligação alguma de parentesco.

Entre os pioneiros chegados ao Brasil, estão os irmãos Leonel, João Francisco, Alexandre e Marta de Alencar Rego, filhos dos portugueses Martinho Francisco do Rego e Doroteia de Alencar, que viveram no século 17. Os irmãos vieram para o Nordeste, em Pernambuco e no Ceará, na primeira metade do século 18. Leonel foi o responsável pela fundação da fazenda Caiçara, às margens do riacho da Brígida, Pernambuco, de onde o sobrenome se espalhou pelo país.

Estão entre as personalidades notáveis com o sobrenome o escritor José de Alencar (1829-77); o empresário e político José Alencar (1931-2011), vice-presidente brasileiro (2003-2011); e o jornalista Kennedy Alencar.