A cópia setecentista do mapa de Jacobo Cocleo: leituras e questões Márcio Roberto Alves dos Sa
maio de 2011, domingo Atualizado em 07/10/2025 14:35:07
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RESUMOA carta geográfica intitulada Mapa da maior parte da costa, e sertão, do Brasil / Extraído do original do P.eCocleo é discutida a partir das leituras antigas e contemporâneas dele realizadas e das questões sugeridas pelos problemas de datação, elaboração de cópias e alterações no original. São propostos e desenvolvidos, a partir dessa fonte cartográfica, problemas históricos ligados à formação territorial do centro-sul da América portuguesa e à interiorização da ocupação luso-brasileira, entre as últimas décadas do século XVII e as primeiras do seguinte. Além da cópia do mapa de Jacobo Cocleo, são utilizadas outras fontes cartográficas, todas elas produzidas na primeira metade do século XVIII.ABSTRACTThe geographic map entitled Mapa da maior parte da costa, e sertão, do Brasil / Extraído do original do P.eCocleo is discussed based on contemporary and ancient interpretations and the questions suggested by the problems of dating, making of copies and changes to the original. Historical problems related to the territorial formation of the south-central area of Portuguese America and the internalization of the Luso-Brazilian occupation, between the last decades of the seventeenth century and the first of the next, are proposed and developed based on this cartographic source. Besides the copy of the map of Jacobo Cocleo, are used other cartographic sources, all of them produced in the first half of the eighteenth century.PALAVRAS-CHAVE: Cartografia histórica, Jacobo Cocleo, Ocupação e povoamento.INTRODUÇÃOA carta geográfica intitulada Mapa da maior parte da costa, e sertão, do Brasil / Extraído do original do P.eCocleo1consiste numa peça colorida, desenhada a nanquim, aquarelada e gravada em papel canson telado, de dimensões de 224 centímetros por 120,5 centímetros2. A legenda exibe quatro categorias de representação: catedrais, igrejas e capelas, fazendas e caminhos. Uma rosa dos ventos foi finamente representada. A moldura é formada por linhas cheias, entre as quais foram indicadas as coordenadas 1 Mapa da maior parte da costa, e sertão, do Brasil / Extraído d[p. 101]
geográficas do mapa. A escala foi indicada em léguas portuguesas, léguas hispânicas e léguas francesas, às quais correspondem, respectivamente, as medidas de 18 por grau, 17 por grau e 20 por grau. O mapa não exibe ilustrações. Não há indicação de autoria ou data de confecção da peça.O espaço representado abrange a maior parte da costa e parte significativa do interior da América portuguesa. O litoral representado tem como limite norte o Maranhão e sul a costa catarinense, na altura de Laguna. Pelo interior, o mapa abarca as Minas Gerais, o interior da capitania do Rio de Janeiro, as vilas da capitania de São Paulo e Minas do Ouro, as terras do sertão baiano e o vale do São Francisco,aprofundando-se até os rios da atual região centro-oeste do Brasil.O mapa apresenta, de imediato, uma peculiaridade interessante. O desenho da carta foi feito aparentemente em posição horizontal, de modo que o eixo sul-norte corre, em relação ao observador, da esquerda para a direita, e não, como é mais comum, de baixo para cima. Por outro lado, os registros textuais (topônimos e notas históricas) foram anotados na posição usual, aparecendo, em razão dessa opção, deslocados de 90 graus em relação ao desenho. Como notou Francisco José Corrêa Martins (2009, p. 7), a posição “deitada” do mapa lembra opção similar utilizada no mapa Portugallia et Algarbia quæ olim Lusitania, mais conhecido como “Portugal deitado”, desenhado por Fernando Álvaro Seco e publicado em 1630. Parece-me, não obstante, que o método de desenho adotado pelo autor do mapa aqui estudado pode ser explicado mais como uma solução prática de trabalho do que como uma inspiração partida do mapa de Seco. Em razão das enormes dimensões da carta, o autor desconhecido da peça em questão deve ter estendido horizontalmente o papel sobre uma grande mesa, seguindo essa orientação no desenho do mapa. Ao grafar os dados textuais, no entanto, voltou à posição habitual de escrita. Daí o deslocamento de posição entre o desenho e os registros textuais.Como o título informa, estamos diante de uma cópia, realizada por autor anônimo a partir do original confeccionado pela jesuíta Jacobo Cocleo (França, 1628; Bahia, 1710). Nessa cópia, que atualmente é a fonte de que dispomos para o acesso ao mapa de Cocleo, foram acrescentadas diversas informações que seguramente não constavam do original. Esse acréscimo de dados não justifica, a meu ver, a conclusão de Martins (2009, p. 6-7) de que “se trata, de fato, de um produto autônomo em relação ao que o Padre Jacobo Cocleo produziu”, “um produto distinto [do mapa original], elaborado com “finalidade diferente daquela do jesuíta”. A expressão “extraído do original do padre Cocleo” do título da peça não deixa dúvida quanto ao fato de que o mapa de Jacobo Cocleo foi a base utilizada pelo segundo autor, que teria se limitado a acrescentar registros novos ao original. Estaríamos, desse modo, diante de uma cópia modificada, mas ainda assim uma cópia, do mapa originalmente desenhado por Jacobo Cocleo. Podemos mesmo conjeturar que a peça à qual temos acesso seja o próprio original de Jacobo Cocleo, ao qual foram acrescentadas posteriormente informações, pois é pouco provável que o autor anônimo da cópia a confeccionasse com as dimensões presentes. Dada a importância desse problema, cabem algumas considerações. [p. 2]
A noção de respeito à inalterabilidade do original, tal como a conhecemos, certamente não era corrente nos séculos XVII e XVIII. Textos e cartas geográficas eram copiados e modificados com os mais variados propósitos. Essa tendência à cópia modificada marcou fortemente a produção cartográfica que tinha como objeto a América portuguesa. Os registros cartográficos tinham no Brasil seiscentista e setecentista um sentido utilitário de apoio à exploração e ocupação do espaço, sendo por isso aceitável, e mesmo desejável, que informações novas fossem acrescentadas a um mapa a partir de descobertas posteriores à sua confecção. E, mais, informações originais podiam ser “corrigidas” – isto é, apagadas ou encobertas – para dar lugar a dados novos sobre o território que se construía. É óbvio que essa liberalidade com relação aos originais pode ser explicada pela dificuldade de produção de cópias de documentos escritos. A carga de trabalho necessária para a produção de uma cópia tornava preferível alterar o original a mantê-lo intacto e produzir novas versões nas quais ele fosse modificado.É, a esse respeito, instrutivo considerar três cartas geográficas, desenhadas em escala topográfica,3 que representam regiões pecuárias do médio São Francisco. Os três exemplares apresentam notável semelhança entre si, quanto ao estilo, caligrafia e conteúdo, o que permite aventar a possibilidade de que tenham sido desenhadas pela mesma pessoa. Um dos mapas parece mesmo ter sido um rascunho de outro. O traço é menos cuidadoso, sem aplicação de cores nos rios, povoações e fazendas e sem as hachuras que sombreiam os morros, presentes na carta definitiva. Em dois pontos da primeira carta o autor indicou textualmente, como num plano do que seria o mapa, os elementos a serem nele representados: “nove fazendas de gado no Rio Curunhana [Carinhanha]” e “seis faz. no Rio de Urucuia”. Com efeito, o mapa definitivo apresenta nove fazendas de gado nas margens do primeiro rio e seis no segundo, essas últimas com indicação dos proprietários. Uma nota histórica, alusiva à persistência da ameaça indígena às fazendas de gado da banda esquerda do São Francisco, aposta no lado esquerdo do rascunho, reaparece, com ligeiras variações de texto, no segundo mapa. Em algum momento o autor considerou satisfatório o seu rascunho, ou desistiu do que pretendia fosse a carta definitiva, iniciando novamente o trabalho, pois riscou transversalmente a primeira carta, como a invalidá-la.
Caminho abandonado Data: 01/01/1620 Créditos/Fonte: Anais do Museu Paulista - Tomo XXIII - Dados para a história dos índips Página 123 "começa o silêncio"
ID: 5416
Anais da Biblioteca Nacional (RJ) - 1876 a 2018 Data: 01/01/1560 01/01/1560
ID: 5667
Dados para a História dos Índios Caiapó Data: 01/01/1969 Créditos/Fonte: Mário neme Página 115
ID: 13211
ME|NCIONADOS ATUALIZAR!!! EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.